O artista plástico brasileiro Vik Muniz é reconhecido internacionalmente por seu trabalho criativo com materiais inusitados. Entre as matérias-primas usadas por ele estão chocolate, feijão, açúcar, manteiga de amendoim, leite condensado, molho de tomate, gel para cabelo, geleia e produtos reaproveitáveis.
Vik Muniz produz obras de arte influenciadas por preocupações sociais e o futuro do meio ambiente. Ele iniciou sua carreira nos Estados Unidos na juventude, e hoje suas criações são apreciadas em todos os continentes.
Descubra as obras-primas de que este artista é autor. Aqui estão algumas das suas mais notáveis realizações.
1. Explorando a Ilha de Lampedusa
Em 2015, o artista apresentou na Bienal de Veneza uma instalação como forma de protesto contra as políticas europeias de não-acolhimento de refugiados. A obra reflete a dura crítica feita às leis de imigração restritivas.
O barco, alusivo a uma dobradura infantil, foi colocado num dos principais canais de Veneza. Esta ação simbólica representava a morte de refugiados que estavam na costa italiana. O barco era supostamente feito a partir de jornais ampliados.
2. A Vida de John Lennon
Um retrato do cantor inglês, ícone do pop e membro dos Beatles, foi criado com café. Os grãos foram usados para dar forma ao seu contorno e à sua cabeleira, enquanto os olhos foram representados por duas xícaras cheias.
A partir de apenas quatro elementos - o fundo liso, os grãos, as xícaras e o café pronto dentro delas -, Vik Muniz consegue criar uma obra de arte espetacular. Uma vez pronta, a instalação é fotografada e exposta em mostras.
3. Mona Lisa Dupla (Manteiga de amendoim e geléia)”
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Vik Muniz recriou a Monalisa de Leonardo da Vinci com duas matérias-primas muito simples: geleia de uva e manteiga de amendoim. Ao usar esses materiais e um fundo branco liso, o artista conseguiu realizar seu trabalho, que foi concluído em 1999 e possui 119,5 x 155 cm de dimensão.
"Acho que é importante incorporar elementos inusitados e passíveis de mudança no meu trabalho, pois acredito que isso expressa a impermanência do mundo". O artista argumenta que é importante incorporar na sua obra elementos não convencionais e passíveis de transformação para refletir a mutabilidade do mundo. "Acredito que essa mudança expressa a impermanência deste", afirma.
“A arte é sobretudo a habilidade de olhar para uma coisa e enxergar outra”.
4. Crianças de Açúcar
Em 1996, a série Crianças de açúcar projetou Vik Muniz para o estrelato. Esta foi a primeira obra de Vik a receber tamanha atenção e o consagrou como reconhecido artista internacionalmente. Suas imagens retratam crianças caribenhas de famílias carentes que trabalham em meio as plantações de St. Kitts.
Vik retratou essas crianças e, posteriormente, reproduziu seus contornos usando apenas açúcar - material presente no cotidiano delas. O açúcar remete tanto à doçura e à pureza infantil quanto à condenação à pobreza.
Em uma entrevista, Vik Muniz descreve o processo de criação de sua ideia:
"O Sugar Children” tem muito a ver com a fotografia, já que o açúcar é um cristal e a fotografia é um cristal prateado exposto à luz. É uma série pontilhista feita com açúcar sobre papel preto e depois fotografada em prata de gelatina. Isso desencadeou algo muito importante. Em 1992, passei as férias na ilha de St. Kitts e brincava com as crianças locais em uma praia de areia preta. Estas eram crianças de plantações de açúcar. No meu último dia eles me levaram para conhecer seus pais e me surpreendeu o quão tristes e cansados eles estavam. Como essas crianças se tornaram esses adultos? Concluí que a vida tirara sua doçura deles. Esses retratos em açúcar agora estão em várias coleções importantes, mas também na pequena biblioteca da escola infantil de St. Kitts. Eu devo muito a essas crianças."
5. A Portadora Irma
Em 2008, Vik Muniz escolheu o maior lixão a céu aberto da América Latina, o lixão de Gramacho, na baixada do Rio de Janeiro, como cenário de uma de suas mais importantes criações.
Vik contou com a preciosa ajuda dos catadores de lixo que trabalhavam em Gramacho. Para realizar seu projeto, ele fotografou-os e, com o material obtido no lixão, montou as fotos em dimensões grandiosas num depósito próximo. Esse projeto de grande sucesso foi documentado e deu origem ao notável documentário Lixo extraordinário.
6. Briga de Trilhas
A coleção The Frick Pittsburgh foi agraciada com Track Brawl em 2000.
A obra de arte, com uma dimensão de 61cm x 50,8cm, tem por nome "Briga de Pista", sendo literalmente uma representação de uma luta entre dois indivíduos que se encontram nos trilhos de um trem.
7. Celebridades Perseguidas pelos Paparazzi
Vik começou a explorar materiais inesperados depois da criação de suas crianças de açúcar, resultando na obra Paparazzi. Vale ressaltar que a famosa cena do chuveiro de Hitchcock foi filmada com xarope de chocolate Bosco em vez de sangue real, pois o líquido não era considerado sangrento o bastante na tela.
A produção de peças de chocolate exige uma rapidez que não é necessária quando se trabalha com açúcar. Se o artista demorar para concluí-las, o chocolate ficará seco e sem o visual desejado.
8. Alberto Korda: Estilo e Inspiração
Vik Muniz deu um toque peculiar ao retrato de Che Guevara ao recriá-lo usando feijão enlatado. O alimento típico da culinária cubana é uma homenagem ao ícone da revolução cubana, que se tornou um dos símbolos mais importantes do país.
Esta peça foi criada em 2000 e tem dimensões de 150,1 cm por 119,9 cm. É relativamente grande.
9. Princípios Fundamental
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Em 1997 foi criado o objeto conhecido como Principia, que mede 18,1 cm de altura e 27,6 cm de largura. Ele é composto por fotografias, vidro estereoscópico, madeira e couro.
A obra Números (1967) de Cildo Meireles foi doada ao MAM do Rio de Janeiro pelo Clube de Colecionadores de Gravura MAM de São Paulo. Esta obra consiste em 100 objetos idênticos numerados, criados por Muniz.
10. A Famosa Torre Eiffel
A série Postcards from nowhere, criada em 2015, traz uma nova versão de Paris por meio do olhar de Vik Muniz. Com recortes de cartões postais, o artista dá forma a um trabalho único e inovador.
Centenas de cartões da cidade luz foram usados para criar a célebre paisagem da capital francesa. Esses cartões foram colados para formar essa maravilhosa visão.
Vik Muniz cria a capa do CD Tribalistas
A capa do álbum “Tribalistas” (2002) foi criada com uma calda de chocolate, e foi feita por um artista plástico convidado pelo trio. Esta capa se tornou uma referência icônica da música brasileira.
" "Como a Educação Pode Auxiliar na Construção de um Futuro Próspero
Vik Muniz explora os processos por trás da criação de seu trabalho para a encomenda de Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Brown. Ele conta detalhadamente os desafios enfrentados e as técnicas utilizadas para criar o resultado final.
A Verdadeira Identidade de Vik Muniz
Nascido em São Paulo no dia 20 de dezembro de 1961, Vik Muniz, como é conhecido no meio artístico, teve uma infância de origem humilde: seu pai era garçom e a mãe telefonista. Vik foi criado principalmente por sua avó até imigrar para os Estados Unidos, onde desenvolveu sua carreira como artista plástico.
As obras de Vik Muniz podem ser encontradas em cidades importantes, como Paris, Los Angeles, São Francisco, Madri, Tóquio, Moscou e Londres – na capital inglesa, há obras suas nos museus Victoria & Albert e Tate Modern.
O MAM de São Paulo e o Museu do Inhotim, em Minas Gerais, exibem obras de arte no Brasil.
Lixo Extraordinário: O Documentário
Vik Muniz embarcou em uma jornada ao retornar à sua segunda casa, o Brasil, para desenvolver um trabalho baseado no Jardim Gramacho, o maior aterro sanitário a céu aberto da América Latina.
O filme foi um grande sucesso, sendo elogiado tanto pelo público quanto pela crítica, até mesmo chegando a ser indicado ao Oscar. Além disso, o documentário recebeu o prêmio do público nos respectivos festivais de Sundance e Berlim.
Vik Muniz contou com a ajuda dos catadores, trabalhadores que recolhem material reciclável, para realizar essa empreitada artística. As imagens dos trabalhadores foram reproduzidas em grande escala com o uso do lixo coletado no local.
Lucy Walker é a cineasta responsável pelo documentário.
O documentário tem 90 minutos de duração e seu resultado está disponível na íntegra. É uma obra prima!
