A Idade Moderna foi iniciada pelo Renascimento, que se desenvolveu entre os séculos XIV e XVII e teve seu início na Itália. Após se estabelecer, o movimento artístico e cultural expandiu-se por toda a Europa. Essa transição marca o fim da Idade Média.
Nesta geração, os grandes artistas Rafael, Michelangelo, Leonardo da Vinci e Giotto se destacaram nas artes plásticas. Na literatura, Camões, Dante, Cervantes e Shakespeare também se destacaram como gênios.
Durante o período de transição entre o feudalismo e o capitalismo, ocorreu um movimento cultural e artístico que abalou as estruturas medievais. Esta fase da história foi marcada por significativas mudanças nas áreas da economia, política, sociedade e cultura.
A Evolução do Renascimento em Três Etapas
O Renascimento é frequentemente subdividido pelos estudiosos em três grandes fases: Trecento, Quattrocento e Cinquecento.
Século XIV: Trecento
No século XIV, o Renascimento teve início. Durante este período, obras literárias de alguns dos mais importantes autores da história foram criadas, incluindo as de Dante, Petrarca e Boccaccio.
O Século XV: Quattrocento
No Quattrocento, houve um ciclo de desenvolvimento artístico que foi vital para as artes plásticas. Neste momento, foram criadas obras-primas de Botticellli e Da Vinci.
O Século XVI: Cinquecento
O Cinquecento foi marcado por particularidades únicas, principalmente devido à intensa influência religiosa. Roma tornou-se um ponto chave para o lançamento de tendências que se estenderam pelo resto da Europa. Na pintura, destacam-se os talentosos Rafael e Michelangelo, e, na literatura, foi a vez de Nicolau Maquiavel brilhar.
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Explorando as Influências do Renascimento
a busca de diversidade cultural, maior presença feminina, enfrentamento das questões raciais, conflitos ideológicos e modernização da literatura. Durante esse período, a diversidade cultural foi incentivada, a presença feminina aumentou, os conflitos raciais foram debatidos e a literatura foi modernizada.
Em oposição ao teocentrismo de outrora, o antropocentrismo assumiu o protagonismo. O homem passou a ser o centro do universo e a vontade humana adquiriu grande importância. Nessa nova era, conhecida como humanismo, o ser humano é valorizado.
Como consequência da ascensão do homem ao centro da cultura, surgiu um hedonismo que colocava o prazer pessoal como prioridade. Isso foi um marco da transição de uma mentalidade de pecado para uma de individualismo. Os homens da Renascença passaram a acreditar que a vida deveria ser vivida intensamente, sem preocupações e com o único objetivo de aproveitar as alegrias terrenas.
Durante o Renascimento, a razão humana se tornou o foco principal da sociedade. Nessa época, houve um avanço no conhecimento em várias disciplinas, tais como: astronomia, matemática, botânica, zoologia e medicina. O desenvolvimento das áreas de astronomia e matemática, que ocorreu durante o Renascimento, proporcionou aos marinheiros a possibilidade de explorar o oceano.
No Renascimento, a ciência se tornou o principal meio de descoberta da verdade, o que foi designado como cientificismo, em contraste com o período Medieval, onde a religião era o caminho para se chegar à verdade. Esta geração estimulou a experimentação, o que resultou em grandes avanços científicos. Grandes pesquisadores, como Nicolau Copérnico, Giordano Bruno, Isaac Newton, Johanes Kepler e Galileu Galilei, foram responsáveis pelos avanços científicos obtidos durante este período.
Conhecendo o Renascimento através de 5 grandes obras
a Capela Sistina, a Mona Lisa e a Escola de Atenas. O Renascimento produziu algumas das mais importantes obras de arte de todos os tempos. O cânone ocidental foi influenciado por grandes artistas desse período, como a Capela Sistina, a Mona Lisa e a Escola de Atenas. Estas criações são marcos da história da arte.
1. A Obra de Leonardo da Vinci - O Homem Vitruviano
Leonardo da Vinci (1452-1519) realizou um estudo denominado Homem Vitruviano, registrado em seu diário, com o intuito de compreender as proporções do corpo humano. Esta iniciativa se enquadrava na visão humanística típica da Renascença, que pela primeira vez colocava o homem como o centro do cosmos.
A obra de Da Vinci, Homem vitruviano, nos mostra dois homens sobrepostos, cada um com uma postura diferente. Esta obra evidencia o interesse do artista por explorar a razão por trás da natureza humana, refletindo o espírito da época pela busca e pela aquisição de conhecimento.
A beleza segundo o padrão clássico, muito admirada pelos renascentistas, também foi capturada pelo desenho.
Da Vinci aspirava a um maior conhecimento das proporções do corpo humano para compreender a estrutura da arquitetura. Ele acreditava que edifícios ideais deveriam seguir as propriedades de proporção e simetria que o corpo humano possui.
Da Vinci achava que o homem era a maior criação de Deus e deveria servir de modelo para o mundo inteiro. Quando desenhou o Homem Vitruviano, ele trabalhava na construção de edifícios na Itália, seu país de nascimento.
2. A Escultura de Davi de Michelangelo
A escolha de Michelangelo (1475-1664) de um corpo humano perfeito para protagonizar sua obra não foi à toa. A figura escolhida, Davi, remete à narrativa bíblica de Davi e Golias.
Durante o Renascimento, o antropocentrismo tornou-se o valor cultural predominante, pondo o homem no centro do universo. Isso se refletiu claramente na arte, como na estátua de Davi feita em mármore maciço e medindo mais de 5 metros de altura, que atesta o grande destaque que o homem recebeu.
A escultura adora o corpo humano e tenta registra-lo nos mínimos detalhes, glorificando a beleza da humanidade. Por outro lado, também pode ser visto como um reflexo do hedonismo, isto é, uma forte atração pelo prazer físico.
Davi, um dos maiores exemplos da arte renascentista, apresenta fortes referências à cultura clássica. Seus criadores procuravam em fontes romanas e gregas para compor suas obras. A estátua possui um corpo musculoso e nu, no mesmo estilo clássico, celebrando a grande obra-prima criada por Deus.
3. A Obra-Prima de Sandro Botticelli: O Nascimento de Vênus
O nascimento da Vênus, um ícone do Renascimento, é uma obra essencial que destaca o renascimento dos temas e valores da cultura clássica greco-romana. Esta tela tornou-se um símbolo importante deste período de renovação artística e intelectual.
O italiano Sandro Botticelli (1445-1510) era conhecido por pintar cenas bíblicas, mas mudou seu estilo após uma visita a Roma. Daí, passou a utilizar na sua obra mitologia grega. Neste quadro podemos ver um personagem importante da Grécia: Zephyrus, o deus do vento.
A arte renascentista foi responsável por uma verdadeira revolução artística, destacando-se a inclinação para elementos da cultura pagã. Esta tendência é refletida na imagem.
Lorenzo, um famoso banqueiro e político do Renascimento, foi o mecenas de Botticelli. Por meio do mecenato, que era uma prática comum naquela época, foi possível proporcionar um notável desenvolvimento no campo das artes. Ele encomendou a peça ao pintor.
Ao observarmos essa tela, saltam aos olhos a valorização da natureza e o emprego da perspectiva/profundidade. Estas características são típicas do período em que a obra foi criada.
4. A Obra-Prima de Brunelleschi: a Cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore
Filippo Brunelleschi (1377-1446) é considerado um dos maiores nomes da arquitetura do Renascimento. O italiano, que começou sua carreira como ourives, tornou-se responsável pelo projeto da icônica cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore, em Florença.
A Igreja foi construída durante o renascimento italiano, que foi marcado por excelentes níveis de prosperidade econômica, provenientes do comércio de lã e seda. Esta construção serviu como um símbolo attesting the grandeur da Itália durante este período.
A obra de Brunelleschi é um testemunho do poderio da Itália no Renascimento, mostrando a capacidade técnica a que chegou graças aos progressos matemáticos.
Durante o Renascimento, houve um aumento na ênfase da ciência e do racionalismo. Os trabalhos de Brunelleschi são uma prova clara disso, com sua obra icônica. Ele calculou cuidadosamente o projeto de uma forma que exigisse poucos andaimes. A sua ideia inovadora foi construir uma cúpula dentro da outra, ambas ligadas por uma escada.
A cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore, cuja construção foi iniciada em 1420 e encerrada em 1436, tinha uma enorme importância como principal igreja de um dos mais grandes aglomerados urbanos da Itália.
5. Rafael - Quadro do Casamento da Virgem
Rafael Sanzio (1483-1520) é uma das principais figuras do Renascimento e produziu a pintura Casamento da Virgem, em 1504, para a família Albizzini. Esta obra é um exemplo da prática do mecenato e foi usada para decorar a igreja de São Francisco em Cittá di Castello.
Rafael, famoso arquiteto e pintor, foi mestre em uma das escolas mais importantes do Renascimento, a de Florença. Junto de Leonardo da Vinci e Michelangelo, ele fazia parte da conhecida tríade de mestres renascentistas.
A primeira obra de fama de Rafael foi o Casamento da Virgem. Utilizando técnicas renascentistas, como o chiaroscuro e o sfumato, ele pintou cenas religiosas inspiradas nos ideais clássicos de beleza, com muita harmonia.
Explorando a Era do Renascimento
O Renascimento surgiu entre 1300 e 1600, abrangendo o século XIV e alcançando os meados do século XVII.
Não há uma data precisa para se marcar o início ou o término do Renascimento. É importante ressaltar isso.
Os grandes centros urbanos da Itália, Florença, Toscana e Siena, foram o cenário inicial do Renascimento. A partir daí, suas tendências artísticas e culturais se espalharam para outras partes da Europa, como Espanha, Inglaterra, Portugal, Alemanha e Holanda.
A Itália foi o epicentro do Renascimento devido à sua localização estratégica e às suas condições socioeconômicas. O país tinha grandes cidades que eram referências para o comércio, além de uma burguesia abastada e uma classe artística que contava com o mecenato dos nobres. Estas condições contribuíram para que o Renascimento tivesse início na Itália.
O Papel do Mecenato na Sociedade
A elite abastada passou a dar suporte financeiro para os artistas, possibilitando que esses criadores pudessem se dedicar totalmente à produção de obras de elevada qualidade. Esse mecenato assegurou o sustento da classe artística, permitindo que eles desenvolvessem suas habilidades sem preocupação com as questões financeiras.
Durante o renascimento, o mecenato foi fundamental para o desenvolvimento da produção artística, que se inspirou em elementos da estética grega e romana, valorizando os ideais classicistas e humanistas.