No século XIV, na Itália, ocorreu a renascença, um momento em que valores greco-romanos antigos foram reavivados na Europa.
Ao longo do tempo, cultura e arte são remodeladas de modo a reavivar ideias clássicas. Há também um foco na humanidade, harmonização e racionalização.
O Renascimento foi uma era notável para o Ocidente, pois trouxe consigo grandes artistas, tais como Leonardo da Vinci e Michelangelo, que criaram obras-primas absolutamente impecáveis.
1. A Mona Lisa, de Leonardo da Vinci
A obra Mona Lisa (ou La Gioconda, no original), criada por Leonardo da Vinci entre 1503 e 1519, é considerada um dos maiores exemplos da arte renascentista. Ela é pintada em óleo sobre uma tábua de madeira, e seu autor, Leonardo da Vinci, é considerado um dos gênios da arte moderna.
"A Mona Lisa" é reconhecida como uma das obras mais importantes da história da arte, devido ao seu caráter enigmático e simétrico. Seu efeito de harmonia é alcançado através de um balanceamento preciso de proporções, composição e contraste entre luz e sombra, conseguido por meio da técnica do sfumato.
Com apenas 77cm x 53cm, a pequena tela que se encontra no Museu do Louvre, em Paris, desperta a atenção de muitas pessoas que buscam conhecer o retrato de uma jovem mulher. Por trás de seu semblante misterioso, ela alterna entre expressões de simpatia e altivez.
2. Michelangelo's 'The Creation of Adam'
A obra "Criação de Adão", de Michelangelo (1475-1564), foi realizada na abóboda da Capela Sistina entre 1508 e 1512 utilizando a técnica do afresco sobre gesso úmido. Esta pintura integra o conjunto de imagens produzidas pelo artista na capela.
Na cena, o artista capturou a sua visão da criação do primeiro homem, Adão. Um homem nu é mostrado deitado com o braço direito estendido, pronto para receber o toque de Deus que o concederia a vida. É a representação de uma imagem poética e profunda, o momento em que o homem primeiro foi criado.
Michelangelo retratou de forma racional a passagem bíblica, característica da época do Renascimento. O manto e os anjos que envolviam a figura divina estavam estruturados para formar o que parece um cérebro, sugerindo um Deus que pensava de maneira lógica e coerente. Estes são os valores que marcaram o Renascimento.
3. A Pintura de Sandro Botticelli, "O Nascimento de Vênus
A obra-prima do Renascimento Italiano, Nascita di Venere, foi pintada por Sandro Botticelli em 1484. Medindo 172,5 x 278,5 cm, ela está atualmente na Galleria degli Uffizi, na Itália. Esta obra-prima foi criada por Botticelli, que viveu entre 1445 e 1510.
Vênus é representada na mitologia romana como a deusa do amor e da beleza. Uma cena específica registra o episódio mítico de sua origem. Nela, a divindade surge das profundezas das águas a bordo de uma concha, apresentando-se como uma jovem linda e etérea, como se de uma ninfa se tratasse. Uma única cobertura, cuidadosamente colocada, desvia o olhar do seu sexo.
Vênus é uma obra de arte de destaque na história da Renascença devido ao seu referenciamento na cultura greco-romana. Esta obra apresenta influência da escultura clássica, como se pode ver na postura corporal da figura representada.
O mestre Botticelli pintou uma obra na qual a beleza e a harmonia, tão valorizadas durante o período, podem ser apreciadas.
4. A Pietá de Michelangelo
Michelangelo foi responsável por uma das esculturas mais emblemáticas do Renascimento: a Pietá (1499). Esta obra-prima, esculpida em mármore, mede 174 x 195 cm e está localizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
O artista esculpiu Virgem Maria em um momento emocionante, mostrando Jesus em seus braços, sem vida. É possível perceber o conhecimento profundo de anatomia ao retratar o corpo de Cristo, suavemente relaxado em seus braços. Maria possui um corpo grande, com a túnica trabalhada em seu drapeado.
A simetria, a valorização do corpo humano e a composição, três importantes valores do Renascimento, tornam a escultura um ícone desta era como símbolo da harmonia da arte.
5. Rafael Sanzio e a Escola de Atenas
A obra de Rafael Sanzio, intitulada originalmente de Scuola di Atenas, é uma das mais famosas. Feita entre 1509 e 1511, a Escola de Atenas é uma pintura em afresco e localizada no Vaticano.
A pintura é uma representação da Academia de Platão, um lugar de sabedoria e aprendizado na Grécia Antiga. O nome é uma homenagem ao filósofo Platão, que foi um dos principais responsáveis pela criação deste ambiente de ensino.
A obra de arte tem como objetivo destacar a razão e o intelecto, além de celebrar diversas figuras de importância na antiguidade clássica.
O artista parece ter uma grande preocupação com a composição da obra, pois ela está repleta de detalhes arquitetônicos e personagens diversos, o que lhe confere uma perspectiva avassaladora.
6. A Obra de Leonardo da Vinci - O Homem Vitruviano
Leonardo da Vinci, eminente artista do renascimento, buscava constantemente a perfeição e simetria em suas obras que retratavam o corpo humano.
Em 1490, Leonardo da Vinci produziu o que se tornaria um emblema do Renascimento: uma figura que seguia as proporções sugeridas pelo arquiteto romano Marcus Vitruvius Pollio, o Vitrúvio. Esta figura foi desenhada em seu diário.
A figura do ser humano é exibida por Leonardo Da Vinci dentro de um quadrado e de um círculo para que se possa observar sua totalidade, exatidão e beleza. Estes valores eram muito admirados durante o período em que o artista viveu.
Além disso, o artista opta por formas quadradas e circulares, que remetem à simetria e harmonia.
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7. A Obra de Michelangelo: Davi
Michelangelo foi responsável por criar uma das obras de arte mais reverenciadas do Renascimento: Davi, produzida entre 1502 e 1504. Esta obra é considerada uma das melhores representações dos ideais deste período.
Esta impressionante escultura é feita em mármore e mede aproximadamente 5 metros de altura, incluindo a base, e pesa cerca de 5 toneladas. Atualmente, a peça encontra-se na Galeria da Academia, um famoso museu italiano.
A obra de Michelangelo retrata a cena bíblica em que Davi vence o gigante Golias e liberta o povo israelense dos filisteus.
O artista obtém sucesso na sua produção, exibindo com perfeição as formas humanas, desde veias e músculos até a expressão facial que transmite concentração e perspicácia.
9. A Primavera de Sandro Botticelli
A obra Primavera, produzida por Botticelli em 1478, tem dimensões de 203 x 314 cm e está exposta na Galeria Uffizzi, localizada em Florença, na Itália.
A família italiana Médici encomendou uma obra de arte para celebrar a chegada da primavera. A pintura traz várias figuras da mitologia greco-romana em um bosque florido.
A obra do renascimento é transmitida com destreza pelo artista, que consegue reproduzir de forma fluida uma cena apresentando um charme e harmonia incomparáveis.
A paisagem, com seu fundo escuro, realça as figuras claras e ambas se relacionam às esculturas da arte clássica típicas da renascença. As pessoas estão inseridas em posturas que remetem a essa estética.
10. Leonardo da Vinci e a Última Ceia
O célebre quadro A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, foi pintado entre 1494 e 1497 e encontra-se no refeitório do Convento de Santa Maria Delle Grazie, em Milão, na Itália. Esta obra possui dimensões consideráveis de 4,60 x 8,80 metros.
Da Vinci foi pioneiro na utilização de uma técnica inovadora para afresco, aplicando os pigmentos no painel já seco. Essa abordagem permitiu que ele criasse com mais liberdade os jogos de luz e sombra na pintura, mas, infelizmente, contribuiu para a sua deterioração a longo prazo.
Esta obra é uma verdadeira obra-prima, pois exibe de maneira única e inovadora a cena bíblica do momento em que Jesus comunica aos seus discípulos a triste notícia de que um deles seria seu traidor - Judas Iscariotes.
Esta perspectiva é usada com grande habilidade, pois traz simetria e direciona o olhar para o rosto de Cristo.
11. Piero della Francesca e Federico de Montefeltro
O retrato de Federico de Montefeltro foi pintado pelo italiano Piero della Francesca (1410-1492) no ano de 1472, e exibe a figura deste homem em perfil com uma expressão neutra. Medindo 47 x 33 cm, o quadro pode ser admirado na Galeria Uffizi, em Itália.
Esta obra é de grande significado para o período, pois apresenta um retrato desprovido de sentimentos, onde o autor utiliza a figura humana para destacar formas geométricas, simetrias, luzes e sombras. Assim, foi criada uma representação que prima pela razão e lógica.
Ao observarmos o sujeito desta obra, notamos que a sua cabeça tem formato cúbico, finalizada por um chapéu vermelho. Ao olhar para o panorama ao fundo, distinguimos uma paisagem com lagos e montanhas. Esta é uma característica comum a outras obras do Renascimento, como a Mona Lisa.
12. Ticiano e a Assunção da Virgem
Ticiano, o renomado artista veneziano do período renascentista (1485-1576), era conhecido por sua habilidade em misturar cores, luzes e sombras para criar quadros impressionantes. Ele era especialista em retratos, que são considerados sua maior contribuição para a arte.
Um dos seus trabalhos mais marcantes é A Assunção da Virgem, um painel monumental concluído em 1518 na Basílica de Santa Maria Gloriosa dei Frari, em Veneza.
A cena que se desenrola na imagem dirige o olhar do espectador para o alto, num movimento ascendente: a mãe de Jesus é erguida ao céu por anjos, enquanto um grupo de apóstolos presencia o milagre.
A luz foi celebrada como uma força reaiscentista, apresentada de cima para baixo como se fosse uma benção de origem celeste. Esta característica pode ser facilmente observada na obra renascentista.
13. Brunelleschi e a Cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore
O Renascimento trouxe uma nova forma de conceber a arquitetura, nos oferecendo obras que combinavam associações matemáticas e a saudação a horizontalidade, que contrastava com a verticalidade excessiva das catedrais góticas.
A localização de Santa Maria del Fiore, na Itália, é uma importante mostra da arquitetura da época. Esta catedral, localizada em Florença, revela os princípios que regiam o desenvolvimento arquitetônico daquele período.
Em 1296, Arnolfo di Cambio começou a construção da Catedral de Santa Maria del Fiori, para a qual o pintor e arquiteto Giotto também forneceu contribuições. No entanto, foi Filippo Brunelleschi quem idealizou a cúpula e concluiu o projeto em 1420. Brunelleschi viveu entre 1377 e 1446.
A partir dos modelos clássicos, como o Panteão romano, o arquiteto obteve sucesso na construção de uma catedral que se destaca pela harmonia, estabilidade e equilíbrio, tornando-se um ícone da arquitetura renascentista.