A pintura é uma das formas de expressão artística mais bem estabelecidas na história da arte ocidental, e vários pintores brasileiros foram notáveis.
Desde a pré-história, a pintura tem sido uma forma de expressão utilizada pelos artistas para representar seus pontos de vista e a realidade da sociedade na qual estão inseridos. Esta manifestação artística é registrada nos vestígios das pinturas rupestres.
A pintura é e sempre foi uma manifestação forte e presente no cenário artístico, mesmo quando outras linguagens surgiram com a chegada da fotografia e a arte contemporânea.
Foram escolhidos 7 artistas brasileiros de grande destaque no campo da pintura. Seus trabalhos foram considerados notáveis e impactantes.
1. A Vida e Obra de Cândido Portinari (1903-1962)
Cândido Portinari é certamente o pintor brasileiro mais conhecido. Ele retrata o povo brasileiro do século XX de uma forma autêntica e única.
Nascente em 1903 no interior de São Paulo, Portinari nasceu em uma fazenda de café na cidade de Brodowski.
Nascido em uma família italiana, desenvolveu sua paixão por arte desde muito jovem e levou essa paixão a sério ao longo de sua vida, pintando intensamente até o último dos seus dias.
As obras de arte do artista abordam questões sociais, retratando o trabalhador rural, destacando a importância da infância e celebrando as tradições populares.
Em "Café", de 1935, Portinari retrata os trabalhadores da roça com robustez. Os seus grandes pés e mãos são representados de forma quase escultural, simbolizando a força de seu trabalho manual.
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2. A Vida e Obra de Anita Malfatti (1889-1964)
Anita Malfatti foi uma pintora brasileira dos primórdios do século XX que se destacou por contribuir de maneira significativa para a consolidação do modernismo no Brasil.
Anita nasceu em São Paulo em 1889, tendo o seu primeiro contato com a pintura a partir da sua mãe, Bety Malfatti. Entre 1910 e 1914 ela se mudou para a Alemanha para aprimorar sua técnica, o que foi muito útil, pois durante este período a Europa estava em grande atividade cultural.
A produção da artista teve grande destaque no cenário da pintura brasileira quando, em 1917, ela apresentou uma exposição com telas inspiradas nas vanguardas modernistas europeias, causando impacto tanto entre o público quanto entre a crítica.
A tela A mulher de cabelos verdes, de 1915, foi exibida na exposição. Ela remete a obra de Paul Cézzane, um pós-impressionista francês, pelas formas simplificadas.
A artista integrou a Semana de Arte Moderna, realizada em 1922, evento que se tornou um dos mais importantes marcos da cultura brasileira.
3. Vida de Georgina de Albuquerque (1885-1962)
Nascida em 1885, Georgina de Albuquerque foi uma das pioneiras a se tornar uma artista reconhecida tanto no Brasil como no exterior.
Georgina era uma artista multifacetada. Ela era pintora, desenhista e professora, tendo um papel fundamental na pintura histórica do Brasil.
Ele foi fortemente influenciado pelo movimento impressionista devido à sua formação na Europa.
Suas obras apresentam temas variados, e é comum o destaque dado às mulheres, retratadas aqui por outra mulher, o que requer um olhar de protagonismo feminino.
O trabalho mais notável de Theresa Rebouças é Sessão do Conselho do Estado, que apresenta Maria Leopoldina como protagonista de uma reunião que antecedeu a histórica Independência do Brasil.
4. Vida e Obra de Arthur Timótheo da Costa (1882-1922)
Proveniente de uma família simples do Rio de Janeiro, Arthur Timótheo da Costa segue os passos de seu irmão mais velho, João Timótheo da Costa, e também se torna artista, tendo um reconhecimento significativo na área de pintura brasileira.
Ele estudou na Casa da Moeda do Rio de Janeiro, e se destacou por seu trabalho artístico. Seus temas iam desde retratos e paisagens, para as quais desenvolvia uma textura, tonalidades e luzes peculiares, como se pode perceber na obra O menino, de 1917.
Atualmente, parte do trabalho de sua autoria pode ser apreciado nos museus Afro Brasil, Pinacoteca e MASP, situados na cidade de São Paulo.
5. Vida e Obra de Maria Auxiliadora (1935-1974)
As obras de Maria Auxiliadora, artista negra e mineira, são marcadas por telas coloridas, repletas de personagens e detalhes.
Nascida em Minas Gerais em 1938, Maria Auxiliadora proveniente de uma família de artistas, decidiu aos 32 anos tornar-se uma artista. Durante sua juventude, mudou-se para São Paulo e trabalhou em diversos empregos, porém não concluiu seus estudos formais.
Nesta tela Bar com gafieira, de 1973, os temas abordados são variados e incluem religiosidade, cultura popular e cenas do dia a dia, criando uma atmosfera de celebração.
Na década de 60, a artista juntou-se ao grupo de Solano Trindade, que focava na promoção da cultura afro-brasileira, revelando cenas e personagens negros sem a presença dos estereótipos raciais.
6. Vida e Obra de Siron Franco (1947-)
Siron Franco, nascido em 1950 em Goiás, é reconhecido por seu trabalho impactante na pintura brasileira. Além disso, também se manifesta artisticamente através de gravura, escultura e instalação.
Em 1974, durante a 12.ª Bienal de Arte de São Paulo, a obra de arte de Paulo Roberto Leal ganhou reconhecimento, resultando na conquista do prêmio de melhor pintor nacional.
O artista, com o objetivo de chamar a atenção para questões sociais, criou a obra Césio, retratando o acidente radiológico com Césio 137 ocorrido em Goiânia, em 1987, e que deixou diversas pessoas no bairro pobre vítimas da negligência hospitalar.
Até os 21 anos, Siron foi morador da região atingida. Ele expressou toda sua tristeza e indignação por meio de uma série de pinturas, usando cores sombrias e contrastantes, exibindo figuras vazadas e diversos elementos simbólicos.
7. Vida e Obra de Iberê Camargo (1914-1994)
Nascido em 1914 no Rio Grande do Sul, Iberê Camargo é um nome de destaque no cenário artístico nacional.
Suas obras possuem uma grande quantidade de vigor e energia, sendo classificadas como pintura abstrato-expressionista. Em algumas pinturas, misturas-se elementos não figurativos com a intensidade emocional do expressionismo.
O fatídico assassinato cometido por Iberê Camargo em 1980 trouxe mudanças profundas na vida e na carreira deste artista. Nota-se que logo após o episódio, sua obra passou a incorporar mais elementos figurativos, o que foi reforçado pela sua absolvição.
No Vento e na Terra I é um trabalho que foi feito logo após um crime, ilustrando uma cena desoladora. A imagem retratada é de uma figura humana deitada com tonalidades escuras e tristes na terra.