Claude Monet (1840-1926) foi um grande artista francês que se destacou no Impressionismo. Muitas de suas obras, produzidas ao ar livre, são consideradas verdadeiras joias da pintura ocidental.
Saiba quais são os dez maiores trabalhos que você já fez!
1. A Meule de 1890
Meules é uma obra-prima impressionista notável, parte de uma série designada Almiares criada pelo artista em 1890. Esta peça é considerada uma chave do Impressionismo.
Monet criou a imagem com tinta óleo, empilhando os cônicos montinhos de trigo, usando suas características pinceladas fluidas, coloridas e de aparência borrada.
O pintor optou por representar uma paisagem aberta, com a Natureza e as luzes do céu como elementos principais.
Em maio de 2019, uma tela do artista foi leiloada pela Sotheby's em Nova Iorque e adquirida por uma família de Chicago por 110 milhões de dólares, estabelecendo um recorde de venda para o artista.
2. Nadando na Lagoa de Lírios de Água (1899)
Em 1983, Claude Monet se viu encantado com a natureza e tomou a decisão de adquirir um terreno em Giverny. Seu trabalho mais famoso talvez tenha sido produzido por essa ocasião.
Inspirado por uma pequena propriedade que ele havia adquirido, com uma lagoa que resultou de um rio afluente do Sena, o trabalho acima foi realizado.
O pintor escolheu uma imagem que capturou a lagoa e a romântica ponte de madeira estilo japonês, que ele próprio colocou em 1893, como coroação do paraíso verde ao fundo. Curiosamente, a obra foi pintada seis anos depois.
"Ao olharmos para a obra, sentimos o equilíbrio entre o caos e a ordem, a tranquilidade e a emoção". Ao observar a obra do pintor, é possível sentir uma aura de tranquilidade e paz. O equilíbrio entre as forças do caos e da ordem, a tranquilidade e a emoção são reforçados e sublinhados, criando uma sensação de plenitude e harmonia com a natureza. Segundo o próprio artista, ao olhar para a pintura, essa sensação se torna ainda mais presente.
"Uma paisagem não fica sob a sua pele em um dia. E então, de repente, tive a revelação de quão encantadora minha lagoa era. Eu peguei minha paleta. Desde então, eu quase não tive nenhum outro assunto."
O quadro, que faz parte de uma série, chama a atenção pelo seu formato vertical (92,7 x 73,7 cm). Ele se destaca dos demais trabalhos da coletânea.
Em 1900, a galeria Durand-Ruel em Paris apresentou doze telas, pintadas a óleo, com títulos similares e com o mesmo tema, variando apenas o ângulo sobre a lagoa. Ao todo, foram realizadas dezoito pinturas.
A obra agora está no acervo permanente do Metropolitan Museum of Art.
3. Mulher Sustentando uma Sombrinha (1875)
Em 1875 Monet pintou o quadro "O Passeio", que se destaca pela presença de duas figuras principais: uma mulher no primeiro plano e um menino no fundo.
Camille, companheira do pintor, e Jean, filho deles de oito anos, foram flagrados em um passeio no campo. Os registros indicam que o momento aconteceu no jardim da casa deles em Argenteuil.
A posição de observação na pintura é uma característica interessante: parece que ela é vista de cima para baixo (será que o pintor estava agachado ou posicionado em uma parte baixa da colina?).
Neste quadro, com o nome de "Sombrinha", a protagonista e o menino são ilustrados em um dia de calor e sol. Ela carrega uma sombrinha, enquanto a criança usa um chapéu. As sombras desses personagens repousam sobre o solo repleto de vegetação. É possível ver claramente a diferença de temperatura entre eles e o ambiente ao redor.
Esta obra de Monet está no acervo da National Gallery of Art, localizada em Washington, desde 1983.
4. Nascer do Sol (1872): Uma Impressão
O quadro Impression, soleil levant de Claude Monet é considerado uma das obras mais emblemáticas do artista francês. O retrato, pintado a partir da vista da janela do Hotel de l'Amirauté na Normandia, nos oferece um vislumbre das primeiras horas de sol na região de Le Havre.
Se estivéssemos diante da superfície reflexiva do mar, a técnica impressionista nos permitiria observar as sombras dos barcos, dos guindastes e das chaminés do estaleiro. O laranja brilhante do sol se destacaria no horizonte e se espalharia pelo espelho do oceano, criando uma vista deslumbrante.
O quadro impressionista, com dimensões 48cm x 63cm, que faz parte do acervo do Museu Marmottan Monet, em Paris, é famoso por ter sido pintado em apenas algumas horas. Sua brilhante tela chama a atenção por onde passa.
5. As Mulheres no Jardim (1866)
Esta obra do pintor francês é uma das poucas que contém personagens reconhecíveis. A tela apresenta um encontro num jardim, capturado com uma luminosidade singular.
A obra de Monet é simplesmente notável. A forma como ele captura a luz do sol passando entre as folhas das árvores é impressionante. Segundo relatos, a companheira de Monet, Camille, serviu de inspiração para as figuras presentes na tela.
A obra-prima, pintada em 1866, medindo 255 cm x 205 cm, encontra-se agora no Museu d'Orsay, em Paris. Esta enorme tela a óleo é uma verdadeira obra de arte.
6. Argenteuil perto de um Campo de Papoulas (1875)
Claude Monet capturou a beleza da paisagem quase deserta de Gennevilliers, localizada ao sudeste de Argenteuil, em um óleo sobre tela de 54 x 73,7 cm. Ele queria eternizar aquele cenário maravilhoso que testemunhou.
Em 1875, durante o verão, Monet foi profundamente tocado pela paisagem que tinha diante de si e, como consequência, pintou-a diversas vezes, diferenciando-a através de diferentes perspectivas. O seu desejo era capturar aquela sensação de arroubo que lhe preenchia o espírito diante daquele horizonte quase sem fim.
Um grande número de obras de Monet está entre o acervo permanente do Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque, incluindo essa obra.
7. Os Lírios da Água: 1919
No final de sua vida, com quase 80 anos, Monet criou uma tela que destacava todo o seu conhecimento e experiência adquiridas durante seu carreira como pintor impressionista. Um dos exemplos mais incríveis desse conhecimento é o uso da técnica na composição do reflexo do céu na água verde do lago.
Essa produção específica de quatro trabalhos do pintor francês foi criada com uma forte intenção comercial, pois logo foram adquiridas por Gaston e Josse Bernheim. Além da tela original, mais três foram criadas com o mesmo tema.
O Metropolitan Museum of Art (Nova Iorque) possui lírios de água em seu acervo permanente.
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8. A Catedral de Rouen e o Portal de Luz Solar (1894)
É impossível não se apaixonar por esta imagem da Catedral de Rouen, situada na cidade de Paris.
Monet foi profundamente encantado com a magnífica aparência da igreja, o que o levou a pintar mais de trinta visões do prédio entre os anos de 1892 e 1893.
As telas do pintor começaram a ser pintadas em Paris, porém foram concluídas na sua propriedade em Giverny, que lhe serviu como inspiração para os seus trabalhos datados de 1894. No ano seguinte, foram expostos na Galerie Durand-Ruel, também em Paris.
Apesar de a textura embaciada característica das pinturas impressionistas, o talento do pintor é evidente pela riqueza de detalhes que ele conseguiu imprimir. A imagem, embora turva, consigue transmitir o jogo de luz e sombra do edifício, devido à incidência dos raios solares.
A Catedral de Rouen tem um Portal ou Luz Solar que mede 99.7cm por 65.7 cm. Esta obra pode ser vista no Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque.
9. As Tuileries de 1876
Em 1876, Victor Chocquet, um colecionador de arte e funcionário aduaneiro, cedeu seu apartamento para o pintor Claude Monet.
O imóvel localizado na rue de Rivoli, nº 198, Paris, era um apartamento de quinto andar que oferecia uma vista privilegiada para o icônico Jardim de Tuileries. O Jardim de Tuileries possui grande significado histórico para os franceses, pois foi o primeiro jardim público da cidade.
Ao contemplar a paisagem que o deixou sem fôlego, o pintor foi inspirado a criar quatro pinturas dedicadas ao local. A primeira delas retratava o jardim com todos os seus elementos, desde as grandes árvores até as estátuas. Ao fundo da pintura, havia os contornos da cidade francesa.
No Museu Marmottan Monet, em Paris, é possível visitar um pedaço especial da capital francesa, retratado em uma peça que ali se encontra.
10. A Estação Saint-Lazare de 1877
Monet se desvia das paisagens campestres para retratar os cenários urbanos, capturando o movimento das pessoas, as formas da cidade e a fumaça dos trens na estação.
O traço impressionista característico ainda é presente, mesmo em um tema diferente da paisagem rural. O artista exalta a luz (verificável no céu e no teto de vidro da estação), e preza pelos detalhes, como os prédios no plano de fundo. Assim, a obra ganha uma dimensão poética.
A Estação de Saint-Lazare, que deu o nome ao famoso quadro de Monet, era um terminal de trens utilizado frequentemente pelo pintor quando precisava viajar para a Inglaterra ou Normandia.
Esta obra faz parte do acervo do Museu d’Orsay, em Paris. Ela é parte de uma série que busca representar a estação de Saint-Lazare.
Explorando as Obras de Monet
O trabalho do pintor francês era caracterizado por alguns traços comuns que aparecem em suas obras, o que nos faz pensar que existiam elementos diretores em sua produção artística.
Vamos conhecer alguns dos pontos marcantes de suas produções:
- “As cores são a alma da natureza.
- Monet costumava pintar telas ao ar livre que tinham como tema principal a paisagem, geralmente praticamente desabitada; A natureza era vista como o principal protagonista de seu trabalho, e estas cenas eram retratadas no cotidiano. Suas pinturas Impressionistas tinham pinceladas leves e cores vivas, criando um ar embaciado e transmite a sensação de que a tela estava turva. O próprio Monet adotava a seguinte filosofia: "As cores são a alma da natureza."
“As cores são minha obsessão, meu divertimento e meu tormento de todos os dias.”
- O trabalho de Monet é caracterizado pela grande importância que se dá à luz, bem como às sombras e reflexos. Ele dedicava muita atenção a cada detalhe, especialmente ao reflexo da água quando pintava lagoas, rios e oceanos.
A Vida de Claude Monet
Oscar-Claude Monet, nascido em 1840, era filho de um simples comerciante. Desde cedo, mostrava grande interesse pela arte da pintura. A família mudou-se para a Normandia quando Monet ainda era uma criança.
Aos 15 anos, Monet foi influenciado por uma tia que admirava a arte, o que o motivou a começar a fazer caricaturas.
Monet foi um grande admirador do trabalho de Eugène Boudin e recebeu sugestões importantes do mestre. Uma delas era "pintar ao ar livre", um estilo bem inusitado naquela época, mas que acabou tornando-se um dos estilos favoritos de Monet.
Aos mais avançados anos, o pintor encontrou-se de volta em Paris, onde lhe foi possível conviver com grandes artistas, como o mestre Renoir. Neste mesmo ano de 1869, os dois brilharam juntos e produziram as primeiras obras que dariam origem ao movimento Impressionista.
Durante toda a sua vida, Claude Monet foi um dos pintores mais proeminentes da Escola Impressionista, sendo consagrado como um dos seus maiores nomes.