No dia 6 de julho de 1907, Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón nasceu em Coyoacán, México. Ela viria a tornar-se conhecida como Frida Kahlo, uma artista única.
Embora os documentos afirmem que Frida nasceu em 1907, ela se gabava de ter nascido em 1910, pois foi o ano da Revolução Mexicana.
Frida tornou-se a "cara do México" por conta de suas polêmicas e controversas pinturas, que possuem um estilo ímpar e muito forte. Não demorou muito para que ela ganhasse fama mundial com suas telas poderosas.
1. A Frida Dupla (1939)
O banco simples, verde e sem encosto proporciona a base para as duas representações de Frida. Cada personagem segura a mão da outra e veste um traje único: enquanto a Frida à esquerda ostenta um traje tehuana tradicional mexicano com camisa azul, a outra se vê em um luxuoso vestido branco europeu com gola alta e mangas espetaculares. Estas duas representações artísticas mostram as diferentes personalidades de Frida.
Logo após o divórcio de Frida Kahlo de Diego Rivera, a pintora retratou-se a si mesma em um autorretrato duplo, com um semblante reflexivo, sombrio e fechado. Como se estivesse refletida em um espelho, as duas Fridas demonstravam o sentimento triste do término do seu grande amor.
Cheias de sofrimento, as duas Fridas retratadas na obra de 1939 exibem os seus corações. A Frida vestida à maneira europeia tem consigo uma tesoura cirúrgica com o seu sangue. Um único fio (e o seu sangue) liga as duas Fridas dentro da tela.
Nas mãos de Frida à direita, um amuleto, provavelmente um retrato de Rivera quando pequeno, é segurado e uma veia delicada surge a partir dele, subindo pelo braço da artista, ligando-se ao coração. A mensagem é clara: Rivera tinha um significado vital para a vida de Frida.
À distância, observamos densas nuvens no horizonte que nos prenunciam uma tempestade próxima.
2. Partida na Coluna (1944)
Esta tela, pintada em 1944, é uma representação da vida da pintora. Ela retrata seu sofrimento após uma cirurgia na coluna vertebral que teve de fazer. A obra é profundamente ligada a esse momento de sua vida.
Nesta pintura, Frida aparece apoiada por uma coluna grega quebrada, cuja cabeça está no topo. Ela veste um espartilho, semelhante ao que usou durante o período de recuperação da cirurgia.
Frida mostrava em seu rosto uma expressão de dor e sofrimento contidas em seu olhar austero e perseverante. Além disso, as lágrimas que escorriam sutilmente de seus olhos exemplificavam a tristeza que ela sentia. Ao fundo, a paisagem mostrava um campo seco e sem vida, que refletia o estado emocional da artista.
Frida teve seu corpo perfurado por pregos, uma forma de mostrar a dor constante que carregava consigo.
Por todo o corpo de Frida, alguns pregos estavam espalhados, mas alguns eram maiores - aqueles que eram colocados nas partes onde ela mais sentia dor. O maior prego de todos foi posicionado bem perto do seu coração.
3. O Hospital Henry Ford de 1932
Esta pintura é profundamente íntima e expressa o momento difícil que Frida Kahlo enfrentou. Ela sempre almejou ter filhos, mas sofreu um aborto espontâneo durante a sua estadia nos Estados Unidos.
Frida enfrentou complicações durante a gestação e os médicos recomendaram seu repouso absoluto. Apesar de todos os esforços, a gravidez não teve êxito e Frida perdeu o bebê. O aborto se iniciou em sua casa, mas foi finalizado no Hospital Henry Ford, cujo nome está inscrito ao longo da cama.
Profundamente abalada, a pintora solicitou que lhe entregassem o feto para que ela o levasse para casa, mas seu pedido não foi atendido. Usando desenhos feitos pelo seu marido e com a ajuda da descrição fornecida pelos médicos, Frida registrou o filho falecido em uma tela pintada em 1932.
Envolto na atmosfera de tristeza, perdemos de vista a pintora até que, no centro da tela, nos deparamos com o feto morto. Ao seu redor, flutuam seis elementos: um caracol (associado pela própria pintora à lenteza do aborto), um gesso ortopédico, o símbolo de uma máquina presumivelmente usada no hospital, um osso da bacia e uma orquídea lilás oferecida por Diego Rivera.
4. A Dor do Veado Ferido (1946)
Em 1946, Frida Kahlo retratou seu próprio rosto misturado ao de um animal em seu quadro O Veado Ferido. Seu olhar é sereno, sem traço de medo ou desespero, e a visão que ela nos oferece é de tranquilidade e profunda conexão.
O veado foi escolhido de forma consciente, pois ele simboliza, ao mesmo tempo, a elegância, a fragilidade e a suavidade.
Nove setas atravessam o corpo do animal, cinco delas a ferindo em seu dorso e quatro próximas à cabeça e pescoço. É possível que tenha sido vítima de um caçador, mas mesmo assim ela segue seu caminho, perseverante e de cabeça erguida.
No comportamento do animal, vemos uma semelhança com Frida, que seguia em frente, não se deixando abater por suas dores, físicas ou psicológicas.
5. Retrato Autorretratado com Vestido de Veludo (1926)
A pintora mexicana Frida Kahlo realizou um autorretrato especial para o seu antigo noivo Alejandro Gómez Arias em 1926. Esta foi a sua primeira obra de arte e é particularmente notável devido ao seu alto número de autorretratos produzidos por Kahlo.
Após o acidente de bonde ocorrido em 1925, Frida precisou se submeter a uma série de cirurgias e ficar presa a uma cama de hospital à beira da morte. Foi a partir deste momento que seu interesse pelos autorretratos se intensificou.
Frida foi entediada com seus movimentos limitados, então, os seus pais tiveram a ideia de instalar um cavalete adaptado sobre sua cama e também trouxeram alguns materiais para pintura. Além disso, eles instalaram espelhos no quarto dela para que ela pudesse se observar sob diferentes ângulos.
“Pinto meus autorretratos porque sou a única pessoa de quem eu sei o bastante para pintar”. Frida passou tanto tempo sozinha que entendeu que seu melhor tema era ela própria. A partir disso, veio a ideia de dedicar-se à pintura de autorretratos. Uma famosa declaração de Frida é: "Pinto meus autorretratos porque posso pintar sobre alguém de quem conheço tudo".
“Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor”
No fundo da obra Autorretrato com Vestido de Veludo, o mar, símbolo da vida, é uma presença destacada. Ao mesmo tempo, uma única nuvem lembra as dificuldades que possam surgir no percurso.
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6. O Meu Nascimento em 1932
Na tela Meu Nascimento, pintada em 1932, Frida Kahlo representa seu próprio parto. A expressiva imagem mostra a mãe protagonista coberta por um lençol branco, como se ela tivesse falecido.
A mãe de Frida, Matilde Calderón, sofreu de depressão pós-parto. Mesmo não podendo amamentar, ela engravidou novamente apenas dois meses depois do nascimento da pintora. Por esse motivo, Matilde teve que entregar Frida para uma ama de leite.
A tela exibe o abandono e a vulnerabilidade sentida pelo bebê ao sair do útero materno sozinho. A criança parece manifestar a independência de sua mãe ao nascer, demonstrando a solidão com que Frida viveria ao longo de sua vida.
Um quadro de Nossa Senhora dos Lamentos foi encontrado no fundo da cama de Frida, o que é significativo dado o profundo catolicismo de sua mãe.
7. Eu e Minha Ama (1937)”
Desde o seu nascimento, Frida foi entregue a uma ama de leite indígena pois a mãe, Matilde Calderón, não tinha leite para amamentá-la. Além disso, há a especulação de que Matilde também tenha passado por um longo período de depressão pós parto e, quando Frida tinha apenas 11 meses, teria dado à luz a outro bebê, Cristina. Na época, a prática de entregar os bebês a um ama de leite era relativamente comum no México.
A imagem perturbadora de Frida, criada em 1937, registra o momento presente em sua vida. Ela é representada com um corpo de bebê e uma cabeça de adulto, enquanto a figura da ama é anônima, carregando uma máscara pré-colombiana. Ao fundo, vemos uma paisagem desconhecida.
Do seio da ama emerge o leite que alimenta a pequena Frida. Ao olharmos para a mama direita da ama, vemos a fartura que ela oferece. Entretanto, ao focarmos na mama esquerda, que hospeda Frida, podemos perceber os mecanismos que direcionam os fluxos até a glândula mamária.
Embora a bebê esteja nos braços da ama, não há nenhum laço de afeto entre elas; elas não trocam olhares.
8. Uma Geração de Memórias: Meus Avós, Meus Pais e Eu (1936)
Frida Kahlo pintou a tela criativa em 1936, que era uma árvore genealógica ilustrada. No centro estava uma pequena menininha, Frida, que tinha aproximadamente dois anos de idade e segurava uma fita vermelha que representava gerações de sua família.
A menina nua, em proporções exageradas, está pisando uma árvore, ligada às suas raízes. Logo acima dela, em uma imagem inspirada na fotografia do casamento, estão os pais da pintora. No ventre da mãe, Frida, ainda um feto, é unida ao cordão umbilical. Logo abaixo do feto está a representação de um óvulo e de um espermatozoide se encontrando.
Frida está entre sua mãe e seu pai. Os avós maternos dela são o Índio Antonio Calderón e sua esposa Isabel González y González, enquanto seus avós paternos são os europeus Jakob Heinrich Kahlo e Henriette Kaufmann Kahlo.
A tela de Frida retrata sua genealogia híbrida, permitindo-nos identificar características físicas herdadas por ela. Por exemplo, suas sobrancelhas grossas e unidas, que provavelmente veio de sua avó paterna.
Na segunda cena, a paisagem muda para uma área verde com cactos típicos da região central do México e uma pequena vila.
9. A União de Frida e Diego Rivera (1931)
No ano de 1931, Frida ofereceu ao seu amigo e mecenas Albert Bender o retrato que leva o nome do casal mais conhecido do mundo das artes plásticas mexicanas.
A pomba que voou sobre a cabeça da pintora Frieda Kahlo era uma mensageira carregando uma faixa escrita por ela mesma. O conteúdo dizia que ela e seu amado marido Diego Rivera haviam pintado aquele retrato juntos na linda cidade de São Francisco, Califórnia, como um presente de amizade para o Sr. Albert Bender, em abril de 1931.
Na época, Frida acompanhava o seu marido, o muralista Diego Rivera, que acabara de se casar com ela. O famoso pintor mexicano havia sido convidado para pintar uma série de murais na Escola de Belas-Artes da Califórnia e na Bolsa de Valores de São Francisco.
Na pintura vemos Diego segurando os seus instrumentos de trabalho na mão direita - os pincéis e a paleta - e Frida, sua acompanhante nessa viagem de trabalho, segurando-lhe a mão esquerda.
Ao observar a pintura, verifica-se que Rivera é o protagonista: sua escala e proporção são maiores do que as da mulher. Na realidade, o pintor era mais robusto e alto do que Frida, cerca de 30 centímetros a mais. Essa diferença em dimensões é clara no quadro.
10. O Bonde de 1929
Em 17 de setembro de 1925, ocorreu um acidente de bonde que mudou a vida de Frida para sempre. Enquanto viajava com o namorado em direção a Coyoacán, o ocorrido foi tão marcante que a pintora eternizou o momento em uma tela pintada em 1929.
Após sofrer um acidente, Frida precisou submeter-se a diversas cirurgias e permanecer deitada em uma cama de hospital por meses. Como consequência, ela precisou parar a sua vida e teve que se adaptar ao novo estilo de pintar, utilizando um cavalete posicionado sobre a cama do hospital. Infelizmente, o acidente também deixou sequelas consideráveis na pintora.
Os cinco passageiros, acompanhados de uma criança, estão tranquilamente sentados no banco, esperando a chegada de seu destino. A única que olha para fora é a criança, observando a paisagem que tem ao seu redor. Curiosamente, um dos prédios carrega o nome La Risa, que em português significa O Riso.
O banco estava cheio de pessoas com posturas diferentes: havia uma mulher indígena sem calçado, um homem trajado de macacão, um casal bem-vestido e uma senhora que parecia dona de casa.
A Beleza de Frida
A obra da pintora mexicana é meticulosamente criativa: suas obras são caracterizadas por tons e cores vibrantes e temas repetidos que tornam a estética dela única.
a reprodução das espécies, as características das espécies e sua diversidade. A reprodução, as características e a diversidade de espécies são assuntos abordados frequentemente.
Retratos Autorreflexivos
. Debilitada devido ao acidente sofrido na juventude, Frida passou muito tempo de cama, e seus pais instalaram um cavalete e espelhos no seu quarto. Ao ficar admirando a própria imagem por longos períodos, resolveu investir na criação de autorretratos. Dentre os mais reconhecidos, estão: Autorretrato com Macaco, Autorretrato com Bonito, Autorretrato com Vestido de Veludo e Autorretrato com Colar de Espinhos e Beija-flor.
Explorando os Temas da Família
O tema do berço de Frida é um dos mais presentes em sua produção artística. Sua pintura Meu nascimento, bem como Meus avós, meus pais e eu, documentam não só a fonte de seu sofrimento, mas também servem como meio de ela ter consciência de sua genealogia e origem.
A Magia do Amor
O grande amor da vida de Frida Kahlo foi indiscutivelmente o muralista mexicano Diego Rivera. Esta ligação avassaladora deu origem a diversas obras que a artista produziu, retratando o casal em telas como Frieda e Diego Rivera, Diego e Eu e Diego em Meu Pensamento.