É quase inacreditável que seja necessário limitar-se a apenas onze canções, tendo em vista o tanto de obras talentosas produzidas pela música brasileira.
Enfrentamos o desafio e selecionamos aquelas que consideramos as composições mais especiais de todos os tempos.
1. Chico Buarque: Construindo o Futuro
Em 1971, Chico Buarque lançou a canção Construção, que se tornou a estrela principal do álbum que carregava o mesmo nome. A letra, de extensão considerável, conta a história de um trabalhador da construção civil.
Quase sempre, a composição recorre à comparação para descrever a rotina do trabalhador. O verbo "como" é utilizado exaustivamente para reforçar essa ideia.
A canção inicia com o trabalhador partindo para outro dia de trabalho e é encerrada de forma trágica e acidental, quando o indivíduo anônimo perde a vida.
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão, atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague
2. A Canção da Garota de Ipanema de Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes
DESCRIÇÃO: Garota de Ipanema é considerado um clássico da música de bossa nova dos anos sessenta. Composta por Antônio Carlos Jobim, para a música, e Vinícius de Moraes, para a letra, ela se tornou um símbolo do verão no mundo todo. Criada em 1962, foi gravada também naquele mesmo ano, em inglês.
Inspirado pela bela Helô Pinheiro, que passava seus dias na praia de Ipanema, localizada na parte sul do Rio de Janeiro, foi criada a famosa música "Garota de Ipanema". Ela era o centro das atenções de todos os homens que a rodeavam.
Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela, menina
Que vem e que passa
Num doce balanço
A caminho do mar
Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar
Ah, por que estou tão sozinho?
Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha
Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor
3. Celebrando Alegria com Caetano Veloso
A icônica canção do tropicalismo brasileiro, composta por Caetano Veloso, transcendeu os muros do tempo e ficou conhecida ao longo de todo período histórico. Letra e música são de autoria do próprio Caetano Veloso.
Em 21 de outubro de 1967, a Marcha foi apresentada no Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, sendo inicialmente rejeitada pela plateia. No entanto, aos poucos conquistou o público presente, mesmo não sendo premiada. A criação da canção Alegria, alegria contribuiu para que Caetano Veloso, anteriormente desconhecido, obtivesse um grande destaque na música brasileira.
Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou
O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não
Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento
Eu vou
Eu tomo uma Coca-Cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil
Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou
Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou
Por que não, por que não?
Por que não, por que não?
Por que não, por que não?
4. Gilberto Gil - Drão
Em 1981, Gilberto Gil criou uma obra-prima para homenagear seu antigo amor, Sandra Gadelha. Apesar de terem vivido juntos durante dezessete anos, inclusive passando por um exílio em Londres durante o regime militar, o casal teve que se separar. Esta música celebra o relacionamento do casal e é um tributo ao amor deles, que resultou em três filhos: Pedro, Preta e Maria.
A criação tem ecos autobiográficos, e possui o poder de transmitir sensações de calma, tranquilidade e reconhecimento, mesmo depois de um divórcio. A letra de Gilberto Gil cria um jogo de palavras entre Drão, apelido carinhoso dado a Sandra por Maria Bethânia, e grão, que ajuda a dissipar a ideia de que o término de uma união precisa significar o fim de todo o vínculo. Por meio desta rima, a música sugere que tais encontros podem ser reinterpretados e que assim surge uma nova relação.
Drão!
O amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura
Quem poderá fazer aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela noite escura
Drão!
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito
Imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Cama de tatame
Pela vida afora
Drão!
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão
Drão!
Drão!
5. Amor Eterno: Uma Canção de Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes
Tom Jobim gostava de parcerias com outros criadores, e esta composição foi mais um belo encontro entre a sua música e a letra de Vinícius de Moraes. Criada em 1959, essa obra é uma homenagem ao amor romântico, escrita por um letrista que era um verdadeiro amante: Vinícius de Moraes foi casado nove vezes e viveu sua vida como um grande apaixonado.
Maysa foi responsável por uma das versões mais famosas da música Eu sei que vou te amar, que já teve diversas gravações e interpretações.
Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida, eu vou te amar
Em cada despedida, eu vou te amar
Desesperadamente
Eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Pra te dizer
Que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua, eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta tua ausência me causou
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida
6. João Batista do Vale e o Carcará
O compositor João Batista do Vale é um exemplo da cultura nordestina. Seu trabalho foi destaque no show Opinião e o tema da sua criação foi o carcará, um tipo de ave de rapina muito comum na região sertaneja. Ele nasceu no Maranhão e, apesar de pobre e pouco instruído, escreveu mais de quatrocentas canções, entre elas a inesquecível Carcará e Pisa na fulô.
Muitos artistas regravaram a famosa canção de Maria Bethânia lançada em 1964, entre eles Zé Ramalho, Chico Buarque e Otto.
Carcará
Lá no sertão
É um bicho que avoa que nem avião
É um pássaro malvado
Tem o bico volteado que nem gavião
Carcará
Quando vê roça queimada
Sai voando, cantando,
Carcará
Vai fazer sua caçada
Carcará come inté cobra queimada
Quando chega o tempo da invernada
O sertão não tem mais roça queimada
Carcará mesmo assim num passa fome
Os burrego que nasce na baixada
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que home
Carcará
Pega, mata e come
Carcará é malvado, é valentão
É a águia de lá do meu sertão
Os burrego novinho num pode andá
Ele puxa o umbigo inté matá
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que home
Carcará
Em 1965, Maria Bethânia realizou uma memorável apresentação. Ela encantou o público com sua performance.
7. Não Há Como Parar o Tempo, de Cazuza e Arnaldo Brandão
Em 1988, Cazuza lançou um álbum cujo carro-chefe era a música criada por ele. Esta versão serviu tanto para criticar a sociedade quanto para expressar seus sentimentos após a queda da ditadura militar que existia no país. A letra era forte e direta, algo que não caiu bem na população ainda muito conservadora da época.
A letra da música "Brasil" é considerada autobiográfica para Cazuza. Um ano antes de criar a peça, ele descobriu que estava infectado pelo vírus HIV, uma doença muito pouco conhecida na época, de alta letalidade.
Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara
Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára
Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não pára
Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando agulha num palheiro
Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não pára
Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não para, não, não pára
8. Toquinho e Maurizio Fabrizio - Aquarela
Toquinho foi o idealizador da primeira parte de uma música que foi utilizada como tema de uma novela da Globo. Quando Maurizio Fabrizio, um italiano morador do Brasil, ouviu a criação de Toquinho, apresentou uma composição similar. Assim, decidiram unir os materiais que tinham para criar Aquarela.
Em 1983, a música Acquarello foi lançada na Itália e conquistou a liderança na lista de rádios. Toquinho traduziu e alterou a letra que, posteriormente, foi apresentada ao Brasil, onde obteve grande sucesso.
Em 1983, o comercial produzido pela fábrica Faber Castell contribuiu para a divulgação e fortalecimento da fama do icônico Toquinho.
Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão
E me dou uma luva
E se faço chover, com dois riscos
Tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando, contornando
A imensa curva norte-sul
Vou com ela viajando
Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Branco navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul
Entre as nuvens vem surgindo
Um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo
Sereno e lindo
E se a gente quiser
Ele vai pousar
Numa folha qualquer
Eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida
De uma América a outra
Consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente a esperar
Pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda nossa vida
E Depois convida
A rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá
Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
Que descolorirá
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
Que descolorirá
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo
Que descolorirá
9. Tim Maia - Sossego
O LP Disco Club de 1978, que contou com a participação da Banda Black Rio, Hyldon e do guitarrista Pepeu Gomes, teve como destaque a música Sossego, de Tim Maia. A canção, que foi inspirada no soulman norte-americano Booker T e sua canção Boot leg de 1956, foi a responsável por tornar o álbum um sucesso.
O tijucano foi um grande sucesso com a música "Sossego", que se tornou uma presença constante nas baladas do Rio de Janeiro.
Ora bolas, não me amole
Com esse papo, de emprego
Não está vendo, não estou nessa
O que eu quero?
Sossego, eu quero sossego
O que eu quero? Sossego!
O que eu quero? Sossego!
O que eu quero? Sossego!
O que eu quero? Sossego!
Ora bolas, não me amole
Com esse papo, de emprego
Não está vendo, não estou nessa
O que eu quero? Sossego!
O que eu quero? Sossego!
O que eu quero? Sossego!
O que eu quero? Sossego!
O que eu quero? Sossego!
O que eu quero? Sossego!
O que eu quero? Sossego!
O que eu quero? Sossego!
O que eu quero? Sossego!
10. Jorge Ben - País Tropical
A música de Wilson Simonal se tornou célebre em julho de 1969, quando foi lançada sua primeira versão. Esta música se encaixava perfeitamente na realidade política que o Brasil vivia, já que a letra acentuava a ideologia da ditadura militar, que havia assumido o comando do país desde 1964.
Gal Costa também gravou uma versão de "Canção", bem como Ivete Sangalo, alguns anos depois.
Moro num país tropical, abençoado por Deus
E bonito por natureza, mas que beleza
Em fevereiro (em fevereiro)
Tem carnaval (tem carnaval)
Tenho um fusca e um violão
Sou Flamengo
Tenho uma nêga
Chamada Tereza
Sambaby
Sambaby
Sou um menino de mentalidade mediana
Pois é, mas assim mesmo sou feliz da vida
Pois eu não devo nada a ninguém
Pois é, pois eu sou feliz
Muito feliz comigo mesmo
Moro num país tropical, abençoado por Deus
E bonito por natureza, mas que beleza
Em fevereiro (em fevereiro)
Tem carnaval (tem carnaval)
Tenho um fusca e um violão
Sou Flamengo
Tenho uma nêga
Chamada Tereza
Sambaby
Sambaby
Eu posso não ser um band leader
Pois é, mas assim mesmo lá em casa
Todos meus amigos, meus camaradinhas me respeitam
Pois é, essa é a razão da simpatia
Do poder, do algo mais e da alegria
Sou Flamê
Tê uma nê
Chamá Terê
Sou Flamê
Tê uma nê
Chamá Terê
Do meu Brasil
Sou Flamengo
E tenho uma nêga
Chamada Tereza
Sou Flamengo
E tenho uma nêga
Chamada Tereza
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11. Giz no Chão
Com letra e música de autoria de Zé Ramalho, Chão de giz narra o término de um relacionamento amoroso. Inspirada em Drão, de Gilberto Gil, essa música de cunho autobiográfico nos ajuda a compreender a distância entre duas pessoas que um dia se amaram.
Para Zé Ramalho, o caso de Chão de Giz foi motivo de grande tristeza. Isto porque a mulher de quem ele se apaixonou estava casada e era influente, fazendo com que ela não quisesse abandonar seu relacionamento para ficar com o rapaz que havia conhecido durante o Carnaval. Para ela, foi apenas um "caso de um momento", mas para Zé Ramalho foi o suficiente para deixá-lo profundamente abalado.
Músicas já foram regravadas por vários artistas como Elba Ramalho e Zeca Baleiro.
Eu desço dessa solidão
Espalho coisas
Sobre um Chão de Giz
Há meros devaneios tolos
A me torturar
Fotografias recortadas
Em jornais de folhas
Amiúde!
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes
Disparo balas de canhão
É inútil, pois existe
Um grão-vizir
Há tantas violetas velhas
Sem um colibri
Queria usar, quem sabe
Uma camisa de força
Ou de vênus
Mas não vou gozar de nós
Apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom
Agora pego
Um caminhão na lona
Vou a nocaute outra vez
Pra sempre fui acorrentado
No seu calcanhar
Meus vinte anos de boy
That's over, baby!
Freud explica
Não vou me sujar
Fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes
Já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo
É assunto popular
No mais, estou indo embora!
No mais, estou indo embora!
No mais, estou indo embora!
No mais!
Descubra o álbum de estúdio original.
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