Não sabe por onde começar a sua jornada de leitura nos clássicos da literatura? Ou acha que já é hora de reler as obras que mais gostou? Não se preocupe: aqui você vai encontrar as melhores indicações para começar ou voltar aos grandes clássicos da literatura!
Nosso objetivo é te inspirar, por isso reunimos os grandes clássicos da literatura brasileira. Nós desejamos que vocês aproveitem a leitura!
1. Verbo amar: uma reflexão de Mário de Andrade
Mário de Andrade, pioneiro modernista, escreveu seu primeiro romance entre 1923 e 1924, publicando-o em 1927.
A obra conta a história de Elza, também conhecida como Fräulein, uma alemã de trinta anos que é contratada para ensinar uma forma clássica de amor a um adolescente. O cenário da narrativa é o lar de uma família burguesa paulista que teme que o filho mais velho se envolva de forma apaixonada, perdendo a razão.
Para preparar o menino para a vida afetiva, Carlos contratou Fräulein como professora de alemão, música e governanta.
A obra ousada de Mário de Andrade apresenta um enfoque transgressor e inovador, abordando temas considerados tabu na época, como a presença da mulher na família, trazendo à tona inúmeras questões sociais.
2. A Bela História de Amor de Dias Gomes
Inicialmente escrita para o teatro, a obra de Dias Gomes em 1962 conquistou um grande sucesso, o que a levou a se tornar um livro. Além disso, foi adaptada também para a televisão (novela e minissérie) e para o cinema.
Em O Bem-Amado, o autor Dias Gomes expõe uma crítica social profunda sobre a política brasileira através do protagonista Odorico Paraguaçu. A cidade fictícia de Sucupira é usada como uma metáfora para retratar a realidade brasileira.
A história é contada com muito humor, mostrando personagens desacomodadas e de ética duvidosa, iluminando a preocupante realidade da corrupção que assola o país há tempos.
3. A Ocorrência em Antares por Érico Veríssimo
O livro "Incidente em Antares", de Érico Veríssimo, é uma obra clássica da literatura brasileira para quem admira o realismo mágico. Não perca essa última publicação do escritor gaúcho.
A obra tem como ponto de partida uma greve geral que paralisou uma pequena cidade do Rio Grande do Sul durante a ditadura militar. Isto impediu que sete corpos fossem enterrados, e os falecidos saíram dos seus caixões para caminharem pela cidade, gerando uma série de complicações.
A obra, com momentos extremamente engraçados, faz uma acurada análise da política brasileira.
4. A Vida em um Quarto de Despejo: Relatos de Carolina Maria de Jesus
O primeiro livro de Carolina Maria de Jesus, publicado em agosto de 1960, foi Quarto de Despejo. Uma mãe solteira, negra, vivendo nas favelas e com pouco acesso à educação formal, Carolina narrou sua luta diária para sobreviver.
Neste livro, Carolina relata seu dia a dia na favela do Canindé, São Paulo, entre julho de 1955 e janeiro de 1960. Ela descreve sua luta para sustentar a família em um cenário de grande pobreza e carências.
O livro serviu como uma importante denúncia da realidade social, trazendo à luz um assunto que estava escondido.
5. A Obra Teatral 'Auto da Compadecida' de Ariano Suassuna
Auto da Compadecida foi escrita em 1955 e estreou na encenação um ano depois. Após décadas, a obra ainda se mantém viva, sendo adaptada para minissérie e filme, o que prova que os clássicos não perdem o seu valor.
A obra regionalista mostra as aventuras dos grandes amigos João Grilo e Chicó se desenrolando no sertão nordestino. O texto é fácil de ler, graças ao uso da linguagem oral.
A obra trata, de forma divertida, da complicada situação na região nordeste e dos recursos que os amigos inventam para lidar com a pobreza.
6. João Cabral de Melo Neto: Morte e Vida Severina
João Cabral de Melo Neto escreveu um longo poema entre 1944 e 1945.
O protagonista Severino, como tantos outros, precisa viajar do sertão ao litoral para obter alimento e evitar a morte. A história descreve esse percurso.
Ao longo do poema, o percurso narra a jornada de um indivíduo de um interior miserável à Recife, enquanto retrata a realidade cotidiana vivida na capital com a esperança de conquistar novas oportunidades.
7. O Alienista, de Machado de Assis
Machado de Assis é responsável por vários clássicos da literatura brasileira, dentre eles podemos destacar O Alienista, publicado em 1882. Considerado uma das mais importantes obras do autor, destaca-se como um grande marco da literatura nacional.
O protagonista desta história de 13 capítulos é o conceituado médico Dr. Simão Bacamarte. Depois de se formar no exterior, ele regressa ao Brasil e estabelece-se numa vila, onde passa a examinar pacientes que sofrem de distúrbios mentais.
O brilhante trabalho estimula uma discussão a respeito do limite entre razão e insanidade.
8. Alegria Escondida de Clarice Lispector
Certamente, o nome de Clarice Lispector não pode faltar em nenhuma lista de clássicos brasileiros, pois ela é um dos maiores nomes da literatura do país. Deixar de incluí-la seria uma verdadeira transgressão.
Clarice Lispector é indubitavelmente conhecida por suas obras memoráveis que ainda são válidas até os dias de hoje. Felicidade Clandestina foi apenas um dos títulos que poderiam ter sido escolhidos para representar sua escrita.
Lançado em 1971, Felicidade Clandestina agrega 25 contos com tramas desenvolvidas nos Estados de Pernambuco e Rio de Janeiro, na década de 1950 e 60. Seus relatos são pontuados por temas pessoais do autor, como a solidão, o saudosismo e as incertezas existenciais.
9. O Mundo dos Capitães de Areia de Jorge Amado
Capitães de Areia, de Jorge Amado, publicado em 1937, é um grande clássico da literatura brasileira. A obra se tornou emblemática por sua contundente crítica social à realidade nacional.
O grupo de crianças abandonadas que se intitula Capitães de Areia é o foco da narrativa setecentista de Salvador. Estes indivíduos infelizes, vulneráveis e desamparados, enfrentam a escassez de alimentos e acabam ingressando na violência, cometendo furtos na cidade.
10. Graciliano Ramos: Vidas Secas
Vidas Secas, obra lançada em 1938, faz parte da segunda fase do modernismo.
O romance, que descreve a realidade do sertão nordestino, usa uma linguagem seca e precisa para expressar uma crítica social severa.
As dificuldades de Fabiano, sua mulher, Sinhá Vitória, e seus filhos desconhecidos, foram acompanhadas enquanto fugiam da severa seca na busca por uma vida melhor.
11. A Obra de José de Alencar: Lucíola
José de Alencar é o autor da obra clássica Lucíola, publicada em 1862. Esta romance urbano é ambientado no Rio de Janeiro e traz a história de amor proibido entre Paulo e a cortesã Lúcia.
O jovem Paulo, ingênuo e recém-chegado de Olinda, se apaixona por Lúcia sem conhecer sua profissão. Assistimos a um amor conturbado que rompe barreiras e desafia os preconceitos.
Com uma narrativa envolvente, Lucíola nos permite reviver aquele momento da história, destacando os estigmas sociais presentes naquele século. A fotografia de época, aliada à bem contada história, garante uma experiência única e inesquecível.
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12. Rachel de Queiroz e o Quinze
O raro evento de ver o primeiro livro de um autor se tornar um clássico aconteceu com O Quinze, obra de Rachel de Queiroz publicada em 1930.
Contado em Fortaleza, com elementos neorrealistas, essa história é delineada contra o cenário da seca histórica que atingiu o estado em 1915.
Com o drama coletivo à sua volta, Conceição, a protagonista, uma professora, presencia de perto a profunda tragédia. Esta experiência se torna ainda mais intensa ao se misturar com o seu próprio drama individual.
13. Lima Barreto e Clara dos Anjos
O romance social Clara dos Anjos aborda questões polêmicas, como o racismo, o sexismo e os casamentos por interesses.
Clara, personagem da última obra escrita por Lima Barreto, que foi publicada em 1948 após a sua morte, é uma menina mulata de origem pobre que cresceu no subúrbio carioca. A narrativa se passa no Rio de Janeiro.
Nascida em uma família de baixa renda, com um carteiro e uma dona de casa, a jovem enfrenta desafios quando se enamora, devido ao estigma social relacionado à sua herança e cor da pele.
14. Carlos Drummond de Andrade e a Rosa do Povo
A Rosa do Povo, único exemplar desta lista relacionada à poesia, apresenta 55 poemas clássicos do poeta Carlos Drummond de Andrade, escritos entre 1943 e 1945.
Criado durante a Segunda Guerra Mundial, os versos de seu trabalho trazem um tom engajado e político.
Nesta coletânea está contida a obra mais extensa de um dos maiores poetas brasileiros, reunindo em si uma seleção de poemas que o leitor pode usar para conhecer melhor o trabalho deste autor.
15. Recordações de um Sargento das Milícias de Manuel Antônio de Almeida
Ficar preso à história de Memórias de um sargento de milícias é facílimo. Esta obra, originalmente escrita em formato folhetim entre 1852 e 1853 e publicada posteriormente em formato de livro no ano seguinte, acompanha a trajetória de seu protagonista, Leonardo.
Conhecemos a trajetória do protagonista ao longo das páginas: desde uma criança bagunceira, tornou-se um malandro e, surpreendentemente, alcançou estabilidade ao se tornar sargento de milícias.