A obra The boy in the striped pyjamas foi publicada nos dois países lusófonos com os títulos O menino do pijama listrado (Brasil) e O rapaz do pijama às riscas (Portugal).
A obra de John Boyne, publicada em mais de vinte países, recebeu grande destaque de público e crítica. Inicialmente, ela foi vendida como literatura infanto-juvenil, mas foi considerada um romance para jovens.
O livro "The boy in the striped pyjamas" foi um sucesso mundial, ficando durante semanas no topo da lista de mais vendidos do New York Times e atingindo a marca de 9 milhões de exemplares vendidos.
A Miramax adaptou o livro para o cinema em 2008.
Concisão do Tema
Shmuel e Bruno, ambos de nove anos de idade, nasceram no mesmo dia. Esta história, dividida em vinte capítulos, conta a jornada dos dois meninos: Shmuel, um judeu preso em um campo de concentração, e Bruno, filho de um nazista.
Quando o pai de Bruno, um oficial nazista, foi transferido, a família deixou a luxuosa casa onde viviam em Berlim e se mudaram para o campo. A narrativa tem início nesse ponto.
Ralf e Elsa eram os pais de Gretel e Bruno. Gretel era a filha mais velha e Bruno, o caçula da família. Os quatro constituíam a família do garoto.
A casa nova, menor e com três andares, destacava-se num local ermo e desabitado. Embora não mencionado, era teoricamente localizada em Auschwitz.
Bruno, com seu olhar ingênuo e puro, fica desiludido com a mudança e questiona a mãe sobre a decisão tomada pelo pai.
“Não temos o luxo de achar coisa alguma”, disse a mãe, abrindo a caixa que continha o jogo de sessenta e quatro taças com o qual o vovô e a vovó a haviam presenteado por ocasião do casamento com o pai. “Há pessoas que tomam todas as decisões em nosso nome.” Bruno não sabia o que ela queria dizer com isso e fingiu que a mãe nada dissera. “Acho que isso foi uma má ideia”, ele repetiu. “Acho que o melhor a fazer seria esquecer tudo isto e simplesmente voltar para casa. Podemos considerar que valeu como experiência”, acrescentou ele, frase que aprendera recentemente e que estava determinado a empregar com a maior frequência possível."
Da janela do quarto de Bruno se podia ver uma cerca, onde havia várias pessoas de roupas listradas, que ele acreditava serem pijamas.
A família de Ralf não sabia, mas o motivo pela qual ele mudou foi porque ele foi nomeado para comandar o campo de concentração.
Durante uma das suas caminhadas em volta da casa, Bruno conheceu Shmuel, um menino que logo estabeleceu uma grande amizade com ele, apesar de estarem separados por uma cerca.
A amizade entre Bruno e Shmuel aumenta a cada dia. O menino judeu encontra em Bruno seu único companheiro na área enquanto Shmuel tem em Bruno uma chance de escapar de seu horrível cotidiano.
Pouco a pouco, Bruno descobre o trabalho de seu pai e vê o que está acontecendo em volta de sua casa.
Shmuel, em desespero por não ter notícias do pai, foi auxiliado por Bruno, que se vestiu com um pijama listrado para conseguir entrar no campo de concentração.
Bruno e Shmuel, juntamente com todos os outros judeus presentes no campo, sofreram um destino trágico ao serem assassinados.
A família de Bruno entra em desespero quando ficam sem notícias do garoto. O pai, sabendo internamente que era responsável pela morte de Bruno, sofre ainda mais com a ausência.
O pai ficou em Haja-Vista por mais um ano depois daquilo e acabou sendo hostilizado pelos outros soldados, nos quais mandava e desmandava sem escrúpulos. Todas as noites ele dormia pensando em Bruno e quando acordava estava pensando nele também. Um dia ele formulou uma teoria sobre o que poderia ter ocorrido e foi novamente até o ponto na cerca onde as roupas haviam sido encontradas um ano antes.
Não havia nada de especial naquele lugar, nada de diferente, mas então ele explorou um pouco e descobriu que naquele ponto a parte de baixo da cerca não estava tão bem fixada ao chão quanto nas demais, e que, quando erguida, a cerca deixava um vão grande o bastante para uma pessoa pequena (como um menino) conseguir passar por baixo rastejando. Ele olhou para a distância e seguiu alguns passos lógicos e, ao fazê-lo, percebeu que as pernas não estavam funcionando direito – como se não pudessem mais manter seu corpo ereto – e acabou sentado no chão, quase na mesma posição em que Bruno passara as suas tardes durante um ano, embora sem cruzar as pernas sob si.
Ralf voltou ao lugar onde seu filho tinha passado muito tempo. Ele se coloca na mesma posição que o menino e sente o mesmo que ele experimentou, vendo a paisagem da mesma forma.
Quando o oficial notou a cerca destruída, que permitiu a passagem de um menino, ele compreendeu que o veneno que ele espalhava diariamente contra os presos do campo de morte também atingira a sua própria família.
Ralf foi acometido pela tristeza, pois sabia que nenhuma ação poderia trazer de volta a vida de Bruno.
Alguns meses mais tarde alguns soldados vieram a Haja-Vista, e o pai recebeu ordens de acompanhá-los, e foi sem reclamar, contente de ir com eles, pois não se importava com o que lhe fizessem agora.
Examinando a Análise
John Boyne, o autor, tem o mérito de contar a história com uma abordagem muito particular: o olhar inocente e ingênuo das crianças, que suaviza os assuntos mais difíceis e pesados.
O Menino do Pijama Listrado foi inicialmente projetado como um livro infanto-juvenil, mas acabou por se tornar um clássico que conquista leitores de todas as idades. A obra oferece diversas possibilidades de leitura e interpretação, o que a torna cativante para todos os públicos.
Os inúmeros relatos sobre o cotidiano da guerra ganham um novo significado quando, através dos olhos de uma criança, são descritas as atrocidades cometidas pelo homem. Esta narrativa se destaca entre as outras justamente por essa característica.
Nosso senso de confiança e desconfiança nos homens é evocado simultaneamente através da história do menino do pijama listrado.
Testemunhamos os horrores cometidos pelo pai de Bruno, um oficial nazista, bem como a frieza da administração dos campos de extermínio. Porém, ficamos encantados com a inocência de Bruno, que não era capaz de ver nas vítimas do campo, algo mais além de meras pessoas vestindo pijamas de listras.
Apesar de existir uma cerca e as condições de vida serem diferentes, Bruno enxerga Shmuel como um igual.
Apesar de ter uma família presente e uma situação financeira estável, os laços entre Shmuel e seu tutor são impregnados de igualdade, respeito e compreensão. Esta condição é algo inimaginável para Shmuel.
Os dois meninos são amigos, independentemente das barreiras religiosas, sociais e políticas.
No final do livro, duas emoções distintas se misturam.
O leitor é cruelmente testemunha da tragédia da morte de duas crianças inocentes, que ficaram vítimas de um conflito entre nações que não lhes dizia respeito. A devastação causada pelo massacre, onde elas perderam as suas vidas, é absolutamente desnecessária.
O autor procura acalmar o sentimento de desolação que o texto instiga, afirmando que o ocorrido está distantemente no passado e que nunca mais será repetido.
E assim termina a história de Bruno e sua família. Claro que tudo isso aconteceu há muito tempo e nada parecido poderia acontecer de novo.
Não na nossa época.
Boyne, sem nenhuma ascendência judaica, demonstra preocupação em reconstruir a história para evitar que as atrocidades se repitam.
Muitos escritores, cineastas e dramaturgos têm como objetivo ético e político relembrar o passado para aqueles que não tiveram a chance de presenciá-lo pessoalmente. Junto do autor, eles buscam disseminar essa memória.
No hall dos grandes clássicos, 'O menino do pijama listrado' é um relato comovente que mantém viva a memória.
A Origem do Livro
O romance The boy in the striped pyjamas obteve um grande sucesso a nível mundial, tendo sido traduzido para mais de vinte línguas diferentes. O autor, John Boyne, vendeu impressionantes 5 milhões de cópias da obra.
The boy in the striped pyjamas recebeu críticas entusiastas de meios de comunicação especializados.
"Um livro maravilhoso."
The Guardian
"Intenso e perturbador [...] pode-se tornar uma introdução tão memorável ao tema como O diário de Anne Frank foi em sua época."
USA Today
"Um livro tão simples e tão bem escrito que beira a perfeição."
The Irish Independent
O livro foi alvo de elogios por parte da crítica e conquistou dois Irish Book Awards.
Em outubro de 2007, a editora Companhia das Letras lançou o livro, traduzido por Augusto Pacheco Calil, através do selo Seguinte. O lançamento ocorreu no Brasil.
A tradução para o português foi realizada por Cecília Faria e Olívia Santos e foi publicada pela Edições Asa em janeiro de 2008.
O autor, que não mantém qualquer vínculo com o judaísmo, confessou numa entrevista que só teve acesso a Auschwitz após a publicação do livro.
Boyne nunca anteviu que teria como tema para um livro o Holocausto.
“Eu comecei a me interessar pelo assunto aos 15 anos de idade, e li muitos livros por toda a minha vida, mas nunca soube que escreveria um romance (...)
Foi ótimo encontrar leitores para a minha obra. Eu nunca achei que ele [o livro The boy in the striped pyjamas] fosse melhor que os outros, mas sempre achei que ele encontraria uma audiência maior, e ele me deu muita liberdade como escritor”
Mais sobre o assunto
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Encontre o Escritor John Boyne
John Boyne nasceu na Irlanda no dia 30 de abril de 1971. O autor fez seus estudos em literatura inglesa no Trinity College, em Dublin, e também em escrita criativa na Universidade de East Anglia, em Norwich, Inglaterra.
Desde jovem, Boyne tinha o sonho de se tornar um escritor. Quando tinha 19 anos, começou a criar histórias, porém, só conseguiu publicar seu primeiro livro depois de dez anos. Por volta dos 25 anos, ele trabalhou durante 7 anos como livreiro, até os 32 anos.
John publicou The boy in the striped pyjamas aos 35 anos de idade, tendo já três romances anteriores.
O irlandês possui 11 obras de ficção para adultos e 3 para crianças. Estes incluem:
Histórias de Amor
- 1. The Thief of Time by John Boyne
- 2. The Congress of Rough Riders by Next of Kin
- 3. Crippen by John Boyne
- 4. Mutiny on the Bounty by The House of Special Purpose
- 5. The Absolutist by John Boyne
- 6. This House is Haunted by John Boyne
- 7. A History of Loneliness by John Boyne
- 8. The Heart's Invisible Furies by John Boyne
- 9. A Ladder to the Sky by John Boyne
Livros para Crianças
- 1. Noé Barleywater Foge
- 2. O Terrivel Acontecimento com Barnaby Brocket
- 3. Fique onde Está e Depois Vá
- 4. O Garoto no Topo da Montanha
- 5. O Garoto de Pijama Listrado
O autor, conhecido pela sua escrita de ficção tanto para adultos quanto para crianças, é também crítico literário para o The Irish Times e membro do júri do Henerry Literary Awards. Sua obra foi traduzida para mais de 50 países.
John atualmente reside em Dublin, onde escreve.
Assista a um Filme
O filme The boy in the striped pyjams, produzido pela Miramax, foi lançado em 12 de dezembro de 2008. Suas filmagens, entretanto, foram realizadas entre 29 de abril e julho de 2007.
Mark Herman dirigiu e adaptou o longa que custou mais de doze milhões e meio de dólares. Se trata de um drama com base no best-seller de John Boyne de um ano antes.
Uma interessante observação: nos livros, o menino tem pais com nomes (Ralf e Elsa), mas no filme eles são referidos somente como "pai" e "mãe".
O autor do livro expressou sua gratidão por ter tido a chance de participar ativamente na produção do filme. Em uma entrevista, ele disse:
"Eu trabalhei bem próximo do diretor Mark Herman e dos produtores. Não é comum para muitos autores, mas eu tive uma relação positiva com a equipe que fez o filme."
Principais Atores/Atrizes
- Interpretação:
- Asa Butterfield como Bruno;
- Vera Farmiga como mãe;
- David Thewlis como pai;
- Jack Scanlon como Shmuell;
- Richard Johnson como avô.
Assista ao Vídeo Promocional