"O Alienista" de Machado de Assis


Escrito por Rebeca Fuks

Publicado originalmente em 1882, o clássico Alienista, escrito pelo brasileiro Machado de Assis, divide-se em 13 capítulos e aborda a tênue linha entre a racionalidade e a loucura.

Revisão do Resumo

O grande Dr.Simão Bacamarte é o protagonista desta história, que acontece na vila de Itaguaí. Sendo considerado o maior médico do Brasil, Portugal e das Espanhas, o Dr.Bacamarte foi formado em Coimbra e, aos trinta e quatro anos, retornou ao Brasil.

Dr.Bacamarte casou-se com a Senhora Evarista da Costa e Mascarenhas após 6 anos. Apesar de não ser bonita nem simpática, o rigoroso médico justificou sua decisão.

D. Evarista reunia condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes. Se além dessas prendas,—únicas dignas da preocupação de um sábio, D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte.

Embora o casal não tenha tido filhos, o médico dedicou todo o seu tempo para a investigação da medicina, com ênfase na mente humana.

Depois, o Dr.Bacamarte solicitou à Câmara a autorização para construir uma espécie de hospício, pois os pacientes com transtornos mentais eram mantidos confinados em suas próprias residências.

Após a aprovação do projeto, a construção da Casa Verde começou na Rua Nova. Esta casa possui cem janelas, um pátio e alguns cubículos para tratamento de pacientes. O nome foi escolhido em homenagem à cor das janelas, que era verde.

Durante uma semana de celebração, a inauguração da casa teve lugar. O local começou a atender pessoas com transtornos mentais, e o médico passou a analisar a loucura - seu grau, características e métodos de tratamento.

Devido ao aumento do número de pacientes que vinham de cidades próximas, o Dr.Bacamarte decidiu ampliar o espaço da Casa Verde. O asilo abrigava todos os tipos de enfermos mentais, como monomaníacos, afetados por desilusões amorosas ou sofrendo de esquizofrenia.

o alienista procedeu a uma vasta classificação dos seus enfermos. Dividiu-os primeiramente em duas classes principais: os furiosos e os mansos; daí passou às subclasses, monomanias, delírios, alucinações diversas. Isto feito, começou um estudo aturado e contínuo; analisava os hábitos de cada louco, as horas de acesso, as aversões, as simpatias, as palavras, os gestos, as tendências; inquiria da vida dos enfermos, profissão, costumes, circunstâncias da revelação mórbida, acidentes da infância e da mocidade, doenças de outra espécie, antecedentes na família, uma devassa, enfim, como a não faria o mais atilado corregedor. E cada dia notava uma observação nova, uma descoberta interessante, um fenômeno extraordinário. Ao mesmo tempo estudava o melhor regímen, as substâncias medicamentosas, os meios curativos e os meios paliativos, não só os que vinham nos seus amados árabes, como os que ele mesmo descobria, à força de sagacidade e paciência.

À medida que o tempo passava, Dr.Simão Bacamarte tornou-se cada vez mais obcecado por seu projeto de vida. Dedicava-se mais ao seu trabalho com os doentes, redigia mais anotações sobre as pesquisas e quase não dormia ou comia.

A população de Itaguaí ficou surpresa com a internação do primeiro doente, Costa, um herdeiro de renome. Em seguida, internaram-se a prima do Costa, o Mateus albardeiro, o Martim Brito, o José Borges do Couto Leve, o Chico das Cambraias e o escrivão Fabrício. Todos foram diagnosticados como insanidade mental e condenados ao exílio na Casa Verde.

Cerca de trinta pessoas lideradas pelo barbeiro se levantaram em rebelião e se dirigiram à Câmara. O pedido de protesto, contudo, não foi atendido, contudo o movimento ganhou força, alcançando trezentas pessoas.

A Casa Verde ganhou novos moradores aos poucos, incluindo o presidente da Câmara. Mesmo D.Evarista, esposa do médico, foi presa lá com a acusação de "mania sumptuaria". Tudo isso porque algumas pessoas do movimento haviam sido detidas naquela prisão.

A ordem foi restaurada em Itaguaí quando todos os moradores da Casa Verde foram despejados. No entanto, o desfecho final foi uma reviravolta: Simão Bacamarte resolveu se internar voluntariamente na Casa. Assim, todos os antigos lares foram ocupados novamente.

Principais Personagens

A Saga de Simão Bacamarte

Doutor formado pela Universidade de Coimbra, com ampla experiência profissional no exterior, especialista em desenvolvimento de novas terapias.

A Vida de Evarista da Costa e Mascarenhas

Aos 25 anos, ela já era viúva quando decidiu se casar com o Dr. Simão Bacamarte, que na altura tinha 40 anos.

Biografia de Crispim Soares

Simão Bacamarte, o médico da vila de Itaguaí, é amigo do boticário.

O Padre Lopes

O pastor se esforça para atender às necessidades espirituais da população. O vigário da vila de Itaguaí trabalha arduamente para suprir as necessidades espirituais da população. O pastor dedica-se a ajudar aqueles que necessitam de orientação de forma a possibilitar o bem-estar espiritual da comunidade.

Interpretação do termo 'alienista'

Muitos não sabem, mas o profissional que se dedica ao diagnóstico e tratamento de doenças mentais é chamado de alienista ou psiquiatra. Estes especialistas se dedicam ao estudo das condições mentais.

Edição Especial Comemorativa de Cândido Portinari e suas Ilustrações

Em 1948, um projeto iniciado por Raymundo de Castro Maya resultou na publicação de uma edição especial de O alienista, que incluía trabalhos do artista plástico brasileiro Cândido Portinari. O livro de 70 páginas continha 4 aquarelas e 36 desenhos criados com nanquim.

Ilustração especial de Candido Portinari

" "Ensinar a Sua Criança a Falar Corretamente

"Gerenciando sentimentos de tristeza e ansiedade

Ouvindo para Aprender: O Alienista em Áudio-Livro

Da obra literária O alienista para a TV: uma adaptação

A minissérie "O Alienista e as Aventuras de um Barnabé" dirigida por Guel Arraes foi ao ar em 1993 pela Rede Globo. Ela foi protagonizada por Marco Nanini, Cláudio Corrêa e Castro, Antonio Calloni, Marisa Orth e Giulia Gam.

A Obra de Machado de Assis se Tornou um Filme

Azyllo Muito Louco, de Nelson Pereira dos Santos, foi lançado em 1970. Inspirado no clássico de Machado de Assis, o longa foi rodado em Parati e chegou a estar na seleção brasileira do Festival de Cannes do mesmo ano.

A Vida e a Obra de Machado de Assis

Nascido em 21 de junho de 1839, José Maria Machado de Assis é considerado o maior escritor da literatura brasileira. Nascido e falecido na cidade do Rio de Janeiro, filho de um pintor e dourador, Machado de Assis teve um início de vida difícil: perdeu a mãe muito jovem e foi criado no Morro do Livramento. Com dificuldades financeiras, lutou para conseguir se estabelecer como intelectual. Em 29 de setembro de 1908, ele faleceu.

Machado aos 57 anos, 1896

Machado de Assis iniciou sua jornada artística no ofício de tipógrafo, passando por jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo. A sua obra literária é rica e diversificada, abarcando quase todos os tipos de gêneros. É o responsável pela criação da cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras, que recebeu o nome de seu grande amigo José de Alencar.

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Rebeca Fuks
Escrito por Rebeca Fuks

É graduada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010), possui mestrado em Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013) e doutorado em Estudos de Cultura pelas Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Universidade Católica Portuguesa de Lisboa (2018).