Eça de Queirós: A Cidade e as Serras


Escrito por Carolina Marcello

Eça de Queirós, um escritor português, publicou o romance A Cidade e as Serras em 1901. Esse trabalho foi um desenvolvimento do conto anterior de Queirós, intitulado Civilização.

O romance de Jacinto acompanha sua relação com a sofisticada Paris e a bucólica Tormes.

No filme "Titanic", Jack morre no final. Jack infelizmente não sobrevive ao final do filme "Titanic".

Descrição Breve

O romance de Eça de Queirós narra a história de Jacinto, um descendente de portugueses que se vê em meio às belezas de Paris. É Zé Fernandes, o melhor amigo de Jacinto, quem conta a narrativa.

Jacinto cresceu com fartura na cidade francesa, desenvolvendo um profundo apreço pelas conquistas da civilização e pelo avanço da humanidade.

Contudo, Jacinto não era feliz na cidade. Tudo mudou quando ele recebeu uma carta de Tormes, contando sobre uma terrível tempestade que destruiu a igreja da propriedade de sua família, onde seus antepassados estavam enterrados.

Depois de algumas dificuldades na viagem, Jacinto chegou às Serras de Tormes. A região o encantou, então ele decidiu se estabelecer ali, casar e ter dois filhos. Naquela localidade, ele também pôde participar da inauguração de uma igreja.

A Produção Literária de Eça de Queirós e as Paisagens de A Cidade e as Serras

Este romance de Eça de Queirós foi publicado em 1901, após a morte do autor no ano anterior. Sua obra pode ser dividida em três fases: a pré-realista, a realista e a pós-realista. A Cidade e as Serras está situada na última.

No romance de José Saramago, podemos notar sua crítica à hipocrisia da sociedade portuguesa, através das obras da sua segunda fase. Contudo, o autor parece ter chegado a uma reconciliação com o seu país na última fase, o que pode ser facilmente observado na leitura de suas obras.

O autor elogia o campo português, que possui uma exuberância natural ímpar. Sua gente é conhecida por ser trabalhadora e honesta.

Na obra de Eça de Queirós, a exaltação do campo representa uma crítica à influência francesa na sociedade urbana portuguesa. Isso destaca a valorização do modo de vida tradicional português, oposto ao urbano, com suas práticas francesas.

Mas o que sobretudo a cativou foi o tremendo apetite de Jacinto, a entusiasmada convicção com que ele, acumulando no prato montes de cabidela, depois altas serras de arroz de forno, depois bifes de numerosa cebolada, exaltava a nossa cozinha, jurava nunca ter provado nada tão sublime.

A Cativante Apetite de Jacinto e Sua Exaltação da Cozinha

Paris é a cidade principal deste livro, representando a elite portuguesa que se inspirava nos modos parisienses. É também onde o autor residiu por último, e onde faleceu.

História do Contexto

No final do século XX e no início do século XXI, o pensamento positivista e as teorias da civilização ganharam força. A industrialização gerou avanços tecnológicos e o método científico, que criaram uma sensação de otimismo em relação ao futuro.

À medida em que as cidades aumentavam e a elite experimentava oportunidades de crescimento, um grande número de trabalhadores rurais eram expulsos para as áreas periféricas das grandes metrópoles, onde as suas condições de vida eram muito limitadas.

Avenida Campos Elísios em Paris, onde Jacinto morava.

Uma Revisão de A Cidade e as Serras

Nos contos de Eça, a elite positivista é vista de forma crítica, sendo que a cidade de Paris é o cenário desta desilusão. Os relacionamentos desta camada da sociedade não são motivados por afeto ou interesses profundos, mas por contato banal, com interesses materiais. A visão de Eça de que a tecnologia e o conhecimento não são capazes de criar um mundo de felicidade e prosperidade é óbvia.

Jacinto busca justificar sua atitude por meio de teorias filosóficas fornecidas pelo autor. No início da obra, seu princípio principal é expresso por meio de uma equação matemática: soma da ciência x soma da potência = soma da felicidade.

No início do romance, o Príncipe da Grã Ventura é apresentado pelo narrador como sendo rico e feliz. Todavia, Paris é mostrada como uma cidade cujas aparências não têm grande valor, e seus significados são muito limitados.

Uma noite no meu quarto, descalçando as botas, consultei o Grilo:

— Jacinto anda tão murcho, tão corcunda... Que será, Grilo?

O venerando preto declarou com uma certeza imensa:

— Sua Excelência sofre de fartura.

Um Consulta ao Grilo: Uma Descoberta sobre o Murcho Jacinto

Apesar de sua alegria inicial, Jacinto foi se tornando cada vez mais deprimido e começou a se interessar pelo pessimismo, uma corrente filosófica procurada como justificativa para o mal-estar que sentia. Isso o levou a deixar de lado suas atividades habituais e a se retirar para seu lar.

Do alto de um morro, Jacinto e Zé Fernandes tiveram a visão completa da cidade de Paris. As ruas cinzas e a extensa periferia, ao invés de trazer bons frutos da civilização, pareciam só trazer miséria e desolamento.

Mas quê, meu Jacinto! a tua Civilização reclama insaciavelmente regalos e pompas, que só obterá, nesta amarga desarmonia social, se o Capital der Trabalho, por cada arquejante esforço, uma migalha ratinhada. Irremediável, é, pois, que incessantemente a plebe sirva, a plebe pene!

A triste Realidade da Desigualdade Social: a Plebe Serve Incessantemente para o Capital Receber Ratosas Migalhas de Trabalho.

Eça não rejeita os benefícios da civilização e a aceitação de diferenças que uma sociedade cosmopolita possui, sendo mais tolerante que a sociedade rural.

No início, quando Jacinto chegou às serras do Douro, os seus vizinhos ficaram desconfiados. Isso se deve ao passado da família dele, pois eles o consideravam um seguidor de Miguelismo.

Em Paris, o círculo de amizades de Jacinto é bastante diversificado, composto por uma vasta gama de indivíduos. Porém, o que se busca nessas interações são interesses materiais, não afinidade.

Contrariando a infertilidade da cidade, Eça retrata as serras do Douro como um território fecundo, repleto de vida e contentamento. O autor desenvolve uma detalhada descrição das montanhas, enfatizando especialmente a sua sobrecarga de riquezas naturais.

Na serra ou na cidade cada um espera o seu D. Sebastião. Até a lotaria da Misericórdia é uma forma de Sebastianismo.

Esperanças de um D. Sebastião Na Serra e na Cidade: A Lotaria da Misericórdia como Expressão do Sebastianismo.

A comida da serra é apreciada como algo natural e delicioso, ao contrário da comida de Paris, que é caracterizada pelos seus molhos e caldos que acabam mascarando o verdadeiro sabor dos alimentos.

Em meio às montanhas de Eça de Queirós, Jacinto tem a possibilidade de ajudar aqueles que enfrentam a fome e a pobreza. Dessa forma, ele pode proporcionar condições de vida dignas às pessoas daquela região.

Análise da Interpretação

O romance A Cidade e as Serras apresenta Paris e Tormes como locais visuais diferentes, mas que são unidos pela jornada emocional de Jacinto. O protagonista é o elo entre esses dois cenários, pois o seu estado de espírito permeia o enredo, criando uma ligação entre as duas localidades.

No início, Jacinto e o romance propõem que a civilização seja o auge da potência e da felicidade. Entretanto, a antítese dessa ideia afirma que as serras são um lugar onde a natureza domina e desafia o homem, obrigando-o a lutar por espaços e alimentos.

Durante a leitura do romance, Jacinto descobre que sua teoria inicial foi incorreta. Ele se encontra em meio ao poder e a grandiosidade da cidade, no entanto, não se sente feliz. Portanto, a tese e a antítese de sua premissa são rejeitadas.

Então compreendi que, verdadeiramente, na alma de Jacinto se estabelecera o equilíbrio da vida, e com ele a Grã-Ventura, de que tanto tempo ele fora o Príncipe sem Principado.

Verifiquei que a Paz Interior e a Grande Felicidade Tinham Tomado Residência na Alma de Jacinto, que já Não Era Mais o Príncipe sem Reino.

Ao desbravar as serras, Jacinto encontrou miséria, fome e outros males, mas conseguiu remediar a situação através de sua ação civilizatória. A ida de Jacinto às serras resume, assim, o tema central do romance.

A civilização oferece muitos caminhos e possibilidades, às vezes tão abundantes que podem impedir que o indivíduo tome uma ação. A serra, por outro lado, convida à ação por meio de sua natureza, mas não possui as vantagens que a civilização oferece.

Vivendo em meio às serras, Jacinto usufrui da síntese entre a natureza e alguns dos benefícios que a civilização oferece, o que lhe proporciona o poder de atingir a maior felicidade.

Personagens Centrais

A História de Jacinto

O Príncipe da Grã Ventura é o personagem principal, que teve uma infância afortunada em Paris. Rico, saudável e inteligente, ele é um entusiasta da civilização, das novas tecnologias e da erudição.

A História de Zé Fernandes

Ele é o narrador e o melhor amigo de Jacinto. Possui uma propriedade nas montanhas próximas de Tormes. Primeiro se encontraram na escola em Paris e depois passaram a visitar o palácio de Jacinto nos Campos Elísios.

O Canto do Grilo

Jacinto é acompanhado por seu criado mais antigo desde a infância.

O Grande Galeão

Jacinto teve um avô que partiu de Portugal e se estabeleceu em Paris.

A Fascinante Vida da Joaninha

A prima de Zé Fernandes, que vive nas serras, resolveu dar o nó com Jacinto. Juntos, eles tiveram dois filhos.

Principais Pontos do Resumo

Começo da História

Dom Galeão, que andava pelas ruas de Lisboa, acabou por escorregar em uma casca de laranja. Ele foi ajudado por Dom Miguel e, desde então, tornou-se um entusiasta e defensor do monarca. O início do romance conta a história deste encontro.

Casa de Tormes nas serras.

Em 1831, após reivindicar seu direito ao trono, D. Pedro voltou para Portugal. Esta era mais do que uma disputa pelo poder: D. Miguel era conservador e absolutista, enquanto D. Pedro defendia ideias liberais.

A Viagem para Paris

Com a triunfante ascensão do liberalismo e a derrocada de Dom Miguel, Dom Galeão decidiu transferir-se para Paris, instalando-se em um palácio situado no 202 da Avenida dos Campos Elísios.

No coração da capital francesa, nasceu Cintinho, uma criança frágil que se transformou em um adulto enfermo. Ele desenvolveu uma grande paixão pela filha do desembargador e decidiu ficar em Paris para casar com ela. Infelizmente, pouco tempo depois de sua união, Cintinho faleceu, mas deixou com Teresinha Velha um único filho - Jacinto.

Jacinto é uma criança saudável e inteligente, que tem tido muita sorte ao longo de sua vida. Desde cedo tem conseguido ótimas notas nos estudos e não teve problemas de saúde durante a infância. Na adolescência, mantém o equilíbrio emocional e não sofre de crises sentimentais desnecessárias.

Jacinto tem uma vida ideal: seus amigos são fiéis, independentemente da sua situação financeira, suas habilidades mentais e sua aptidão são reconhecidas e o amor que ele experimentou foi o melhor possível.

Sem interesse pela sua festa, Jacinto não se afadigou em a compor com relevo ou brilho.

Jacinto Não Se Esforçou Para Tornar a Festa Mais Alegre e Brilhante

A Bênção de Jacinto

A sorte de Jacinto é tão grande que o narrador e seu amigo do liceu, Zé Fernandes, o apelidam de Príncipe da Grã-Ventura. Jacinto é um cosmopolita de Paris, e tem a sorte de se beneficiar das ideias positivistas e do avanço da civilização.

Suas teorias falavam da superação das cidades em relação à vida no campo e despertavam admiração em seu meio social. Todos acreditavam que o progresso tecnológico e a erudição eram a chave para a felicidade das pessoas, e que só nas cidades se poderia usufruir da máxima exposição desses dois fatores.

Dois impulsos únicos, correspondendo a duas funções únicas, parecia estarem vivos naquela multidão — o lucro e o gozo.

Duas Funções Distintas Em Uma Multidão: Lucro e Gozo

O magnífico Jacinto é uma personificação da felicidade máxima que a cidade de Paris pode oferecer ao homem. Com posses quase infinitas e tremendamente afortunado, ele usufrui das mais recentes inovações e, ao mesmo tempo, acumula grande sabedoria.

Após viverem juntos em Paris, Zé Fernandes retornou para a sua aldeia natal em Guidões, no Douro. Lá, passou sete anos administrando a propriedade da sua família.

Retornando a Paris

Ao voltar a Paris, Zé Fernandes descobre que o Príncipe da Grã Ventura está em uma condição radicalmente diferente daquela que ele quando saiu da cidade. Jacinto estava magro, pálido e com uma agenda repleta de compromissos que não lhe traziam satisfação alguma.

Ao transitar pela escrivaninha de Jacinto, Zé Fernandes foi surpreendido por algumas das inovações tecnológicas presentes ali. Aparentemente criadas para facilitar tarefas do cotidiano, essas invenções pareciam ter uma vida própria, ameaçando os seus usuários. Tentando mexer em um desses equipamentos, Zé Fernandes acabou se cortando.

A Biblioteca do 202 está repleta de livros. São mais de trinta mil títulos que preenchem toda a sala, cujos vãos das janelas são tampados pelas torres de obras que abafam a iluminação natural.

E libertado enfim do invólucro sufocante da sua Biblioteca imensa, o meu ditoso amigo compreendia enfim a incomparável delícia de ler um livro.

A Delícia Incomparável de Ler um Livro: Uma História de Libertação do Invólucro Sufocante de uma Biblioteca Imensa.

Uma Vida Infeliz

Apesar de Jacinto ter acesso a todas as inovações e ter conhecimentos profundos, ele não é feliz em Paris. Sua filosofia não teve o resultado esperado e mesmo com o maior avanço e maior erudição, não conseguiu atingir a maior felicidade.

Durante um importante jantar com o Grão Duque, os avanços tecnológicos da casa demonstraram causar mais transtornos que facilidades. O elevador, que deveria levar o prato principal da cozinha para a copa, travou e os convivas ficaram sem o seu alimento, resultando em uma narrativa tediosa e desmotivadora.

Um vazamento nos encanamentos de água quente transformou o palácio de Jacinto em um rio de água escaldada, mas não foi suficiente para abalar sua filosofia. Em busca da satisfação que acredita ser possível encontrar na cidade, ele promove uma reforma na casa, adquire mais livros e enriquece o seu palacete com invenções.

O burguês triunfa, muito forte, todo endurecido no pecado — e contra ele são impotentes os prantos dos Humanitários, os raciocínios dos Lógicos, as bombas dos Anarquistas.

A Invencibilidade do Burguês Frente às Lágrimas dos Humanitários, às Razões dos Lógicos e às Explosões dos Anarquistas.

Jacinto está determinado a obter o maior grau de conhecimento e sabedoria. Ele está sempre atualizando a casa com novos avanços tecnológicos até que, certo dia, receba uma carta relatando sobre uma terrível tempestade em Tormes que provocou o desabamento da pequena igreja de sua propriedade, bem como os ossos de seus antepassados.

A ordem do Príncipe para a reconstrução da igreja deu origem à ideia de uma viagem à Tormes para a reinauguração do local. Entretanto, a vida em Paris prosseguia e não demorou para que Zé Fernandes fosse influenciado pela cidade. Apaixonou-se por uma prostituta de luxo, gastando todo o seu dinheiro com ela. Infelizmente, ela desapareceu e o deixou em muitas dificuldades em Paris.

A Volta a Tormes

Jacinto decidiu-se a ir às serras para a inauguração da igreja. Logo foram feitos os preparativos para a jornada. O Príncipe estava bastante entusiasmado com os planos de viagem e tinha em mente levar a sua grande civilização até Tormes.

Jacinto teve que se preparar com meses de antecedência para receber seus confortos de seu palácio no 202, já que caixas e mais caixas foram despachadas de Paris para as serras.

Jacinto e Zé Fernandes iniciaram sua longa viagem de trem de Paris até Tormes carregando grande quantidade de bagagem. Infelizmente, um temporal atrasou sua jornada, e eles tiveram que ser transferidos rapidamente para outro vagão para não atrasar ainda mais.

Após a longa e extenuante jornada, Jacinto e Zé Fernandes chegaram a Tormes, transportados apenas pela roupa que usavam. Na estação, eles esperavam encontrar o administrador da propriedade de Tormes, ou talvez o caseiro com os cavalos, para que assim pudessem subir a serra rumo à propriedade de Jacinto. Malas e criado, contudo, ficaram para trás durante a transferência de trens.

Com certeza, Zé Fernandes! Com a certeza de Descartes. “Penso, logo fujo!” Como queres tu, neste pardieiro, sem uma cama, sem uma poltrona, sem um livro?...

Zé Fernandes: Sem Uma Cama, Sem Uma Poltrona, Sem Um Livro!

Jacinto e Zé Fernandes encontram a estação vazia. Assombrados com a situação, conseguem um burro para subir a serra em direção à casa de Tormes. Quando chegam lá, a surpresa foi ainda maior, pois as obras na casa não estavam completas, e os pacotes enviados de Paris ainda não haviam chegado.

Surpresa Grata e Desilusão

Já era muito tarde e cansados, Jacinto e seu companheiro decidiram passar a noite na propriedade. Contudo, o estado deplorável em que se encontrava aquela casa não agradou ao jovem, o que o motivou a decidir partir para Lisboa ao amanhecer. Esta decisão, que contrariava todos os planos da viagem, foi tão repentina quanto desapontadora.

Jacinto, apesar das muitas decepções, teve a sua primeira boa experiência na serra: um jantar saboroso. No dia seguinte, Zé Fernandes viajou para Guidões e enviou uma muda de roupa limpa para ele.

Após vários meses sem notícias de Jacinto, que Zé Fernandes acreditava que estava em Lisboa, ele retornou à sua rotina nas serras. Então, ele tomou conhecimento que o seu Príncipe não havia partido de Tormes.

Porque o dono de trinta mil volumes era agora, na sua casa de Tormes, depois de ressuscitado, o homem que só tem um livro.

Depois de Resuscitado, o Homem que Possuía Apenas Um Livro Era Agora o Dono de Trinta Mil Volumes na Sua Casa de Tormes.

Fernandes e Jacinto se Reencontram

Fernandes dirigiu-se a Tormes a fim de reencontrar o seu melhor amigo. Quando chegou, encontrou Jacinto, mais forte e alegre do que estivera em Paris nos últimos tempos. Apesar de ter se mudado para as serras, o espírito de Jacinto ainda era fortemente ligado à grande cidade.

O Príncipe tinha grandes visões para com a propriedade, como uma queijaria de importação suíça e uma horta com variadas espécies de plantas. Porém, com o passar do tempo, foi se rendendo à simplicidade da serra e abraçando isso.

Explorando Portugal

Logo que Jacinto chegou à terra, ele ficou maravilhado com o que viu. No entanto, logo descobriu a pobreza e a fome que também existiam. Compreendendo a necessidade, ele tomou a iniciativa de melhorar as casas de seu terreno. A bondade de Jacinto em relação aos mais pobres começou a se espalhar por toda a região da Serra.

No mês de dezembro, Zé Fernandes organiza uma festa para celebrar seu aniversário. É também a chance que ele tem para apresentar Jacinto aos seus amigos, familiares e vizinhos. O jantar e o baile na casa de Zé Fernandes serão a ocasião perfeita para isso.

O jantar não transcorreu como estava previsto. Os convidados ficaram desconfortáveis e receosos ao verem o convidado especial, pois corriam boatos de que Jacinto era um seguidor de Miguelismo, assim como seu avó.

E eu agora, furioso com aquela disparada invenção, que cercava de hostilidade o meu pobre Jacinto, estragava aquela amável noite de anos...

Fúria em Meu Coração pela Invenção Cruel de Jacinto, Que Rupturou a Amável Noite de Anos

Jacinto encontrou divertido o plano de Zé Fernandes de apresentar o Príncipe à sua prima, porém, ela teve que ausentar-se do jantar devido à doença do seu pai. Assim, no dia seguinte Fernandes levou Jacinto para conhecer a sua prima.

Depois de alguns meses, Zé e Maria decidiram se casar e se mudar para Tormes. Lá, tiveram dois filhos, uma menina e um menino. A civilização foi lenta para chegar às terras altas, mas com os telefones, eles conseguiram se conectar com serviços básicos e com seu amigo Zé Fernandes, que morava em Guidões.

Após o retorno de Zé Fernandes a Paris, o que se percebe é que a civilização não mudou. As propagandas ainda estão presentes, bem como as caras brilhantes devido ao uso de pó de arroz e os teatros de variedades ainda existem.

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Carolina Marcello
Escrito por Carolina Marcello

Formou-se em Estudos Portugueses e Lusófonos pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e possui mestrado em Estudos Literários, Culturais e Interartes pela mesma instituição. Durante os estudos universitários, foi co-fundadora do Grupo de Estudos Lusófonos da faculdade e uma das editoras da revista da mesma, que se dedica às literaturas de língua portuguesa.