Top 10 dos Filmes de Jean-Luc Godard


Escrito por Laura Aidar

O nome Jean-Luc Godard (1930) é conhecido mundialmente como um dos expoentes da Nouvelle Vague (ou Nova Onda) do cinema francês. Além de diretor e roteirista, ele é também um francês-suíço de renome.

O diretor, que tornou-se uma grande influência para as gerações futuras, conquistou o sucesso internacional nas décadas de 60 e 70 graças à inovação presente em suas obras, que desafiavam as normas e os moldes do cinema comercial.

Os filmes de Godard são considerados como referências fundamentais para aqueles que amam a arte cinematográfica. Até hoje, eles ainda são os principais pontos de referência para os cinéfilos.

1. Assediado (1960)

O Acossado (1960)

O primeiro filme do diretor, Acossado, é um drama policial em preto e branco. A história acompanha Michel, um fora da lei que está sendo caçado pela polícia por ter cometido homicídio e roubo.

Ao encontrar Patricia, uma estudante norte-americana, nas ruas de Paris, ele se lembra dos tempos em que se envolveram no passado. Precisando de ajuda, ele tem de convencê-la.

A produção foi concluída em menos de um mês de forma inusitada. O diretor filmava e escrevia o roteiro ao mesmo tempo, o que impedia que os atores ensaiassem os textos, já que só tinham acesso a eles na hora da filmagem.

2. Mulheres São Mulheres (1961)

Uma mulher é uma mulher (1961)

O diretor usou o clássico norte-americano Sócios no Amor, de Ernst Lubitsch, lançado na década de 30, como inspiração para o seu primeiro filme a cores, um musical de comédia e romance.

Angela e Émile, um casal que compartilha um relacionamento íntimo, agora encontram-se em um impasse: ela anseia por se tornar mãe, mas ele não deseja ter filhos. Quando Alfred, o amigo mais próximo de Émile, entra na equação, surge um triângulo amoroso que pode ser a solução para o problema ou torná-lo ainda mais complicado...

Uma Mulher é uma Mulher está entre os mais destacados filmes de Jean-Luc Godard, tendo Anna Karina, uma das mais famosas atrizes da Nouvelle Vague, no papel principal.

3. Aproveitando a Vida em 1962

Viver a sua vida (1962)

Anna Karina é a protagonista do drama "Viver a Vida". Ela também foi casada com o diretor do filme entre 1961 e 1965, um relacionamento curto, mas repleto de sucesso.

Nana, personagem interpretada neste filme, é uma mulher jovem que abandona o marido e o filho para embarcar em sua jornada de realização pessoal. Seu grande sonho é alcançar o sucesso na carreira artística como atriz.

Contudo, ela está destinada a viver uma vida de sofrimento e tragédia, que é explorada em 12 episódios do filme que foi um dos maiores sucessos da trajetória de atuação da atriz.

4. A Despreza (1963)

O Desprezo (1963)

O diretor austríaco Fritz Lang (interpretado por ele mesmo) contratou Paul para trabalhar como roteirista de seu novo filme, e os dois se mudaram para Roma. A trajetória de Paul e Camille foi inspirada na novela homônima escrita pelo autor italiano Alberto Moravia, que também deu origem ao célebre drama protagonizado por Brigitte Bardot.

O casal parisiense que já se encontrava em um estado de crise antes mesmo da mudança, foi ainda mais afastado por ela. Os sentimentos de desprezo foram adquiridos por ambos. Jeremy Prokosch, o produtor norte-americano do filme em questão, só veio agravar ainda mais o conflito entre o casal.

Discutindo relacionamentos complicados, o diretor também pondera sobre o cinema em si e o modo como os cineastas italianos foram subjugados pela força dos norte-americanos.

5. Parte da Banda (1964)

Banda à parte (1964)

Baseada no livro Fool's Gold de Dolores Hitchens, de 1958, esta obra cinematográfica é inesquecível. Com misturas de drama e comédia, e com elementos do cinema noir, é, sem dúvida, uma releitura moderna e interessante deste clássico.

Odile e Franz se conheceram durante uma aula de inglês. Com a assistência de Arthur, amigo de Franz, eles decidiram realizar um assalto. A narrativa conta essa trajetória.

Algumas cenas icônicas do filme continuam sendo lembradas, como aquelas em que o trio corre de mãos dadas pelo Museu do Louvre e suas danças coreografadas.

6. A Cidade de Alphaville (1965)”

. Alphaville (1965)

Esta distopia de ficção científica é única em sua espécie: situada no futuro, foi filmada nas ruas de Paris, sem recorrer a adereços ou efeitos especiais.

A trama acontece na cidade de Alphaville, governada por Alpha 60 - uma inteligência artificial criada pelo Professor Von Braun. Esta tecnologia foi desenvolvida com o objetivo de suprimir as emoções e a individualidade dos habitantes, instituindo assim um sistema totalitário.

Lemmy Caution é o protagonista desta história. Encarregado de realizar inúmeras missões pela resistência, o anti-herói terá de derrotar o inventor e destruir a sua criação para vencer.

7. A Hora do Demônio (1965)

Pedro, o louco.

Considerado um filme fundamental no cinema da Nouvelle Vague, o drama é inspirado na obra Obsessão, do norte-americano Lionel White.

Ferdinand, o protagonista da história de romance e tragédia, decide abandonar tudo para seguir seus desejos e embarcar em um relacionamento amoroso com Marianne. Ele deixa sua vida como pai de família para trás para se embrenhar nos meandros do desejo.

Ele é tomado pelo fervor intenso e acaba por se ver envolvido no ramo do crime, devido à nova parceira que lhe acompanha. O casal passa a vida inteira passando por diversas perseguições da polícia.

8. Gênero Masculino e Feminino (1966)

Masculino, Feminino (1966)

Esta obra cinematográfica franco-sueca de drama e romance foi inspirada nas obras de Guy de Maupassant. Ela retrata a cidade de Paris durante a década de 60, mostrando o clima e a atmosfera da época.

Durante o tumulto social que precedeu o movimento estudantil do mês de maio de 1968, o filme capturou a revolução de mentalidades e a transformação de valores que estavam acontecendo entre os jovens.

Paul e Madeleine são o foco da narrativa: um jovem idealista que saiu do serviço militar e uma cantora pop que anseia por fama. O filme reflete sobre assuntos como liberdade, amor e política através da jornada dos dois.

9. Despedida da Linguagem (2014)

Adeus à Linguagem (2014)

O diretor Adeus à Linguagem criou recentemente um drama em formato 3D. Trata-se de uma produção cinematográfica experimental.

A história de uma mulher casada que se envolve em um relacionamento proibido com outro homem é contada nesta narrativa. Uma característica marcante do filme são os pares de atores que interpretam os personagens.

O filme foi dividido em duas partes, oferecendo ao público duas visões distintas, mas paralelas, do mesmo relacionamento. Assim, o espectador tem a oportunidade de conferir duas versões semelhantes, porém diferentes.

Veja os posts a seguir

10. Palavra e Imagem: Um Estudo em 2018

Imagem e Palavra (2018)

Godard permanece a provocar as normas e a desafiar as ideias tradicionais sobre o que o cinema pode ou deveria ser com o seu mais recente filme até à data.

Esta é uma obra de arte que combina vídeos, cenas de filmes, quadros e músicas acompanhadas por uma narração em off. Todos os elementos são colagens artísticas para criar uma experiência única.

Ao avaliar os importantes acontecimentos históricos dos últimos séculos, o filme reflete sobre a responsabilidade da arte cinematográfica em representá-los de uma perspectiva crítica e política.

Explorando o Cinema de Jean-Luc Godard

Nascido em Paris no dia 3 de dezembro de 1930, Jean-Luc Godard passou grande parte da sua infância na Suíça, sendo membro de uma família abastada. Ao regressar ao país na juventude, ele passou a integrar a elite cultural da época.

Ele entrou em contato com artistas e intelectuais de todas as áreas, o que incrementou ainda mais seu interesse nas questões filosóficas, sociais e políticas do mundo moderno.

Após se formar na Etnologia pela Sorbonne, Jean-Luc iniciou sua carreira como crítico de cinema na famosa revista Cahiers du Cinéma.

Retrato de Jean-Luc Godard.

No final dos anos 50, Jean-Luc Godard passou a comentar a forma como a produção cinematográfica francesa era encarada, pois acreditava que estava estagnada com diretores e modelos sempre os mesmos. Então, decidiu tomar as rédeas da história e tornou-se diretor, tornando-se um dos maiores nomes da Nouvelle Vague.

Suas obras se destacaram por serem disruptivas e inovadoras, com cortes abruptos, diálogos únicos e movimentos de câmera. Seu cinema inclui a quebra da quarta parede, quando direciona olhares para a câmera ou monólogos.

Laura Aidar
Escrito por Laura Aidar

É arte-educadora, artista visual e fotógrafa. Possui licenciatura em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e formação em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design.