Após um dia exaustivo, contar histórias infantis pode ser uma maneira criativa e divertida de auxiliar as crianças a adormecer.
Muitas vezes, os pequenos têm dificuldade em relaxar e adormecer sem a atenção dos cuidadores. Por isso, é importante prestar atenção neles para que possam relaxar e dormir tranquilamente.
Contar histórias para dormir é uma forma de induzir ao sono, mas também de estimular a imaginação e a fantasia.
1. A Princesa Dorminhoca
Em um reino muito longe, existia um rei e uma rainha que estavam muito contentes, pois aguardavam a chegada de sua primeira filha.
Um dia, a rainha deu à luz à linda menina, que recebeu o nome Aurora. No dia do batismo, os pais fizeram uma festa e convidaram as fadas do lugar. Cada uma delas ofereceu como presente uma dádiva, uma bênção.
Entretanto, uma fada não foi convidada, e ela ficou muito zangada. Assim, no dia da festa, resolveu aparecer de surpresa e lançou um feitiço na pequena menina, dizendo que quando completasse 15 anos picaria o dedo em uma roca de fiar e morreria.
Todos ficaram muito assustados. Mas uma das fadas boas ainda não tinha concedido sua bênção e conseguiu alterar a maldição dizendo:
— Eu não posso desfazer completamente o encantamento, mas posso mudá-lo. Assim, Aurora picará o dedo na roca, mas não morrerá. Ela irá dormir por cem anos e só despertará com o beijo de um príncipe.
Os pais de Aurora ficaram aflitos e mandaram destruir todas as rocas do reino. O tempo passou e tudo parecia calmo.
Até no dia do aniversário de 15 anos da princesa, ela resolve dar uma volta pelos arredores do castelo e adentrar a floresta.
Lá encontra uma cabana e decide entrar. Eis que encontra um objeto que nuca tinha visto antes, uma roca!
Aurora então, muito curiosa, coloca o dedo na agulha e se pica, caindo em sono profundo.
Uma das fadas boas que passava pelo lugar, entra na cabana e vê a garota adormecida. Ela então a leva para o castelo e a deita em sua cama. O feitiço acaba adormecendo todos os habitantes do castelo também.
Os anos passam e a floresta toma conta do lugar. A história da bela adormecida fica conhecida por todos como uma lenda e muito príncipes tentam chegar até lá, sem sucesso.
Até que, passados cem anos, um príncipe corajoso consegue passar todos os obstáculos e encontrar a moça dormindo. Ele a beija e ela desperta, assim como todos do castelo.
Os dois se apaixonam e se casam, vivendo felizes para sempre.
Analisando Interpretações
Em A Bela Adormecida, a transição para uma nova fase da vida é narrada. A protagonista adormece por um longo tempo, o que representa o crescimento psicológico dela. Essa história nos mostra como o processo de mudança pode ser pacífico e sereno.
Ao se sentir preparada, a princesa desperta para o lado masculino de sua personalidade, permitindo-a finalmente passar para a vida adulta.
2. A Princesa e o Grão de Ervilha
Há muitos anos, havia um príncipe que morava com seu pai em um reino muito distante. O moço andava triste, pois procurava em todo o canto, mas não encontrava uma princesa para se casar.
Assim, em uma noite fria e chuvosa, bateu à porta de seu castelo uma moça muito bonita. Ela estava encharcada e dizia ser uma princesa que havia ficado presa na tempestade, sem conseguir voltar para seu reino. Por isso, a jovem pedia ajuda e abrigo por aquela noite.
O rei, que a recebeu, ficou cismado se ela era mesmo uma princesa. Então, para ter certeza, preparou um aposento com sete colchões, um sobre o outro, e embaixo deles colocou uma pequena ervilha.
A moça foi levada ao quarto e estranhou aquela cama tão diferente, mas não questionou, pois estava muito cansada. Ainda assim, não conseguiu dormir direito.
Na manhã seguinte, o rei e o príncipe perguntaram à jovem como passou a noite e a moça respondeu:
— Agradeço muito a estadia, mas infelizmente não consegui ter uma noite de sono tranquilo. Senti alguma coisa me incomodando a noite inteira.
Com essa resposta, se teve a confirmação de que tratava de uma princesa verdadeira. Assim, o príncipe se apaixonou, pedindo sua mão em casamento. A princesa aceitou e eles viveram felizes para sempre.
Analisando a Interpretação
A história "A Princesa e a Ervilha" trata da busca por alguém dotado de verdadeira nobreza de espírito. O príncipe desejava arranjar uma companheira que fosse capaz de enxergar além das coisas materiais. Assim, ele se deparou com a tarefa de encontrar uma verdadeira princesa.
Ao sentir uma ervilha embaixo de sete colchões, é como se a jovem conseguisse identificar a essência da vida, algo que passa despercebido. Os colchões representam as diversas camadas de distrações que se encontram na nossa sociedade materialista.
3. A Bela Branca de Neve
Há muito tempo, morava em um castelo uma rainha que estava bordando em frente a uma janela. Ao ver a paisagem coberta de neve, espetou o dedo na agulha.
Ela então fez um pedido: que tivesse uma filha branca como a neve, com os lábios vermelhos como o sangue os cabelos pretos como o a madeira de ébano.
Pouco tempo depois a rainha engravidou e teve uma linda menina com as características que havia desejado.
Mas infelizmente, ela morreu depois do nascimento de Branca, que ficou aos cuidados do pai.
Passado um tempo, o rei se casou novamente. A madrasta era uma mulher linda e vaidosa que tinha muito ciúmes e inveja da beleza da menina.
Por isso, ela consultava um espelho encantado e perguntava sempre:
— Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?
O espelho respondia que não, que a rainha era a mulher mais bonita de todo o reino.
Mas um dia, ao perguntar ao espelho, a resposta foi diferente. Ele disse:
— Ó minha rainha, você não é mais a mulher mais bonita do reino, pois Branca de Neve é a mais bela.
Então a malvada madrasta decide que Branca deveria morrer. Ela ordena que um caçador leve a menina até a floresta e arranque seu coração, trazendo-o como prova.
O caçador obedece à ordem, mas chegando na floresta, sente pena da menina e diz para ela fugir. Ele então mata um veado e pega seu coração para levar à rainha.
A partir desse momento, Branca de Neve passou a viver na floresta. Um dia, muito cansada, ela entra em uma casa e adormece em uma das camas. Os donos da casa eram sete anões e ficaram encantados ao vê-la dormindo.
Num susto, Branca acorda e faz amizade com eles. Ela passa a cuidar da casa, enquanto os homenzinhos trabalham.
Certa noite, a rainha descobre que sua enteada ainda estava viva, ao perguntar para o espelho. A malvada então se disfarça de velha camponesa e vai até Branca de Neve para lhe oferecer uma maçã envenenada. Ao morder a fruta, Branca cai em sono profundo.
Os anões, ao verem a jovem desacordada, a colocam em um caixão de cristal no meio da floresta.
Uma bela tarde, um príncipe que caminhava pelo lugar, vê a linda moça na caixa de cristal. Ele então a beija e ela acorda. Os dois se casam e vivem felizes para sempre.
Analisando a Interpretação
Em “Branca de Neve” é possível perceber o processo de mudança que a personagem passa ao ir para a floresta. Depois de se afastar do castelo e da madrasta, a garota busca dentro de si novos caminhos, começando a descobrir seu próprio valor.
Ao morar em outra casa, Branca de Neve ganha autonomia e conhece sete anões que podem ser considerados como seus recursos psicológicos para enfrentar os desafios da vida. Desta forma, ela consegue desenvolver amizades importantes que a auxiliam a superar momentos difíceis.
Durante o sono, Branca tem a oportunidade de internalizar suas aptidões recentemente adquiridas, antes de começar um novo dia e mais uma etapa de sua jornada.
4. A Cinderela
Em um reino muito distante, existia um jovem casal que teve uma bela filha, a Cinderela. Eles moravam em uma casa muito bonita e eram felizes.
Mas um dia, a mãe morreu. Passado um tempo, o pai se casou novamente com uma senhora muito vaidosa que tinha duas filhas.
Quando o pai de Cinderela morreu, a madrasta e suas filhas passaram a tratar Cinderela como se fosse uma criada. Elas a obrigaram a fazer todo o serviço doméstico, dormir no sótão e se vestir com trapos.
Cinderela sofria muito, mas realizava as tarefas.
Certo dia, o vilarejo todo estava em polvorosa. Foi anunciado que o rei daria um baile para que o príncipe escolhesse aquela que se casaria com ele e se tornaria uma princesa.
Então todas as moças escolheram seus melhores vestidos para o evento. Menos Cinderela, que foi impedida pela madrasta de ir ao baile. Enquanto isso, suas “irmãs” estavam animadas provando vestidos caros.
Cinderela ficou muito triste e começou a chorar. Mas nesse momento, apareceu uma fada-madrinha que a ajudou. A moça ganhou um maravilhoso vestido azul-celeste cheio de brilhos. Seu cabelo também ficou incrível e ela estava pronta para o baile.
Além disso, a fada transformou uma abóbora em carruagem e um ratinho em cocheiro.
Cinderela podia, enfim, ir ao baile. Mas tinha um detalhe: ela deveria voltar para casa até meia-noite, que era quando o feitiço seria quebrado.
E assim a jovem se encaminhou à festa. Lá chegando, conheceu o príncipe, que ficou encantado. Os dois dançaram a noite toda.
Cinderela perdeu a noção do tempo e quando olhou o relógio, percebeu que faltavam poucos minutos para a meia-noite.
Então ela saiu correndo, apressada para chegar em casa.
O príncipe foi atrás dela, mas ela já tinha ido embora. Na pressa, Cinderela deixou cair um sapatinho de cristal.
O belo príncipe guardou o sapato com cuidado e no dia seguinte teve uma ideia para reencontrar sua amada.
Ele visitou todas as moças da região e as fez provar o calçado. O pé que se encaixasse seria o da nova princesa.
Então, quando o príncipe chegou na casa de Cinderela, suas irmãs já estavam prontas para vestir o sapatinho de cristal, mas obviamente ele não serviu.
O príncipe já estava indo embora, mas ao ver Cinderela, pediu que ela também experimentasse o sapato. Assim foi feito. Ao ver que o sapato era de Cinderela, ele ficou muito feliz e a levou para seu palácio, se casando com ela.
E então a jovem se tornou uma linda princesa e eles viveram felizes para sempre.
Análise da Interpretação
A lenda de Cinderela, também conhecida como Gata Borralheira, é uma história de força e esperança que tem sido transmitida durante séculos. É um conto de superação, no qual o bem prevalece sobre o mal apesar das adversidades que a protagonista enfrenta.
A protagonista, maltratada pela madrasta e pelas irmãs, consegue mudar o rumo de sua vida e criar uma nova realidade para si mesma. Apesar da dureza da sua existência, ela consegue reverter a situação e transformar tudo.
Como um arquétipo de inovação, a fada-madrinha pode ser encarada como uma versão criativa da própria pessoa, que procura, através de capacidades e talentos únicos, alcançar a autonomia.
5. A Princesa e o Sapo Encantado
Era uma vez uma jovem princesa que adorava brincar com sua bola dourada. Um dia, ela brincava próximo do lago real quando, sem querer, deixou o lindo objeto cair na água.
Ela ficou muito triste, pois não queria entrar no lago para resgatar a bola e molhar seu belo vestido.
Vendo a frustração da garota, um sapo que estava por perto disse:
— Ó princesa, porque está tão triste?
E ela respondeu:
— Minha bola de ouro caiu no lago e não posso pegá-la.
— Então deixe que eu pegue para você! Mas depois você deve me dar um beijo! - falou o sapo.
A jovem pensou um pouco, mas aceitou o combinado e prometeu cumprir a palavra.
Mas depois que a bola foi entregue, ela saiu correndo sem olhar para trás. O sapo ficou decepcionado e passou a cobrar a jovem sempre que a encontrava.
Um dia, já cansado, ele toma uma atitude. O sapo vai até o rei e explica o ocorrido, dizendo que sua filha não estava cumprindo com o combinado.
O rei chama a princesa, conversa com ela e diz que não devemos prometer coisas que não queremos cumprir.
Assim, a princesa toma coragem e beija o sapinho, que vira em um lindo príncipe. Ele então explica que uma feiticeira lhe transformou em sapo e que o encanto só seria quebrado com um beijo de princesa.
A partir de então, os dois ficam amigos e depois se apaixonam. Mais tarde eles se casam e vivem felizes para sempre.
Analisando a Interpretação
A protagonista da história apresenta um crescimento e amadurecimento significativos, e a relevância da responsabilidade ao cumprir o que foi prometido também é destacada. Não somos capazes de prometer algo que não pretendamos cumprir.
Ao prometermos algo, devemos ser sinceros e não usar essa promessa para obter algum lucro ou benefício. É importante reconhecer que alguns compromissos não podem ser cumpridos, mas o que importa é que a promessa seja feita com honestidade.
6. A Beleza e a Besta
Bela era uma moça muito gentil que vivia com seu pai, um simples comerciante.
Próximo de sua casa, morava em um castelo uma criatura um pouco esquisita. Era um príncipe que havia sido transformado por uma bruxa em uma Fera. Ele era coberto de pelos e tinha a aparência de um urso ou animal semelhante.
Tal encantamento só seria quebrado com um beijo sincero.
O pai de Bela um dia precisa viajar e pergunta se a filha gostaria que ele trouxesse algum presente. Ela lhe pede apenas que traga uma rosa.
Ele parte para sua viagem e, quando estava voltando, é surpreendido por uma tempestade. Então o sujeito vê o castelo da Fera e corre para se abrigar.
Ele toca a campainha, mas ninguém atende. Entretanto, a porta estava aberta e ele entra no castelo. Ao ver a lareira acessa, se aquece e acaba adormecendo na sala.
No dia seguinte, o pai de Bela se prepara para ir embora e, ao chegar no quintal do castelo, vê uma plantação de rosas.
Depois de colher algumas flores para Bela, e ainda com as rosas na mão, o homem se depara com a Fera, que estava muito brava e diz que vai matá-lo.
O homem explica o que aconteceu e pede para se despedir da filha, pedido que é concedido.
Quando chega em casa, ele conta para a moça o ocorrido e ela diz que irá até o castelo conversar com a Fera.
Assim é feito. Chegando ao castelo, a Fera se encanta por Bela e sugere que ela more com ele, assim deixará seu pai em paz.
Bela então vai morar com a Fera. No começo, os dois mantém certa distância, depois se tornam mais próximos. Até que um dia a Fera se apaixona pela jovem e a pede em casamento.
Ela recusa e pede que vá até à casa de seu pai para uma visita, prometendo voltar em uma semana.
Ela então faz a visita ao pai e demora mais do que o combinado para voltar. Quando retorna, vê Fera desfalecida no chão, quase morta.
Nesse momento, a moça se dá conta de que também amava Fera e a beija. Dessa forma, o feitiço é desfeito e Fera retorna à sua antiga forma de príncipe.
Os dois se casam e vivem felizes para sempre.
Analisando Interpretações
Ao invés do típico "amor à primeira vista", o conto de fadas A Bela e a Fera nos mostra o amadurecimento de uma relação.
Aos poucos, Bela vai se apegando à Fera por meio da convivência. Através desse contato, ela começa a enxergar além da aparência da criatura e descobre que há um ser humano encantador escondido naquela figura.
Daí, podemos concluir que não devemos ser rápidos para julgar as pessoas de acordo com a sua aparência externa. É melhor nos dar a chance de conhecermos ao outro antes de tirar conclusões precipitadas.
7. A História de Rapunzel
Era uma vez um casal muito pobre que morava em casa humilde. Eles estavam esperando um bebê.
Tinham como vizinha uma senhora muito estranha, diziam que era uma bruxa.
Certo dia, a mulher grávida acordou com muita vontade de comer as hortaliças que sua vizinha cultivava na horta.
Então, o marido tomou coragem e pegou algumas hortaliças sem pedir para a velha senhora.
Quando a bruxa viu o homem pegando suas verduras, ela ficou furiosa. Ele então explica que eram para sua mulher, que estava grávida e com desejo.
A vizinha fica contente com a revelação e diz que ele poderia levar quantas verduras quisesse, contanto que entregasse a criança assim que nascesse.
O trato é feito. Quando a mulher deu à luz, o marido entregou a menina para a vizinha.
A bruxa dá o nome de Rapunzel para a criança e cuida dela até os 12 anos, quando a prende em uma alta torre no meio da floresta.
A menina vive sozinha na torre e deixa seus cabelos crescerem. Para diminuir sua solidão, ela vivia cantando uma doce melodia que ecoava pela floresta.
Os longos cabelos de Rapunzel foram trançados e serviam de corda para que a bruxa subisse na torre de vez em quando.
Sempre que a bruxa chegava à torre, ela gritava:
— Jogue as tranças, Rapunzel!
Um dia, um príncipe que cavalgava por perto e já tinha ouvido o canto de Rapunzel, viu a cena da velha subindo pelos cabelos da moça. Ele fica curioso e, passado algum tempo, decide também gritar:
— Jogue as tranças, Rapunzel!
A moça joga o cabelo e o rapaz sobe ao seu quarto. Ela se assusta, mas depois eles ficam amigos.
As visitas do príncipe se tornam frequentes, até que eles se apaixonam.
Mas a bruxa acaba descobrindo as visitas do príncipe e, numa crise de maldade, corta os cabelos da filha adotiva e a abandona na floresta.
O príncipe vai visitar sua amada e sobe pelos cabelos (que continuaram servindo como corda). Mas ao chegar lá em cima, a bruxa o atira pela janela. Ele cai e fica gravemente ferido, perdendo ainda a visão.
Então o príncipe passa a andar cego e sem rumo pela mata. Ao ouvir o canto de Rapunzel, reconhece sua voz e vai até ela.
Os dois se abraçam e as lágrimas da amada caem sobre seus olhos, lhe devolvendo a visão.
Assim, eles se casam e vivem felizes para sempre.
Analisando a Interpretação
Os irmãos Grimm, escritores alemães do século XIX, compilaram muitos contos de tradição popular, incluindo a história de Rapunzel.
Neste conto, observa-se uma jovem presa que usa seus cabelos como corda para se conectar ao mundo.
A protagonista, apesar de presa, encontrou na arte uma saída para sua prisão. Seu canto atraiu a atenção do príncipe, falando de liberdade e amor. Com isso, ela buscou meios para alcançar a tão desejada liberdade.
No começo, o príncipe é o salvador da protagonista, mas ela acaba por retribuir o favor, restaurando a visão dele com as lágrimas de amor.
8. Orelhas de Ouro
Numa floresta muito distante, caminhava despreocupada uma menininha de cabelos loiros e cacheados.
A menina era bastante curiosa e ao avistar uma casa, logo entrou para ver como era. Cachinhos dourados, como era conhecida, não sabia que aquela casa era de uma família de ursos. Os moradores tinham saído para passear e deixaram suas tigelas com mingau esfriando em cima da mesa.
Quando Cachinhos viu os pratos com mingau, provou um por um. O primeiro estava frio, o segundo quase queimou sua língua de tão quente. Já o terceiro ela comeu tudo, pois estava morno e muito gostoso.
Depois, a menina viu três cadeiras. A primeira era desconfortável e dura, a segunda muito grande, e a última era do seu tamanho. Mas ao sentar nela, acabou quebrando-a.
Cansada, Cachinhos vai então até os quartos da casa e experimenta as três camas. Novamente, a primeira cama não serviu pra ela, pois era muito dura. A segunda era mole demais. A terceira caminha era perfeita, então ela se aconchegou e dormiu profundamente nela.
Quando voltaram do passeio, mamãe ursa, papai urso e o filhinho urso, viram que seus mingaus haviam sido mexidos. O ursinho ficou triste porque não tinha mais alimento em sua tigela.
Em seguida, viram suas cadeiras fora de lugar e mais uma vez o ursinho se chateou porque a sua estava quebrada.
Os três correram então para os quartos. Mamãe e papai urso viram que suas camas estavam reviradas e o filhinho começou a chorar ao ver que tinha uma garotinha dormindo em sua cama.
Ao ouvir a confusão, Cachinhos despertou e, envergonhada, disse que nunca mais entraria na casa dos outros sem ser convidada.
Analisando os Significados
No conto “Cachinhos Dourados”, a temática central é o crescimento da protagonista que está deixando a primeira infância para trás. Embora ela procure imitar os pais, ela se sente segura e confortável ocupando o lugar de uma criança pequena. Ao usar metáforas, a autora retrata esse processo de forma poética.
Ao sentar-se na pequena cadeira, ela percebe que não é mais uma criancinha. A cadeira está quebrada, sinal de que é hora de abraçar um novo momento. Quando a família chega, ela, que estava adormecida e absorvendo tudo ao redor, desperta consciente de que está prestes a viver algo novo.
9. A História do Patinho Feio
Era uma vez uma pata que tinha botado cinco ovinhos. Ela esperava ansiosa seus filhos nascerem.
Um dia, as cascas começam a se quebrar e os filhotes foram saindo um por um. Todos eram muito bonitos, mas o último era um pouco esquisito.
Então a pata olhou para ele e disse:
— Que patinho estranho! Tão diferente, não acredito que é meu filho!
Os irmãos também rejeitaram o patinho, assim como toda a bicharada do lugar.
O pato foi crescendo muito triste e solitário, pois sentia que ninguém gostava dele.
Assim, tem a ideia de sair daquele lugar para buscar a felicidade.
Ele encontra um homem que o leva para casa, mas lá havia um gato e eles não se deram bem.
Depois ele continua sua busca e chega em um lago, onde avista várias aves lindas nadando, contentes. Eram cisnes!
As aves olham para ele e o convidam para se juntar a elas. O patinho, ainda meio surpreso, vai até lá. Quando chega, percebe que aquelas aves maravilhosas eram parecidas com ele. Ao olhar seu reflexo nas águas, vê que ele era igual a elas mesmo! Ele não era um pato, ele era um cisne!
E assim, ao encontrar sua verdadeira família, o patinho (que não era pato!) vive feliz para sempre.
Análise da Interpretação
Hans Christian Andersen escreveu o conto em 1843, que retrata a busca de personagens por pertencimento e aceitação. Várias cenas mostram isso.
O patinho, nascido em uma família que não o compreendia como um igual, embarcou em uma viagem de autodescobrimento e, por fim, foi acolhido.
A importância de termos pessoas ao nosso redor que nos valorizem e nos façam sentir bem é algo que a história nos ensina. Por isso, é fundamental que nos afastemos de circunstâncias que nos desmotivam e desvalorizam nosso bem-estar e nosso autoconhecimento.
10. A Aventura de João com o Pé de Feijão
Era uma vez um garotinho muito pobre. Seu nome era João e ele vivia com a mãe em uma casa simples afastada da cidade.
Os dois estavam passando por dificuldades e não tinham mais o que comer. A única coisa que tinham era uma vaca, mas ela não dava leite, pois estava muito velha.
Um dia a mãe de João disse para ele levar o animal para a cidade e tentar vendê-lo, só assim poderiam ter algum dinheiro naquele mês.
O menino então obedeceu sua mãe e saiu com a vaca. No meio do caminho, porém, ele encontrou um sujeito bem misterioso que lhe ofereceu um punhado de feijões em troca da vaca. O homem disse que os grãos eram mágicos e que deveriam ser plantados naquele dia.
João aceita a troca e volta satisfeito e confiante para a casa.
Mas quando sua mãe descobriu que o filho tinha vendido a vaca por uns simples feijões, não acreditou na história de que eram mágicos e os atirou pela janela, furiosa.
João ficou muito triste e foi dormir contrariado.
Acontece que no meio da noite algo incrível aconteceu. As sementinhas brotaram e um pé de feijão gigantesco cresceu no quintal.
Ao acordar, João quase não acreditou, ele achou que ainda estava sonhando. Mas era real!
O menino então não pensou duas vezes, saiu correndo em direção à árvore e começou a subir.
A escalada não foi fácil e ele sentiu medo, pois era uma árvore muito alta que chegava até o céu.
Quando João finalmente chegou no topo ele percebeu que estava entre as nuvens. O garoto então desceu e se deparou com um lugar muito diferente onde havia um enorme castelo.
Assim, ele se aproximou do castelo com cuidado e encontrou uma senhora. Eles conversaram e ela contou que ali morava um gigante malvado, então escondeu o menino no castelo enquanto o gigante dormia.
Depois de dormir muito, o gigante acordou e, apesar de ainda estar com sono, estava morrendo de fome! Ele tinha um ótimo olfato e logo sentiu cheiro de criança.
Mas a mulher fez uma grande refeição para ele, o que o deixou mais calmo. Assim, satisfeito, ele pediu que a sua galinha encantada botasse ovos de ouro para ele e que sua harpa tocasse música sozinha.
Enquanto isso, João assistia fascinado a tudo aquilo.
O gigante, que era muito preguiçoso, dormiu novamente. João então aproveitou o momento e, enquanto a senhora estava fazendo outras tarefas, pegou a galinha e a harpa e fugiu em direção ao pé de feijão.
O gigante percebeu e foi atrás do menino, mas a essa altura, ele estava longe e já descia pela árvore.
João consegue descer bem rápido e o gigante também começa a descer, mas quando o garoto chega, corta a grande árvore.
O gigante então cai de lá de cima, estatelado no chão e não levanta mais.
João agora com a galinha dos ovos de ouro consegue ganhar dinheiro e ter prosperidade. Sua mãe fica feliz!
A senhora que era empregada do gigante se torna a dona do castelo e também vive feliz no céu.
Analisando a Interpretação
Nesta história, João e o Pé de Feijão, consideramos o caminho de separação entre mãe e filho e a jornada para a conquista da autonomia.
Em busca de novas experiências, o menino confia na sua intuição e adquire as sementes que o levarão ao "desconhecido".
O caminho que o garoto enfrenta é desafiador e assustador, mas deve ser feito. Quando chega ao seu destino, ele se depara com algumas circunstâncias que exigem cautela e o confronto com o “gigante”, que representa alguns dos seus traços característicos, como a vaidade e a egoística.
A jornada de João se mostrou bem-sucedida, e ele voltou com as riquezas conquistadas ao longo do processo.
11. A Amizade entre o Leão e o Ratinho
Era uma vez um leão. Um dia, ele dormia profunda mente na selva quando começou a sentir cosquinhas e percebeu que um grupo de ratinhos estava a correr em cima dele.
Então o leão acordou e, assustados, os ratinhos correram para o meio da mata.
Mas um deles não conseguiu escapar e acabou preso entre as patas do enorme rei da floresta.
Com medo, o ratinho implorou:
— Ó seu leão, por favor, não me coma! Eu te peço!
O leão pensou e perguntou:
— Mas porque eu não deveria comê-lo?
O rato respondeu:
— Quem sabe se um dia você precisar de mim, eu posso ajudá-lo!
Então o leão soltou o ratinho, que seguiu feliz para junto de seus amigos.
O tempo passou e um dia o leão foi capturado por um grupo de homens maus, que o prenderam em uma rede.
O mesmo ratinho, que estava por perto, ouviu os gritos de socorro do leão e foi até lá. Então, lembrando-se que leão havia poupado sua vida, o pequeno roedor mastigou e mastigou a corda, conseguindo cortá-la e libertar o leão.
Os dois ficaram amigos a partir de então.
Análise da Interpretação
Esopo, um escritor da Grécia Antiga no século VI a.C., criou esta pequena fábula.
A moral desta narrativa é de que aqueles que realizam boas ações serão recompensados. O enredo aborda temas como união, lealdade e camaradagem.
Ademais, nos é demonstrado que não importa o quão pequeno ou grande sejam, todos os seres têm seus talentos e que mesmo os menores amigos podem nos ser úteis.
12. A História de Pinóquio
Era uma vez um bondoso marceneiro que vivia sozinho. Ele era simpático e gostava de crianças. Seu nome era Gepeto.
Um dia, cansado de se sentir solitário, Gepeto resolve construir um boneco de madeira para lhe fazer companhia e lhe dá o nome de Pinóquio.
O marceneiro ficou trabalhando o dia todo e só foi dormir depois que o boneco estava pronto. Assim, durante a noite, uma linda Fada Azul aparece para Pinóquio e lhe dá vida. Ela diz:
- Você agora poderá falar e andar. Seu criador, o Gepeto, ficará feliz ao ver que finalmente terá companhia.
Pinóquio fica surpreso e pergunta se ele será um menino de verdade, mas a Fada diz que não, que ele só se transformará em um humano se for bondoso como seu pai.
Para ajudar o pobre garoto de madeira, a Fada faz surgir um grilo falante, que servirá como sua consciência, ajudando a tomar melhores decisões.
Quando Gepeto acordou, mal conseguia acreditar que o boneco de madeira agora falava! o homem então adotou Pinóquio como seu filho e o matriculou em uma escola.
Mas Pinóquio não queria ir à escola, ele queria brincar e se divertir. O menino então se envolve em muitas aventuras e confusões, ele mente para seu pai, o que faz seu nariz crescer.
A Fada Azul aparece e lhe salva de muitos apuros. Mas, um dia, depois de passar por muitos desafios, Pinóquio acaba sendo atirado ao mar e é engolido por uma enorme baleia.
Surpreendentemente, o garoto encontra Gepeto dentro da baleia, Seu pai havia saído para procurar o filho e também caiu no mar.
Os dois se ajudam e finalmente conseguem sair de dentro da baleia. E então, como recompensa, a Fada Azul transforma o boneco de madeira em um menino de verdade. Pai e filho vivem felizes para sempre.
Analisando Interpretações
Carlo Collodi escreveu esta história tradicional italiana no meio do século 19. Embora a versão de Disney seja muito conhecida, é bastante diferente do conto original.
Nesta narrativa, vemos como a verdade é fundamental para o ser humano. Ela nos ensina a superar nossas dificuldades e o amor entre pai e filho não se restringe a aqueles de laços de sangue, pois também é tão forte entre aqueles filhos adotivos.
13. A Galinha de Penas Vermelhas
Certa vez, uma galinha com as penas vermelhas decidiu que faria um bolo de milho delicioso. Assim, convidou os outros animais, seus vizinhos, para ajudá-la na preparação.
Mas, surpreendentemente, nenhum deles quis ajudar. O gato disse que estava muito cansado, o cachorro, ocupado. A vaca só queria brincar e o porco não deu nem explicação.
Chateada, a galinha ruiva fez todo o trabalho. Ela colheu o milho, fez o bolo e colocou a mesa.
Quando sentiram o cheirinho de bolo pronto, todos os animais correram até lá para provar. Mas a galinha disse:
- Agora que está pronto vocês querem comer? Não, não! Só eu e meus pintinhos que vamos comer, pois eu fiz o bolo sozinha.
Analisando a Interpretação
A galinha ruiva, determinada e sem preguiça, tinha muita vontade de fazer um bolo, mas não contava com a ajuda dos amigos. Assim, ela acabou fazendo o bolo sozinha, o que evidencia a ausência de trabalho em equipe.
Após a preparação do bolo, todos querem experimentá-lo. No entanto, a galinha se sentiu desrespeitada, impedindo que alguém o consome.
14. A Raposa e o Desafio das Uvas
Uma raposa que passava por um campo, viu uma parreira com uvas bem suculentas. Ela salivou de vontade e decidiu que iria apanhá-las para comer.
Mas ao chegar mais perto, percebeu que as frutas estavam bem altas. Ela pulou e pulou para tentar alcançá-las mas foi em vão. A raposa tentou de todas as formas comer as uvas e não conseguiu.
Um pássaro que voava por perto viu a situação. A raposa quando percebeu sua presença, disse, com desdém:
- Tudo bem, eu não queria mesmo, estavam verdes.
Análise da Interpretação
O velho ditado "Quem desdenha quer comprar" é a moral da fábula de Esopo. A raposa tinha a intenção de comer as uvas, mas não conseguiu alcançá-las. Então, ela decidiu desvalorizar seu objeto de desejo.
O ensinamento que devemos levar é o de reconhecer nossas limitações e fragilidades.
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A Lenda do João Pestana: Uma História de Curiosidade
O mítico João Pestana, oriundo de Portugal, tem fama de representar o sono. Conforme diz a lenda, ele é conhecido pelos seus feitos e pela sua habilidade de desfrutar de boas noites de descanso.
João Pestana é um garoto tímido. Quando as outras crianças já quase adormeciam, ele chegava devagar e fechava seus olhos, saindo apressado logo em seguida. Por essa razão, nunca foi notado.