Simbologia e Mito da Deusa Perséfone na Mitologia Grega


Escrito por Rebeca Fuks

Na mitologia grega, Perséfone era a rainha das profundezas, a deusa do submundo.

Perséfone foi raptada por Hades, o deus do mundo inferior. Como consequência, ela se tornou a esposa dele e passou a governar ao seu lado.

Amitologia tem uma conexão profunda com o ciclo da natureza, especialmente o nascimento das estações do ano. Esta conexão é caracterizada por um sentido místico, sensitivo e intuitivo, com a primavera e o inverno tendo um significado especial.

Prosérpina é cultuada em Roma, onde seu nome foi origem de um novo nome dado a ela.

A Lenda de Perséfone

Cora, filha de Zeus, o deus supremo, e Deméter, deusa da fertilidade e da colheita, era o nome pelo qual essa entidade era conhecida.

Deméter e sua filha eram extremamente próximas, com a mãe sempre presente para proteger e cuidar da filha.

Um dia, enquanto Cora, a bela e virgem, estava colhendo seus narcisos, como de costume, algo inesperado aconteceu.

De repente, Hades, o deus do mundo inferior, manifestou seu amor por Cora. Abriu então uma abertura no chão, tomando a jovem com ele para o seu reino. A partir daquele momento, Cora passou a se chamar Perséfone.

A saudade de Deméter pela sua filha foi tão forte que a deusa desceu do Olimpo, carregando duas tochas, uma em cada mão, e começou a vagar por nove dias e nove noites em busca de Persefone. Desesperada e deprimida, ela não descansaria até encontrar sua filha.

Devido à intensa tristeza, Deméter, cuja área de responsabilidade era relacionada a agricultura e colheita, dessecou o solo, tornando-o infértil.

Ao mesmo tempo, Hades ofereceu uma romã para Perséfone. Ela então comeu dois grãos do fruto, e assim o casamento entre eles foi oficializado.

Deus Perséfone pintada por Dante Gabriel Rossetti em 1874

Hélio, o deus do Sol, olhou para a angustiada deusa da Fertilidade e lhe contou que sua filha havia sido levada por Hades.

Deméter chegou ao submundo em busca de Perséfone, mas Hades não permitiu que ela retornasse para o mundo superior, pois ela havia ingerido a romã, assumindo assim um compromisso com o deus.

Imediatamente, Zeus percebeu o que estava acontecendo e enviou Hermes, o deus mensageiro, às profundezas. Ele decretou que Perséfone deveria passar metade do tempo com seu marido, Hades, e a outra metade com sua mãe, Deméter, no Olimpo. Assim, eles conseguiriam evitar que a terra ficasse totalmente seca.

A partir de então, os ciclos da natureza são estabelecidos.

Durante a estação primaveril, Deméter vibra com a presença de Perséfone ao seu lado e a terra prospera. Porém, quando Perséfone segue de volta ao submundo, a tristeza toma conta de Deméter, e a terra torna-se estéril, sinal de que o inverno se instalou.

Simbologias e Análise do Mito

Esta narrativa, parte do folclore grego, é amplamente conhecida e contém inúmeros significados e simbolismos.

A ligação entre Deméter e Perséfone é bastante forte: ela é conhecida como a "filha da mãe". É comum ver as duas juntas, normalmente associadas a um ramo de trigo, símbolo de fartura e prosperidade.

Perséfone, originalmente uma moça virgem, é muito relatada em histórias por conta de seu sequestro por Hades. Representando uma violência, o momento foi interpretado por alguns estudiosos como a perda forçada da virgindade da moça, devido à ingestão da romã.

Tela O rapto de Proserpina de Luca Giordano

A romã vermelha está relacionada à fertilidade feminina. Ela é associada à primeira menstruação de uma moça, a menarca, e seu mito também tem características cíclicas, assim como fatores relativos à fertilidade feminina, como a ovulação, tensão pré-menstrual e menstruação.

A deusa é conhecida como o protótipo da intuição, da introspecção e da sensibilidade. Isto porque o "submundo", neste caso, é ligado ao inconsciente e à reflexão.

Perséfone representa o equilíbrio entre o mundo material e o interior. Ela nos instiga a acessar nosso conhecimento interior e aplicá-lo para colhermos bons frutos no mundo real. Seu símbolo ilustra a vitalidade de estar conectado a ambos os mundos.

Escultura romana de Perséfone e Hades

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Rebeca Fuks
Escrito por Rebeca Fuks

É graduada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010), possui mestrado em Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013) e doutorado em Estudos de Cultura pelas Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Universidade Católica Portuguesa de Lisboa (2018).