O Dadaísmo surgiu em 1916 como uma forma de arte revolucionária, que buscava desafiar os valores estéticos e morais tradicionais. Jovens artistas inquietos e provocadores iniciaram este movimento com a intenção de criar uma nova maneira de pensar e realizar arte.
Liderado por nomes como Tristan Tzara, Marcel Duchamp, Raoul Hausmann, entre outros, o grupo efetuou significativas alterações no sistema artístico que vigorava na época e exerceu uma grande influência sobre a sucessão de gerações que surgiu depois dele.
Aprenda mais sobre esse movimento extremista.
O que é o Dadaísmo?
Uma sensação de impotência social foi a base do surgimento do Dadaísmo. Esta descrença coletiva resultou na origem do movimento.
Como um movimento subversivo, o método de trabalho de sua gênese era baseado na provocação, choque, escândalo e polêmica.
Os artistas desta geração acreditavam que era necessário destruir para construir algo novo. Para deixar o passado para trás, eles tinham o impulso de se desfazer das estruturas anteriores. Assim, a destruição era algo bem comum a esses artistas.
O Dadaísmo foi o primeiro movimento de vanguarda, servindo como inspiração para o surrealismo e a pop art. O objetivo deste grupo era abalar as estruturas estabelecidas, questionando as técnicas artísticas e até mesmo a própria existência do movimento. Seu principal lema era "contra todos e contra si mesmo".
Com seu caráter radical, o movimento desencadeou uma série de eventos, incluindo exposições, manifestos, produções literárias e lançamentos de revistas.
Começo do Movimento
Em 1916, Hugo Ball (1887-1966) e sua esposa adquiriram um bar, que foi posteriormente transformado em um Cabaré Voltaire, que reuniu um grupo de artistas e questionadores da guerra.
Entre os membros daquele grupo, destacavam-se Tristan Tzara (1896-1963), Richard Huelsenbeck (1892-1974) e Hans Arp (1886-1966).
No cabaré que, anteriormente, fora um bar, os artistas costumavam se encontrar para propor obras que desafiavam as convenções. Assim, tornou-se conhecido como o movimento mais revolucionário da história da arte.
Explorando a História
O dadaísmo teve sua origem em Zurique durante a Primeira Guerra Mundial. Embora tenha se originado na capital da Suíça, também houve um grupo dadaísta que começou a se desenvolver em Nova Iorque.
Partindo de Zurique, o Dadaísmo conquistou a Europa,primeiro a Alemanha (Berlim e Colônia) e, posteriormente, a França. Foi em Paris que o movimento ganhou força. Ele também alcançou a Espanha (Barcelona) e se espalhou para a América do Norte.
Fim do Movimento
O Dadaísmo teve uma existência de seis anos, entre 1916 e 1922.
Em 1922, alguns artistas do antigo grupo decidiram permanecer ativos e fundaram o Surrealismo na capital francesa. A dissolução do grupo foi a motivação para a criação da nova corrente artística.
Explorando as Características do Dadaísmo
Os dadaístas expressavam um desdém irrefreável pelo racionalismo e estavam impregnados de um ceticismo profundo que os levava à rejeição de tudo (niilismo).
O grupo de artistas era famoso por sua subversão: eles eram contra as regras, desobedientes, e não se adaptavam às normas estabelecidas. Eram seres inquietos e agitados, que não aceitavam o status quo.
Os dadaístas expressavam-se de forma livre, ridicularizando a arte convencional, ao outro e a si próprios. Eles tinham uma abordagem espontânea que muitas vezes se traduzia em sátiras e gracejos.
O grupo se caracterizou por cuidadosamente questionar autoridades críticas e acadêmicas, rejeitando qualquer convenção. Os artistas desse grupo se identificavam com anarquia, subversão e cinismo como ferramentas para expressar suas visões.
Princípios do Dadaísmo
a reação contra os valores estabelecidos da arte, a rejeição da racionalidade, e a liberdade de expressão. O Dadaísmo é um movimento artístico que se caracteriza por uma grande diversidade, mas ainda assim é possível identificar alguns objetivos que os unem. Reagindo contra os valores estéticos estabelecidos, rejeitando a racionalidade e defendendo a liberdade de expressão, os dadaístas buscam romper com o anteriormente conhecido e abrir caminho para uma nova Arte.
- Renegar totalmente a tradição;
- Condenar com veemência o sistema artístico;
- Lutar contra a utilização instrumental da arte: não deve ser agradável ou instruir;
- Exaltar a fugacidade, procurando um novo modo de experimentar e refletir sobre a arte;
- Elogiar o vazio, a inconsequência, a inutilidade, o engano, o que antes era tido como anti-arte;
- Exigir liberdade (individual e coletiva) e perceber que, afinal, não somos livres.
"O Dadaísmo é anti-moral, anti-estético e anti-deus". No texto intitulado "Primeira Aventura Celestial do Senhor Antipirina", que funciona como a "bíblia" do movimento Dadaísta, Tristan Tzara (1896-1963) declara: "O Dadaísmo é anti-moral, anti-estético e anti-deus".
Dadá é a vida sem pantufas nem paralelos: quem é contra e pela unidade e decididamente contra o futuro; nós sabemos ajuizadamente que os nossos cérebros se tornarão macias almofadas, que nosso anti dogmatismo é tão exclusivista como o funcionário e que não somos livres e gritamos liberdade; necessidade severa sem disciplina nem moral e escarramos na humanidade.
O Dadaísmo: As Suas Obras Principais
Raoul Hausmann e o Espírito do nosso Tempo (1920)
Marcel Duchamp: Roda de Bicicleta (1913)
Camisa de frente e Garfo (1922), de Jean Arp
Raoul Hausmann: O Crítico de Arte (1919-1920)
Max Ernst e sua Obra Ubu Imperator (1923)
Os Artistas Dadaístas Mais Proeminentes
Picabia, Duchamp, Man Ray, Hausmann, Huelsenbeck e Arp. Dentro de diferentes países, a arte do dadaísmo foi explorada em diversas plataformas, incluindo escultura, pintura, gravura, instalação e literatura. Entre as grandes figuras responsáveis por promover as ideias deste movimento, estão Picabia, Duchamp, Man Ray, Hausmann, Huelsenbeck e Arp.
- André Breton (França, 1896-1966)
- Tristan Tzara (Romênia, 1896-1963)
- Marcel Duchamp (França, 1887-1968)
- Man Ray (Estados Unidos, 1890-1976)
- Richard Huelsenbeck (Alemanha, 1892-1974)
- Albert Gleizes (França, 1881-1953)
- Kurt Schwitters (Alemanha, 1887-1948)
- Raoul Hausmann (Austria, 1886-1971)
- John Heartfield (Alemanha, 1891-1968)
- Johannes Baader (Alemanha, 1875-1955)
- Arthur Cravan (Suíça, 1887-1918)
- Max Ernst (Alemanha, 1891-1976)
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