A Catedral Metropolitana, criada na cidade de Brasília, capital do país, é considerada uma obra de arte tanto externa quanto internamente. Seu projeto foi desenvolvido pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
Em 1988, Niemeyer recebeu o Prêmio Pritzker, o mais alto prêmio da arquitetura, graças ao seu projeto.
Situada na Praça de Acesso, ao lado da Esplanada dos Ministérios - local sugerido pelo urbanista Lúcio Costa - a Igreja foi inaugurada no dia 31 de maio de 1970.
A Catedral Metropolitana de Brasília é construída em estilo modernista, com dezesseis colunas de concreto se unindo no centro em uma circular. Sua padroeira é Nossa Senhora Aparecida, que também é a padroeira do Brasil. O templo conta com uma réplica da santa, que se localiza na cidade de Aparecida, em São Paulo.
Explorando a História
A Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, projetada pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, é o nome oficial da Igreja.
Em 12 de setembro de 1958, foi lançada a pedra fundamental para a construção do Templo de Brasília. A estrutura foi concluída aproximadamente dois anos mais tarde, em 1960. Entretanto, somente dez anos depois, em 31 de maio de 1970, foi realizada a sua inauguração.
A Igreja, com capacidade para até quatro mil pessoas, conta com missas diárias entre terças e sextas-feiras (às 12h15), sábados (às 17h) e domingos (às 8:30h, 10:30h e 18h), funcionando plenamente.
O engenheiro Joaquim Cardozo assinou o cálculo estrutural que possibilitou a realização da catedral idealizada por Oscar Niemeyer. Considerado um ícone do modernismo, o edifício apresenta uma profusão de curvas e a liberdade da forma.
Quatro esculturas de bronze, desenhadas pelo artista Alfredo Ceschiatti e 3 metros de altura, foram instaladas no lado externo da Igreja. Estas estátuas, que representam os evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João, carregam pergaminhos nas mãos, símbolo da história de Jesus Cristo relatada por eles. O trabalho foi colaborado pelo artista Dante Croce.
A Catedral de Brasília foi eleita como a maravilha número um da cidade pelos seus habitantes, tornando-se um dos principais pontos turísticos da capital do país.
No dia 19 de novembro de 1991, o edifício foi oficialmente tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Explorando a Arquitetura da Catedral de Brasília
Organização da Igreja
A Catedral tem 70 metros de diâmetro e 16 colunas de concreto com 42 metros de altura cada uma, pesando 90 toneladas.
A Torre e os Sinos
Os sinos da Igreja, de grandes dimensões e controlados eletronicamente, são feitos de bronze e foram oferecidos pelo Governo Espanhol. Por essa razão, deram-lhes os nomes Santa Maria, Pinta, Nina (em homenagem às embarcações do navegador espanhol Cristóvão Colombo) e Pilarica (uma referência à Nossa Senhora do Pilar, santo de grande importância na Espanha).
O campanário é a estrutura alta que sustenta os sinos. Medindo 20 metros, os sinos podem ser ouvidos em três horários exatos desde 1987: 6h, 12h e 18h.
Simbolismo da Cruz
No dia 21 de abril de 1968, o Papa Paulo VI realizou a bênção de uma cruz de 12 metros de altura, que foi instalada na Igreja. O interior da cruz guarda duas relíquias: um fragmento da Cruz de Cristo e a Cruz Peitoral do primeiro Arcebispo de Brasília.
A Superfície Reflectiva da Água
O reservatório localizado ao redor da igreja tem aproximadamente 40 centímetros de profundidade e 12 metros de largura. Ele é capaz de armazenar um milhão de litros de água.
A Magia dos Vitrais
A Igreja foi originalmente cercada por vidro incolor e a grande quantidade de vidro era uma estratégia do arquiteto para permitir que luz natural iluminasse o espaço. A arte dos vitrais que Marianne Peretti criou cobre uma área de 2 mil metros quadrados.
Mais sobre o assunto
- A Magnífica Catedral da Sé
- Oscar Niemeyer: 8 Obras Principais
- Visita à Catedral de Notre-Dame em Paris
Uma Visão Interna da Catedral
O interior da Igreja contém inúmeras obras de arte feitas por artistas brasileiros e estrangeiros. O altar, presente do papa Paulo VI, é especialmente notável.
Azulejos de Athos Bulcão e Pilar
O artista Athos Bulcão assinou o painel de azulejos presente no Batistério, bem como um conjunto de 10 pinturas em tinta acrílica sobre placa de mármore branco. Esta segunda obra representa cenas da vida de Maria, mãe de Jesus.
A Via Sacra de Di Cavalcanti
Di Cavalcanti pintou a obra "Via Crucis", que contém quinze quadros que ilustram o caminho de Cristo desde sua condenação até sua crucificação no Monte Calvário. Esta obra é um testemunho do talento do famoso artista plástico brasileiro.
A Réplica da Pietà
A famosa escultura Pietà, de Michelangelo, originalmente está na Basílica de São Pedro, em Roma. No entanto, um casal fez doação de sua réplica para a Catedral de Brasília, no dia 21 de dezembro de 1989. Ela foi recebida com grande entusiasmo e encontra-se atualmente na capela.
O Museu do Vaticano levou três anos para criar essa réplica exata da peça original. Ela foi fabricada com mármore em pó e resina, pesando seiscentos quilos e medindo 1,74 metros de altura.
As Esculturas de Alfredo Ceschiatti na Nave
Três anjos flutuam suspensos na nave da igreja, obra do escultor mineiro Alfredo Ceschiatti. A magnitude das esculturas é assombrosa, cada uma medindo até 4,25 m de comprimento com uma carga de até 300 kg. A menor tem 2,22 m e 100 kg, enquanto a média possui 3,40 m e 200 kg.
A Arte de Marianne Peretti em Vitrais
Em 1990, vitrais coloridos foram instalados em substituição aos vidros transparentes. Recentemente, eles passaram por processo de restauração. As cores dentro da igreja mudam por conta dos enormes vitrais, de acordo com a altura do dia, trazendo uma experiência sinestésica aos visitantes. São dezesseis peças em fibra de vidro, cuja criação é atribuída à artista plástica franco-brasileira Marianne Peretti - a única mulher na equipe de Oscar Niemeyer.
Revitalizando a Igreja
A Catedral foi reformada ao longo de três anos (2009-2012), com um custo estimado em R$ 20 milhões.
A igreja foi submetida a uma reforma: aplicou-se uma nova pintura em toda a estrutura, as estátuas dos evangelistas foram restauradas, trocaram-se os cabos que suportam os anjos, o espelho d'água foi reconstruído, os vitrais foram substituídos, a rampa de acesso, o campanário e os sinos foram revitalizados.
Vista Aérea da Catedral de Brasília
Vista de cima, a Igreja de Oscar Niemeyer é ainda mais deslumbrante. Os ângulos preciosos que se revelam tornam a experiência ainda mais memorável.
A Arquitetura de Oscar Niemeyer
O grande arquiteto Oscar Niemeyer foi selecionado para projetar e construir a Catedral da capital. Dedicada à Nossa Senhora Aparecida, a obra levou mais de década para ser concluída, entre 1959 e 1970.
A Igreja conta com algumas peculiaridades relacionadas ao número quatro. Seus quatro apóstolos, quatro sinos e quatro anjos são laços que a unem a este número. Além disso, 16 colunas de concreto, que sustentam a Catedral, formam um padrão de 4x4. O último anjo, conhecido como o “anjo da guarda”, remata essa conexão.
A obra durou cerca de dez anos, desde 1959 até 1969. O projeto de construção inicial, entre 1959 e 1960, focou na edificação da estrutura da nave principal. O restante foi concluído entre 1969 e 1970. O arquiteto envolvido na obra declarou: "
“Pensei que a catedral pudesse refletir, como uma grande escultura, uma ideia religiosa, um momento de oração, por exemplo. Projetei-a circular, com colunas curvas, que se elevam para o céu, como um gesto de reclamo e comunicação.”
A capital conta com uma igreja icônica que é um ponto obrigatório para os turistas.
Retrato da Catedral de Brasília
Muitos consideram que ao projetar o edifício, Niemeyer se inspirou na representação da coroa de espinhos de Cristo na Paixão. Por outro lado, há quem defenda que o prédio tem a forma de mãos estendidas em atitude de súplica.
Veja abaixo um dos desenhos feitos pelo arquiteto enquanto rabiscava o projeto:
A equipe responsável pela construção da Catedral de Brasília concedeu diversas entrevistas, nelas, é possível sentir o espírito presente naqueles que, praticamente a partir do nada, ergueram essa cidade maravilhosa no meio do interior.
"Quando eu faço o prédio público, como esse, eu imagino que o sujeito mais pobre que vai lá, que vê o prédio, e não vai usufruir nada desse prédio (os outros é que vão ganhar dinheiro) ele pelo menos tem aquele momento de prazer, de ver uma coisa diferente, de indagar: “o que é isso?. De modo que a Arquitetura é cheia de segredos. A gente quer ver o espetáculo. Por exemplo, a Catedral de Brasília, quem olha e não conhece pensa que é muito complicado de fazer. Foi muito simples. Nós construímos as colunas no chão, pré-fabricadas, e suspendemos. Está pronta a Catedral!"