Aspectos do Modernismo


Escrito por Carolina Marcello

Durante a primeira metade do século XX, o Modernismo manifestou-se como um movimento cultural, artístico e literário.

Durante o período compreendido entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial (1914-1945), a geração estética se caracteriza entre o simbolismo e o pós-modernismo.

O modernismo abrange uma ampla variedade de produções, mas de forma geral podemos destacar algumas de suas principais características que direcionaram as obras de seus artistas.

1. Inovar e Abandonar o Tradicionalismo

Os artistas da geração modernista eram unânimes em considerar que a cultura tradicional estava desatualizada. Por isso, eles acreditavam que era preciso desenvolver e criar uma nova arte para expressar melhor o que realmente significava para eles.

Com o intuito de desafiarem as estruturas tradicionais e abolirem os modelos ultrapassados, os artistas tinham a ambição de superar a arte estagnada e sem alma que estava sendo criada.

Os modernistas procuravam criar uma nova linguagem artística, dedicando sua energia ao presente e deixando o passado para trás.

o Cubismo. O pintor português Amadeo de Souza-Cardoso fez um investimento para descobrir uma nova linguagem artística: o Cubismo.

Pintura (1917), Amadeo de Souza-Cardoso

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2. Explorando o Novo Impulso.

Os modernistas tinham o desejo de promover mudanças significativas na arte, buscando a liberdade estética e formal.

O experimentalismo era evidente nos artistas, que buscavam novas técnicas e formas de transgredir. Esta ânsia de inovar e improvisar dava-lhes a oportunidade de vivenciar experiências nunca antes experimentadas.

Neste lugar, buscava-se tanto a liberdade para usar formatos variados quanto para abordar assuntos diversos.

Em 1922, o Modernismo foi introduzido no Brasil pela Semana de Arte Moderna, trazendo uma renovação para nossa arte. Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Mario de Andrade, Manuel Bandeira, Di Cavalcanti e Anita Malfatti foram os principais artistas deste período, cada um deles seguindo seu próprio caminho criativo para inovar na arte.

Durante a Semana de Arte Moderna, foi oferecido um poema que tinha o propósito de criticar o passado - mais especificamente o parnasianismo - com humor.

Enfunando os papos,

Saem da penumbra,

Aos pulos, os sapos.

A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra,

Berra o sapo-boi:

- "Meu pai foi à guerra!"

- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".

O sapo-tanoeiro,

Parnasiano aguado,

Diz: - "Meu cancioneiro

É bem martelado.

O grupo modernista buscava não só compreender a vida e a arte, mas também alterar os modos de pensar e viver, refletindo sobre as identidades individuais e coletivas. Brasileiros e estrangeiros trabalhavam em conjunto com essa intenção.

3. Usando uma Linguagem Simples

Os modernistas davam importância aos eventos comuns e optavam por usar um vocabulário comum - informal - frequentemente desordenado e ousado.

Muitas vezes, os artistas procuram aproximar-se do público recorrendo ao humor e à oralidade. Assim, eles usam a expressão verbal para proporcionar mais conexão e entretenimento ao seu trabalho artístico.

Uma mostra dessa qualidade pode ser encontrada na famosa obra modernista de Mário de Andrade, Macunaíma.

Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava: - Ai! Que preguiça!... e não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o trabalho dos outros

4. A Importância do Cotidiano

A postura dos modernistas era contrária à de um artista que se mantivesse distantes do público, confinado em sua própria torre de marfim, criando obras separado da realidade.

Os artistas estavam interessados em expressar o que acontecia na sociedade por meio de uma linguagem que todos pudessem entender. Buscavam plasmar as experiências cotidianas, os encontros e desencontros que ocorriam dentro de uma sociedade em profundas mudanças.

Modernismo

5. Celebrar a Identidade

O modernismo brasileiro procurou fortalecer e honrar a cultura local. Isso incluía o empenho em reconhecer a cultura indígena e reconhecer a miscigenação que se deu ao longo dos anos, criando assim um povo diverso e versátil.

O objetivo principal de nossa imersão em nossas raízes era a formação de uma identidade nacional.

Há um patriótico orgulho nacional perceptível em muitas produções artísticas modernistas; ao mesmo tempo, essa geração também registrou as desigualdades do país e realizou uma severa crítica social.

Abaporu

Carolina Marcello
Escrito por Carolina Marcello

Formou-se em Estudos Portugueses e Lusófonos pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e possui mestrado em Estudos Literários, Culturais e Interartes pela mesma instituição. Durante os estudos universitários, foi co-fundadora do Grupo de Estudos Lusófonos da faculdade e uma das editoras da revista da mesma, que se dedica às literaturas de língua portuguesa.