Durante a transição dos séculos XIX e XX, surgiu a Arte Moderna, que expressava o impacto das mudanças ocorridas naquela época.
A arte feita de forma inovadora revolucionou a cultura na Europa, e essa tendência se espalhou para outros lugares – inclusive o Brasil.
Muitos artistas contribuíram para a consolidação e perpetuação do modernismo na arte no século XX, até que foi substituído pela arte contemporânea.
1. A Vida e Obra de Édouard Manet (1832-83)
O francês Manet é de grande relevância para a arte moderna, já que ele se destacou como precursor do impressionismo, um estilo que influenciou profundamente o campo artístico.
Ele provocou alvoroço naquela época, pois retratava cenas e pessoas de um modo novo, destacando os efeitos e distorções óticas ao ar livre, sem se prender às técnicas de sombreamento das academias.
Em 1863, Monet inscreveu algumas telas para serem exibidas em uma importante exposição em Paris. Infelizmente, suas obras foram rejeitadas, sendo incluídas em uma mostra paralela chamada de “Salão dos Recusados”.
Embora os impressionistas não tivessem a intenção de quebrar os moldes da pintura tradicional, ainda assim contribuíram significativamente para o estabelecimento da arte moderna na Europa. Isso foi algo que eles não tinham consciência.
"Manet foi mais importante do que todos os pintores que o precederam". Clement Greenberg, crítico e pesquisador norte-americano, resumiu a relevância de Manet para a arte moderna com as seguintes palavras: "Manet foi mais importante do que todos os pintores que o precederam". Isso mostra o grande impacto que o trabalho de Manet teve na inovação da prática artística.
As telas de Manet tornaram-se as primeiras pinturas modernistas em virtude da franqueza com a qual elas declaravam as superfícies planas sob as quais eram pintadas.
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2. A Vida e Obra de Paul Cézanne (1839-1906)
Paul Cézanne é outro artista reconhecido como um pioneiro da arte modernista, sendo contemporâneo de Manet.
Uma estabilidade financeira possibilitou ao holandês se dedicar aos diversos desafios presentes na pintura. Isso lhe conferiu mais autonomia criativa, pois não precisava depender do sucesso para se manter.
Ele procurava alcançar o equilíbrio entre cor, composição e formas para captar a essência da natureza de forma mais duradoura do que o feito pelos impressionistas.
Usando elementos geométricos, como os cilindros, o artista não se prendia estritamente aos contornos originais, flexibilizando-os se necessário.
Devido a estas influências, muitas vezes o artista em questão é relembrado como um guia para o desenvolvimento da arte moderna.
3. A Vida e Obra de Vincent Van Gogh (1853-1890)
Vincent van Gogh, um pintor holandês, dedicou-se extremamente à sua arte durante seus apenas dez anos de produção. Encontrou nela uma forma de acalmar sua mente sempre em conflito.
O trabalho de seu artista destacava-se pela força e expressividade inovadoras, mas não teve reconhecimento financeiro suficiente para lhe proporcionar estabilidade. Por isso, era necessário contar com a ajuda de seu irmão para que tivesse seu sustento.
A obra de Van Gogh foi profundamente influenciada pelas ideias impressionistas, mas foi além, ao aplicar expressão emocional. Assim, ele é reconhecido como um artista do pós-impressionismo, inspirando aqueles que seguiram na vanguarda expressionista.
"Eu não espero que ninguém mais veja o que eu vejo". Ao descrever suas obras, Vincent Van Gogh deixou claro seu caráter único e seu profundo interesse pela beleza, ao escrever para seu irmão Theo: "Eu não espero que ninguém mais veja o que eu vejo". Isso demonstra a singularidade de sua arte e torna sua produção ainda mais marcante.
As emoções são às vezes tão intensas que trabalho sem a consciência de estar trabalhando (...) e as pinceladas me vêm com uma sequência e coerência, como palavras na fala ou em uma carta.
4. Obras de Pablo Picasso (1881-1973)
Considerado como um dos principais artistas do modernismo, Pablo Picasso mostrou muita criatividade e inteligência ao longo de sua carreira. Suas obras foram inspiradas por outros artistas, como Paul Cézanne, além de influências de culturas distantes, como a africana.
Picasso e Georges Braque criaram um estilo que se chamou Cubismo. Esta arte retrata as figuras de uma maneira que quebra o mundo real, com o intuito de desenvolver algo novo. Assim, uma nova realidade está sendo criada.
O cubismo explorava figuras geométricas a fim de pensar na representação de forma diferente. Ao invés de considerar somente o que é visto a partir de um único ângulo, buscava-se “expandir” o objeto para duas dimensões, produzindo assim uma ilusão de quatro dimensões.
O pintor se tornou uma referência importante das vanguardas europeias por seu ato de romper com as convenções artísticas anteriores, transformando-se em um ícone.
5. Vida e Obra de Wassily Kandinsky (1866-1944)
Wassily Kandinsky, originário da Rússia, é reconhecido como o primeiro artista ocidental a desenvolver uma obra de arte abstrata - a arte que não segue a representação realista.
A obra de Kandinsky foi fortemente influenciada pela música, tendo em vista traduzir em cores, formas e linhas sensações e emoções.
Com seu trabalho, ele contribuiu significativamente para o movimento artístico que rompeu completamente com a representação figurativa. Por isso, ficou conhecido como "arte não figurativa" ou "arte não objetiva". Suas criações foram fundamentais para o surgimento de uma nova forma de expressão artística.
O trabalho de Kandinsky enfatizava a liberdade criativa, a intuição e a expressão das experiências emocionais e psicológicas.
Outros artistas também começaram a produzir trabalhos abstratos após o movimento modernista, como o abstracionismo geométrico de Piet Mondrian.
6. A Vida e Obra de Marcel Duchamp (1887-1968)
Marcel Duchamp foi uma figura destemida e criativa na cena artística do começo do século XX.
O dadaísmo, movimento associado ao artista moderno, procurava retratar as insatisfações e contradições do período da Primeira Guerra Mundial.
A atitude de Duchamp foi desafiadora e provocadora, tentando desafiar os limites da própria arte.
O artista incorporou "ready mades", que são objetos industrializados, ao seu trabalho. Estes objetos perderam a intenção e significado inicial ao serem inseridos no âmbito artístico, adquirindo assim novos significados.
A obra de Duchamp foi fundamental para a reconsideração sobre o que é considerado arte, dando aos artistas vindouros a oportunidade de aprofundar essas questões.
7. A Vida e a Obra de Anita Malfatti (1889-1964)
Ao pensarmos em arte moderna brasileira, o nome de Anita Mafatti nos vem à mente como um dos primeiros destaques.
A artista paulistana foi fundamental para o início do modernismo no Brasil, pois produzia arte moderna antes da Semana de 22, evento considerado como um divisor de águas na cultura nacional.
Anita recebeu formação artística na Europa entre 1912 e 1914, aproveitando essas oportunidades para desenvolver suas habilidades e sendo amplamente influenciada pelas vanguardas.
Em 1917, ao exibir suas obras em São Paulo, a pintora modernista foi rejeitada pela crítica e pelo público. Isso se deve ao seu trabalho caracterizado por elementos inovadores, como o uso de cores distantes da realidade, deformações e contornos marcados.
8. A Vida e Obra de Tarsila do Amaral (1886-1972)
Tarsila do Amaral foi fundamental para o desenvolvimento do Modernismo Brasileiro, mesmo que não tenha participado da Semana de Arte Moderna. Sua produção destacou-se durante esse período e ajudou a criar o movimento Antropofágico, ao lado de Oswald de Andrade e Raul Boop.
A ideia do movimento antropofágico era a de criar uma arte moderna, mas com forte influência brasileira. Seu lema "Só a antropofagia nos une" expressava a necessidade de se debruçar sobre temas e interesses nacionais.
Em sua produção, o povo brasileiro foi valorizado, com deformações nas figuras e, em alguns trabalhos, a influência do surrealismo tornou-se presente, como na obra O ovo, de 1928.
9. Vida e Obra de Cândido Portinari (1903-1962)
Portinari, um pintor brasileiro, viveu de acordo com os modernismos defendidos por Mario e Oswald de Andrade.
Ele se esforçou para criar uma carreira que exibisse a diversidade humana no Brasil, desde os trabalhadores rurais até as crianças, e para mostrar as festas populares.
Portinari empregou elementos estéticos das vanguardas europeias com o propósito de compor algo genuinamente brasileiro. A influência de Pablo Picasso (por exemplo) está presente em algumas de suas obras, que caracterizam-se pelo uso escuro da cor, exageros na expressão dos personagens e deformações das figuras.
