A arte romana da Antiguidade foi uma fusão de praticidade e harmonia, dando destaque aos elementos herdados das civilizações grega e etrusca.
A pintura, escultura e arquitetura da Roma Antiga refletem os ideais de uma poderosa civilização que durou desde 753 a.C. até o século IV d.C. Esta civilização criou um enorme império que durou por séculos.
Durante a fase helenística da Grécia, as manifestações artísticas da sociedade permaneceram muito ligadas às produzidas por seus gregos.
A cultura grega abraçou a religiosidade através da reinterpretação de suas mitologias. Os mesmos deuses e deusas tiveram os seus nomes alterados para se adequar à cultura grega.
À medida que o Império Romano foi se desenvolvendo, as artes foram passando por transformações, notadamente na área da arquitetura.
A partir da prática dos etruscos, a cultura romana adquiriu características mais populares e expressivas.
A partir do século III, os conflitos entre os romanos e os povos bárbaros resultaram no abandono da arte e das construções arquitetônicas.
No século V, o Império Romano do Ocidente se viu à mercê dos bárbaros germânicos, devido ao declínio iniciado naquele momento.
A Arte da Roma Antiga
A pintura romana foi abrangentemente praticada nas cidades de Pompeia e Herculano, que sofreram o enterro devido à erupção do vulcão no Monte Vesúvio em 79 d.C. A maior parte dos achados arqueológicos nesta área encontrou-se nesses dois locais.
O sítio arqueológico de Pompeia é notável pela sua conservação, revelando a influência da cultura grega através de vários elementos.
Eles optaram pela técnica de afresco para aplicar a tinta em superfície de gesso, com o intuito de preservar a obra por um maior período. Essa técnica consiste em aplicar a tinta em uma superfície de gesso ainda úmida.
A arte é classificada em quatro estilos: incrustação, arquitetônico, enfeitado e intricado.
O primeiro processo consistia na incrustação, onde era aplicada uma camada de gesso nas paredes para criar uma aparência de mármore, imitando blocos em formatos de tijolos.
No segundo estilo arquitetônico, o uso de gesso foi descartado. Em seu lugar, os artistas passaram a usar pinturas para representar o aspecto volumétrico e a profundidade necessárias para não perder a autenticidade da obra.
Na Vila dos Mistérios, uma casa de classe alta localizada em Pompeia, foram descobertos grandes painéis pintados com a técnica do século I.
Já no estilo enfeitado, foram criadas imagens que pareciam ser janelas com figuras de animais e da natureza, mas com um resultado mais "plano" e mais modesto.
Depois surgiu o estilo mais complexo, misturando os três estilos anteriores. Esta arte tinha uma forte influência de pinturas de pessoas quase em tamanho natural, sejam elas retratadas de pé ou sentadas.
As pinturas romanas buscavam retratar a realidade de maneira criativa, combinando técnicas que aproximavam a pintura do cenário real, enaltecendo a arquitetura.
Outro tema que se encontra nas pinturas da cidade romana de Pompeia é a arte erótica. Estes murais contém cenas que revelam a prática sexual naquela sociedade, incluindo a representação de relações homoeróticas. Acredita-se que este material tenha sido encontrado em uma construção que seria usada como prostíbulo.
A Escultura na Roma Antiga
Durante muito tempo, as esculturas romanas foram inspiradas nos exemplares gregos. A influência do período helenístico da Grécia Antiga sobre os romanos foi decisiva.
Frequentemente, as esculturas eram usadas para ornamentar edifícios, transmitindo informações históricas e homenageando figuras importantes.
As esculturas romanas diferiram de suas gregas, pois os romanos davam mais importância ao realismo, ao invés de criar figuras perfeitas. Eles preferiam transmitir a verdadeira aparência da figura, apesar de isso significar abrir mão do ideal de beleza.
Assim, encontramos representações de idosos, homens de grande autoridade retratados em mármore, com rugas em seus rostos que nos mostram sua verdadeira idade ao tempo em que as esculturas foram criadas.
A arte romana, assim como a grega, surpreendentemente não era inteiramente branca como se pensava. Revelou-se que esses ícones da antiguidade eram originalmente coloridos, muitas vezes com cores vibrantes.
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A Arquitetura da Roma Antiga
Os romanos desenvolveram a arquitetura como a principal forma de expressão artística. Inspirados por outras culturas, eles combinaram seus conhecimentos para criar obras que marcaram época. Grandiosas e influentes, essas construções foram produtos do incrível talento dos romanos.
A técnica do arco e da abóboda foi herdada pelo povo etrusco e, dessa forma, o inexplorado conhecimento dos gregos foi aproveitado para inovar as construções. Dessa forma, era possível ter grandes espaços internos sem a necessidade de colunas.
Os arcos permitiram que Vespesiano e Domiciano empreendessem projetos grandiosos, como o famoso Coliseu, construído no século I.
Esta construção tem três andares montados uns sobre os outros, com arcos. Seu interior é espaçoso o suficiente para acomodar 40 mil pessoas sentadas e 5 mil em pé.
Os adornos do anfiteatro foram criados com base na arte grega, enquanto a estrutura é uma homenagem aos antigos etruscos.
O Panteão é um exemplo de construção que evidenciou o uso da abóboda. Originalmente usado para cultuar os deuses mitológicos, foi posteriormente transformado em uma igreja cristã.
Uma abertura no teto arredondado, que permite admirar o céu, proporciona uma experiência mágica, como se estivéssemos sob o próprio firmamento.
Explorando a Arte Romana da Antiguidade
A arte romana se destaca pela habilidade de combinar o estilo estético helenístico e a objetividade etrusca. A capacidade de unir estas duas influências tornou a arte romana única e marcante.
Inspirados por um ideal de beleza clássico, os artistas criaram obras que, ao mesmo tempo, incorporavam características que expressavam seus ideais, como a representação fidedigna e realista de figuras humanas em suas esculturas.
A arquitetura de destaque tinha arcos e edificações imponentes, normalmente ornamentadas com painéis escultóricos que retratavam eventos históricos. A pintura, por outro lado, era caracterizada pela riqueza em detalhes e profundidade, além de seu colorido vibrante.
Citações bibliográficas.
- GOMBRICH, Ernst Hans. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
- PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Ed. Ática, 2010.