A Arte Naïf é uma forma de expressão artística que é realizada por aqueles que não receberam treinamento formal. Esta expressão artística fornece uma visão do mundo do artista, geralmente regionalista, simples, poética e única.
Eles trabalham em grande parte com o improvável e assuntos do imaginário popular.
A palavra "naïf" é de origem francesa e significa "ingênuo", indicando que a expressão dessa arte também apresenta características de "arte inocente".
É conhecida como "arte primitiva moderna", visto que apresenta uma expressão informal e não segue técnicas ou tradições estabelecidas.
Explorando a Arte Naïf
Muitas das produções de arte naïf incluem elementos comuns. Estes artistas, que normalmente usam a pintura como forma de expressão, costumam criar imagens que destacam cores vivas e vibrantes.
Embora seja comum que os temas sejam alegres, isso não é uma regra. Assim, é comum que temas populares, que retratam festividades e eventos coletivos, também sejam abordados.
A bidimensionalidade das cenas, aliada à falta de profundidade e perspectiva, dá destaque aos traços figurativos e aos ricos detalhes. As representações da natureza, por sua vez, são frequentemente idealizadas.
A espontaneidade, a ingenuidade, a ausência de sofisticação e a falta de formação acadêmica são também características que podem ser citadas.
Explorando a Arte Naïf dos Artistas
Anna Mary Robertson (1860-1961), famosa como Vovó Moses nos EUA, é um ícone da arte naïf. Ela dedicou parte de sua vida à essa forma de expressão e só experimentou reconhecimento na velhice.
John Kane (1860-1934), H. Poppin (1888-1947) e Alfred Wallis (1855-1942) são alguns artistas norte-americanos e ingleses respectivamente que adotam o mesmo estilo.
A Vida e a Obra de Henri Rousseau
Henri Rousseau (1844-1910) era um funcionário da alfândega com uma grande paixão pela arte. Ele pintava imagens nítidas com cores simples e puras no tempo livre, criando assim um estilo artístico diferente da sofisticação do círculo acadêmico.
Os artistas modernistas vislumbraram a possibilidade de criar de maneira livre, sem regras pré-estabelecidas, dando origem a uma espontaneidade e poesia que eles tanto desejavam.
A Vida de Séraphine Louis
A humilde Séraphine Louis, mais conhecida como Séraphine de Senlis, tinha poucos recursos financeiros e trabalhava como faxineira em casas particulares.
A pintura era o passatempo favorito daquela pessoa nas horas vagas. Seus quadros eram ricos em detalhes, com uma paleta de cores vibrantes, e tinham sempre alguma referência à natureza.
Wilhelm Uhde descobriu a artista Séraphine em 1902, e desde então as suas obras têm sido destaque em mostras de arte. O seu trabalho é mundialmente reconhecido, tanto que, em 2008, foi produzido um filme contando a história dela, chamado Séraphine.
Vida de Louis Vivin
Louis Vivin (1861-1936), um francês, trabalhava no correio. No tempo livre, dedicava-se à pintura. Foi Wilhelm Uhde, alemão, quem primeiro percebeu seu talento e expôs suas obras.
Com o passar dos anos e o reconhecimento da arte de Vivin, ela conseguiu deixar o trabalho formal e viver da pintura. Suas telas retratam temas da vida cotidiana e da cidade, usando uma perspectiva imprecisa, que confere às cenas um ar de inocência.
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A Arte Naïf no Brasil
A História de Chico da Silva
Nascido no Acre, Francisco Domingos da Silva (1910-1985) foi um homem semi-analfabeto que dedicou-se a vários ofícios ao longo da vida. Ao mesmo tempo, também exercia sua arte ao pintar as casas de pescadores em Fortaleza. Infelizmente, o artista faleceu em Ceará.
Na década de 40, Jean Pierre Chabloz, pintor suíço, inspirou a profundidade das obras de arte de Salvador. Suas telas variaram desde dragões e sereias até figuras lendárias e cenários criados a partir da sua imaginação.
Ele foi recolhido a um hospital psiquiátrico por três anos, não produzindo nada durante esse período. No entanto, pouco antes de falecer, em 1981, retomou sua atividade artística.
A História de Djanira
Djanira da Motta e Silva, uma artista nascida em 1914 no interior de São Paulo, teve sua vocação para desenhar e pintar despertada quando esteve internada por tuberculose em um sanatório em São José dos Campos, em 1937.
No início dos anos 40, a artista começou a conviver com modernos artistas, elevando ainda mais seu nível de produção. Seu trabalho apresentava uma mistura de regionalismo, religiosidade e memórias do seu passado na agricultura.
"uma verdadeira memória da alma brasileira". Jorge Amado descreveu a obra de Djanira como "uma verdadeira memória da alma brasileira".
Djanira traz o Brasil em suas mãos, sua ciência é a do povo, seu saber é esse do coração aberto à paisagem, à cor, ao perfume, às alegrias, dores e esperanças dos brasileiros.
Sendo uma das grandes pintoras de nossa terra, ela é mais do que isso, é a própria terra, o chão onde crescem as plantações, o terreiro da macumba, as máquinas de fiação, o homem resistindo à miséria. Cada uma de suas telas é um pouco do Brasil.
O Mestre Vitalino
O pernambucano Vitalino Pereira dos Santos (1909 -1963) foi um artista que dedicou sua vida à arte popular. Ele se especializou principalmente na cerâmica, mas também tinha grande talento para a música.
Vitalino cresceu em uma casa de lavradores e, desde menino, se divertia modelando pequenas figuras a partir das sobras de barro usadas por sua mãe. Ele criava animais, objetos e outras coisas imaginárias.
A partir de 1947 o trabalho de Severino e seu universo do sertanejo da região nordestina se tornou conhecido devido a uma exposição. Nele, figuras de cangaceiros, animais e famílias são retratados.
O brasileiro é uma das figuras artísticas mais importantes em seu país e foi honrado com a exibição de suas obras em instituições como o MASP (Museu de Arte de São Paulo) e o Museu do Louvre, em Paris.
Explorando a Arte Naïf
Desde sempre, houve artistas amadores, mas foi o francês Henri Rousseau (1844-1910) que deu ao estilo naïf a forma como hoje é conhecido.
Em 1886, no Salão dos Independentes na França, este pintor apresentou algumas de suas obras e recebeu elogios de personalidades da arte mundial, como Paul Gauguin (1848-1903), Pablo Picasso (1881-1973), Léger (1881-1955) e Joan Miró (1893-1983).
Os modernistas foram maravilhados com a solução de Rousseau para questões estéticas sem qualquer forma de educação. Seus quadros eram expressivos e poéticos, possuindo uma qualidade "infantil" e retratando temas do cotidiano.
Quem costumava exercer sua arte como hobby era apelidado de "pintor de domingo". O que diferenciava estes artistas, como o Rousseau, era o fato de não se comprometerem com as tradições artísticas, optando por produzir obras mais livres e próximas da realidade do "homem comum".
A pintura nessa forma acaba inspirando artistas, que de certa maneira abdicam de regras técnicas e teóricas, buscando entendimento de todos, em especial das pessoas comuns.
Wilhelm Uhde (1874 - 1947) era um crítico de arte alemão, reconhecido por promover a primeira exposição do estilo naïf, em 1928, em Paris.
Fizeram parte da exposição: Rousseau, Luis Vivin (1861-1936), Séraphine de Senlis (1864-1942), André Bauchant (1837-1938) e Camille Bombois (1883-1910).