A arte contemporânea, também chamada de arte pós-moderna, surgiu como desdobramento e desenvolvimento das manifestações artísticas modernas. É uma tendência que veio para superar e expandir os limites da arte moderna.
Desde a segunda metade do século XX, uma nova vertente de arte vem sendo produzida e apreciada. Esta forma de expressão artística ainda é praticada nos dias atuais.
A arte contemporânea procura estabelecer uma conexão entre o cotidiano e o universo artístico, buscando unir diferentes linguagens.
A tecnologia e os meios digitais são grandes aliados para os artistas e o público, criando questionamentos e experiências inovadoras.
Arte Contemporânea: Uma História
A partir da década de 60, os Estados Unidos foram o solo fértil para o surgimento de movimentos como a pop art e o minimalismo, que deram início à arte contemporânea.
Nos tempos pós-guerra, foi possível observar a evolução dos avanços tecnológicos, além do aumento do poder do capitalismo e da globalização.
A indústria cultural e a arte tiveram mudanças significativas que levaram à criação do que agora é conhecido como arte contemporânea. Essas transformações estabeleceram as bases para o surgimento desta área.
Começou a surgir um novo enfoque artístico que prioriza ideias e processo criativo, em vez do resultado final ou objeto. Esta abordagem vem estimulando tanto a discussão sobre o mundo como sobre a arte como um todo, e busca aproximar a arte da vida cotidiana.
A pop art, representada por seus principais expoentes, como Andy Warhol, Roy Lichtenstein e outros artistas, estabeleceu um importante backdrop cultural para a produção artística contemporânea.
A cultura de massas foi utilizada como suporte fundante pela vertente artística, fazendo uso de quadrinhos, publicidade e até mesmo celebridades como parte do processo criativo. Isso permitiu que o público se aproximasse do universo artístico.
O minimalismo e o pós-minimalismo, surgidos na década de 50 e nos anos 60, ofereceram a oportunidade de reunir a pintura e a escultura, além de serem uma fonte de inspiração para a inovação nos espaços públicos urbanos, galerias e ambientes naturais.
Depois disso, surgiram outras formas de expressão artística, tais como performances, videoarte, instalações e afins.
Explorando a Arte Contemporânea
Como parte de um mundo repleto de informações e inovações tecnológicas e midiáticas, a arte contemporânea tem utilizado esses meios como forma de comunicação.
Além disso, ultrapassa as divisões entre as linguagens artísticas, combinando diferentes tipos de arte em uma única obra, desafiando os meios clássicos de expressão.
A arte tem se tornado cada vez mais conectada à vida, criando reflexões coletivas sobre temas variados. Personagens e assuntos como questões raciais, patriarcado, sexualidade, gênero, desigualdades, entre outros, têm sido explorados com a mistura da política e da imaterialidade.
A arte contemporânea, herdando o espírito contestador dos dadaístas, investiga a si mesma, questionando conceitos artísticos e levantando a velha pergunta "O que é arte?".
Os artistas muitas vezes se dedicam a criar experiências únicas para o público, valorizando a interação entre a obra e as pessoas que a observam. Desta forma, o público se torna parte da obra, desfrutando de uma experiência única.
A Arte Contemporânea no Brasil
Muito embora sua origem seja atribuída aos países Ocidentais, como Europa e EUA, a arte contemporânea chegou ao Brasil de forma bem rápida. Por sorte, esse intervalo de tempo para que ela se estabelecesse no país não foi tão significativo.
No Brasil, a arte neoconcreta teve seu início com o Manifesto Neoconcreto de 1959, assinado por Amilcar de Castro (1920-2002), Ferreira Gullar (1930-2016), Franz Weissmann (1911-2005), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004), Reynaldo Jardim (1926-2011) e Theon Spanudis (1915-1986).
Hélio Oiticica (1937-1980) é uma figura essencial na arte contemporânea brasileira, conhecida também internacionalmente.
1984 foi um marco para a arte contemporânea brasileira, pois foi naquele ano que ocorreu a exposição 'Como vai você, Geração 80?' no Rio de Janeiro, no Parque Lage. Esta mostra foi extremamente importante para dar visibilidade ao trabalho de artistas da geração 80.
A exposição contou com obras de 123 artistas, a fim de mapear as produções mais relevantes da época, como Alex Vallauri (1949-1987), Beatriz Milhazes (1960), Daniel Senise (1955), Leda Catunda (1961) e Leonilson (1957-1993), que se tornaram referências da arte contemporânea.
Bienais Internacionais de São Paulo são marcos na cultura brasileira, pois são grandes centros experimentais que direcionam a arte e o território artístico nacional.
Quer saber mais? Veja
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Artistas Contemporâneos Notáveis
Há muitos artistas que produziram e continuam produzindo arte contemporânea tanto no Brasil quanto no mundo. Uma listagem de todos os criadores fundamentais desse universo seria trabalhosa. Conheça alguns nomes:
O Movimento Fluxus
O Grupo Fluxus foi extremamente importante para o surgimento da arte contemporânea mundial. Uma coalizão de artistas, surgida na década de 60, que tinha como objetivo o uso de diferentes suportes embasados em uma arte contestadora, provocativa e ousada.
cotidiana. O nome Fluxus, derivado do latim fluxu ("escoamento", "fluidez"), foi escolhido para caracterizar a abordagem adotada pelos artistas do movimento. Estes acreditavam que a arte deveria estar conectada à vida cotidiana, num processo contínuo de troca e integração.
Brasil, Estados Unidos, Inglaterra e México. A presença de seus membros foi notada em vários países, tais como o Brasil, os Estados Unidos, a Inglaterra e o México.
- França - Ben Vautier (1935)
- Estados Unidos - Higgins (1938-1998), Robert Watts (1923-1988), George Brecht (1926), Yoko Ono (1933)
- Japão - Shigeko Kubota (1937), Takato Saito (1929)
- Países nórdicos - Per Kirkeby (1938)
- Alemanha - Wolf Vostell (1932-1998), Joseph Beuys (1912-1986), Nam June Paik (1932-2006)
Dick Higgins, um artista americano do grupo, descreveu o movimento da seguinte maneira:
Fluxus não foi um momento na história ou um movimento artístico. É um modo de fazer coisas [...], uma forma de viver e morrer.
A Obra de Marina Abramović (1946-)
Nascida na Sérvia, Marina Abramović é considerada uma das mais importantes artistas contemporâneas, devido ao seu significativo papel na linguagem da performance nos anos 70.
Ao lado de Ulay, seu ex-companheiro, artista alemão, a artista criou obras que puseram à prova os seus limites pessoais, abordando temas tais como tempo, identidade e vínculos amorosos.
O casal caminhou quilômetros para se encontrar na Muralha da China, onde realizaram uma performance como marco de sua separação.
Uma performance intitulada The artist is present foi realizada no MoMa, em Nova York, em 2010. O artista, Marina, passou diversas horas sentada, interagindo com o público por meio de olhares. Uma imagem deste momento pode ser vista abaixo.
Ela não sabia, mas Ulay estava lá. Ele sentou-se diante dela e, depois de muitos anos, eles se reencontraram num momento que foi muito emocionante.
A Vida e Obra de Hélio Oiticica (1937-1980)
Hélio Oiticica foi um artista brasileiro de destaque no âmbito nacional. Utilizou suportes como escultura, performance e pintura para criar as suas obras.
Atuando como grande líder, Hélio participou dos movimentos Grupo Frente (1955 e 1956) e Grupo Neoconcreto (1959), contribuindo de forma significativa para o seu desenvolvimento.
Ele contribuiu de forma significativa para a compreensão do espaço, levando-a de um nível bidimensional para um tridimensional.
Hélio foi pioneiro ao combinar o corpo e a obra de arte. O Parangolé, uma escultura colorida feita de tecido, é um exemplo clássico desse processo. As pessoas vestiam essa obra de arte para criar novas experiências artísticas.
A vida de Rosana Paulino (1967-)
A artista brasileira Rosana Paulino realiza trabalhos marcados pela forte reflexão acerca de temáticas fundamentais, tais como o racismo estrutural e a questão da mulher no Brasil.
Ela expressa suas produções artísticas em diferentes linguagens, tais como bordado, escultura, desenho e fotografia.
A obra intitulada Bastidores (1997) representa mulheres negras através de fotografias capturadas em bastidores de madeira. Suas bocas e olhos costurados simbolizam a impotência e o silenciamento das vítimas da violência doméstica, mas também remetem às questões mais amplas de opressão social.
O Arteiro Banksy
Banksy, o artista inglês, é muito aclamado nos dias atuais. Seu verdadeiro nome é um mistério que ele guarda a sete chaves.
A arte de rua de um artista costuma ser feita em grandes cidades, usando stencil como técnica. Seus trabalhos apresentam indagações profundas sobre a cultura de consumo, os valores, os princípios morais e sociais.
Trabalhos de todos os tipos são encontrados em diversos locais em todo o mundo, como Inglaterra, Barcelona, França, Viena, Austrália, Estados Unidos e Oriente Médio.
Arte Contemporânea: Movimentos e Tendências
Na arte contemporânea, são encontrados diversos movimentos artísticos, cujos limites são geralmente difusos, pois costumam se fundir entre si.
Abaixo listamos alguns dos principais fatores tecnológicos e os definimos da seguinte forma:
Explorando a Arte Conceitual
A Arte Conceitual surgiu no Grupo Fluxus, nos anos 60. Ela promove a valorização da ideia por trás da obra ao invés do produto final, pois visa criar questionamentos e despertar uma atitude mental.
“Um poeta faz poemas, um pintor faz pinturas, mas um artista conceitual cria conceitos”. Sol LeWitt (1928-2007), um artista, afirmou que enquanto um poeta cria poemas e um pintor faz pinturas, um artista conceitual desenvolve conceitos.
A própria ideia, mesmo se não é tornada visual, é uma obra de arte tanto quanto qualquer produto.
A Arte da Pobreza
A arte povera surgiu na Itália na década de 60 com o objetivo de criar uma nova estética por meio de materiais "pobres" e rústicos que fossem facilmente acessíveis.
Os artistas tinham a intenção de criticar o consumismo, a indústria e o sistema capitalista, e para isso, eles usaram materiais simples e efêmeros para criar obras artísticas que promoviam o questionamento.
A Arte da Performance
A arte da performance surgiu na década de 60 a partir das experimentações de muitos artistas, dentre eles os do movimento Fluxus.
Na Performance Art, o corpo do artista é usado como material e suporte para criar a obra. É frequente que essa forma de expressão se misture com outras para atingir o resultado desejado.
A performance tem duração limitada, sendo caracterizada pela efemeridade - ocorrendo em um determinado lugar e tempo. Apesar de sua natureza temporal, é possível ter uma noção do trabalho através de fotos e vídeos de registro.
Hiperrealismo
A partir do final dos anos 60 nos EUA, uma corrente da arte contemporânea tomou força, que buscava a estética figurativa realista/fiel, em oposição ao expressionismo abstrato e ao minimalismo, que visavam formas de expressão mais subjetivas.
Neste realismo, elementos do mundo atual são usados como base para inspiração, abordando temáticas contemporâneas.
Assista ao vídeo abaixo para conferir uma reportagem da TV Folha sobre a exposição do escultor australiano hiper-realista Ron Mueck na Pinacoteca de São Paulo em 2014.
Arte da Terra
O Land Art é uma proposta artística que surgiu nos Estados Unidos e na Europa durante a década de 1960.
A Land Art é uma forma de arte em que os espaços naturais são usados como suporte e matéria. Isso dá ao trabalho uma forte ligação com a natureza, tornando-o parte integrante do meio ambiente. O termo "arte da terra" reflete esse contexto de conexão com a natureza.
Arte de Rua
A street art, também conhecida como arte de rua, teve origem nos Estados Unidos na década de 70 e consiste na expressão artística realizada no espaço público. Esta forma de arte abrange pintura (grafite e stencil), performance, teatro, entre outras formas de criação artística.
A arte de rua é caracterizada por sua natureza efêmera; uma vez que ela é exibida nas ruas, o artista perde o controle sobre ela. Interagir com o público é também um ponto fundamental, devido ao fato de que obras desse gênero são geralmente realizadas nos centros urbanos com grande fluxo de pessoas.
Arte Corporal
A body art é uma forma de expressão artística que surgiu na esteira dos processos criativos inovadores dos anos 60 e 70. Nessa linguagem, os artistas usam o próprio corpo como matéria a ser trabalhada. Por conta disso, a body art costuma ser mesclada à performance e outras expressões.
Muitos dos trabalhos artísticos que vemos hoje utilizam o corpo como um meio poderoso para expressar sentimentos, tais como dor, angústia, prazer e, acima de tudo, para nos provocar a pensar.
Bruce Nauman, um artista estadunidense que emprega essa linguagem, afirmou: "Desejo usar o meu corpo como matéria-prima e manipulá-lo".
Comparação entre Arte Moderna e Arte Contemporânea
Desde o final do século XIX e início do século XX, a arte tem passado por mudanças e foi nesse contexto que surgiu a arte moderna. Essa nova forma de expressão artística foi marcada pela reflexão crítica das condições sociais, políticas e culturais da época.
A arte contemporânea é difícil de definir, mas a corrente Pop Art como um marco importante é um bom início. Esta corrente combina interesses comuns, cultura de massas e arte.
A arte contemporânea está mais preocupada em tornar a arte mais próxima da realidade, mesmo que as diferenças entre as tendências artísticas sejam sutis.
Outro ponto importante é a integração de diferentes linguagens, a utilização de tecnologias avançadas e o enfoque na ideia, em vez da forma, na arte contemporânea.