Biografia e Obras Fundamentais de Alfredo Volpi


Escrito por Sónia Cunha

Alfredo Volpi (1896-1988) é considerado um dos maiores artistas da Segunda Geração de Arte Moderna no Brasil. Seu legado inclui muitas pinturas de diversos estilos, caracterizadas por seu colorido único. Por esta razão, ele ganhou o apelido de "Mestre das Bandeirinhas".

Revisite algumas das fases do trabalho eclético e experimental de alguém.

Bandeirinhas Volpi

A Arte de Alfredo Volpi

Visita à Catedral

Catedral

Em 1973, a Catedral foi criada com suas pinturas geométricas e ritmadas que exibem cores suaves e o motivo clássico das bandeirinhas, que é típico do trabalho.

O artista refletiu sobre o folclore e a cultura popular ao criar diversas obras inspiradas no tema das bandeirinhas.

Mágica Sereia

Sereia

Criada em 1960, a Tela Sereia traz consigo a imagem de uma personagem importante do folclore brasileiro. Seus traços simples e quase infantis a tornam ainda mais icônica.

O quadro, um dos mais importantes no acervo de Volpi, foi extraviado, mas felizmente já foi reencontrado. É uma curiosidade!

Festa de Fachada Grandiosa

Grande fachada festiva

A fachada festiva de Volpi, produzida na década de 1950, se destaca pela sua beleza, tendo como principais elementos as características fachadas e bandeirinhas.

Uma Sereia na Marinha

Marinha com Sereia

A obra "Marinha com Sereia", produzida na década de 40, faz parte de uma Coleção Particular e possui 54 cm por 73 cm. Ela traz consigo elementos da cultura nacional.

Criação Concreta

Composição concreta

A obra Composição concreta, de têmpera, tem 35 cm de largura e 73 cm de altura e faz parte do acervo do MASP. Ela é um dos maiores exemplos da fase concreta, iniciada pelo pintor nos anos cinquenta.

A arte de Alfredo Volpi na pintura

Ao longo de sua carreira como pintor, Alfredo Volpi evoluiu através de diversas fases. Iniciou com obras de estilo clássico, como retratos e paisagens figurativas.

Com o passar dos anos, começou a aprimorar seu olhar, tornando a forma mais simples.

Volpi e a sua arte em Itanhaém

Durante os finais de semana, ao visitar sua esposa que estava doente e se mudara para Itanhaém (litoral de São Paulo), Volpi começou a experimentar novas formas de pintar. Essas visitas foram a fonte de inspiração para sua mudança de estilo.

O artista resolveu mudar sua técnica de pintura, passando de óleo para tempera. Com isso, seus quadros passaram a ter uma luz mais clara, leve e limpa.

A Marca Volpi em Tintas

Volpi era incomodado com o cheiro da tinta feita com ovo, então ele costumava usar cravo na mistura para amenizar isso. Uma curiosidade!

Explorando as Fases do Artista

Ao frequentar Itanhaém, Volpi abandonou a pintura de observação e passou a adotar a pintura de memória, que lhe permitia realizar vários experimentos estéticos com mais liberdade.

À medida que avançava na carreira, Alfredo buscou inspiração na arte colonial. Ele criou uma série de paisagens que destacavam temas populares e usavam vivamente cores variadas. O artista também desenvolveu uma série de pinturas religiosas.

A partir dos anos 50, Volpi mudou sua abordagem artística para a abstração, passando do estilo inicialmente usado para um estilo bem diferente.

Os Fachadões

Em 1953, ele participou da Bienal de São Paulo e apresentou uma série de fachadas simplificadas, que acabaram se tornando sua assinatura.

O artista era conhecido por revisitá-lo frequentemente ao tema que mais gostava, como as fachadas e as bandeirinhas.

Atingindo a Concreção

Convidado por um grupo de concretistas, Volpi se encantou com o estilo e criou algumas pinturas para a exposição.

Concretizando-se como artista da Corrente Concreta, Volpi foi o único que não se conformou em desfazer toda e qualquer figuração. Ao contrário, imprimiu marcas de pincel que permaneceram visíveis na tela, deixando assim a sua identidade inconfundível.

Volpi se distinguiu dos concretistas pois, enquanto eles desejavam que suas telas ficassem lisas, sem qualquer marca deixada pelo homem, ele gostava de manter um vestígio da sua pincelada.

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A Vida e a Obra de Alfredo Volpi

Mudando para o Brasil

Nascido em 14 de abril de 1896 em Lucca, Toscana, Itália, Alfredo Foguebecca Volpi veio para o Brasil aos um ano e meio acompanhado de seus pais, Giusepina e Ludovico, fixando-se na cidade de São Paulo.

A família Volpi tinha cinco filhos, sendo Alfredo o terceiro deles.

Giusepina e Ludovico escolheram São Paulo para se estabelecer definitivamente. Abriram um pequeno comércio de queijos e vinhos no bairro do Cambuci e, desde então, o pintor passou a maior parte de sua vida no Brasil.

A Vida Infantil de Alfredo Volpi

Aos poucos anos, os pais do menino decidiram inscrevê-lo na Escola Profissional Masculina do Brás. Foi nesta instituição que seu talento artístico começou a se destacar.

Às doze anos, começou a trabalhar e usou o seu primeiro salário para adquirir uma caixa de aquarela.

Começo da Jornada Profissional

Em 1911, Alfredo tomou seus primeiros passos como pintor de paredes, aplicando decorações internas a grandes mansões de São Paulo. Sua especialidade era a pintura de painéis e murais.

No início, o artista trabalhou como marceneiro, encadernador e entalhador. Contudo, ele logo se destacou por fazer lindas paisagens em diferentes suportes, como madeira e tela.

A partir de 1914, Volpi começou a trabalhar com maior independência, estabelecendo sua própria identidade e criando um estilo distintivo.

Divulgando o artista

Alfredo Volpi realizou sua primeira participação em uma mostra coletiva em 1925. Tal exposição foi realizada no Palácio das Indústrias de São Paulo.

Em 1930, o pintor ingressou no Grupo Santa Helena, juntamente com Mário Zanini e Francisco Rebolo, entre outros artistas. Os artistas criavam suas obras usando modelos vivos. O nome do grupo foi dado pelo crítico Sérgio Milliet, pois os pintores haviam alugado um local no Palacete Santa Helena, na Praça da Sé.

Em 1944, aos 48 anos, o artista realizou sua primeira exposição individual na Galeria Itá, em São Paulo. Todas as telas foram vendidas, sendo que uma delas foi comprada por Mário de Andrade.

Ganhando Respeito Profissional

Em 1940, Volpi obteve grande destaque nacional ao vencer o concurso do IPHAN. Em 1953, foi agraciado com o Prêmio de Melhor Pintor Nacional na Bienal Internacional de São Paulo, onde dividiu o prêmio com o artista Di Cavalcanti.

Em 1958, o consagrado Prêmio Guggenheim foi recebido.

Alfredo foi muito bem sucedido no Brasil, sendo eleito o melhor pintor do país pelos críticos de arte do Rio de Janeiro em 1962 e 1966.

Organizando a Minha Vida Pessoal

Em 1942, Alfredo Volpi se uniu em matrimônio com a garçonete Benedita da Conceição, conhecida como Judith. Da união nasceu Eugênia Maria, único filho biológico do pintor. Além disso, Volpi adotou diversos filhos, estimados em dezenove, segundo os relatos de seus biógrafos.

O Último Adeus do Artista

O artista infelizmente faleceu em São Paulo devido a um ataque cardíaco no dia 28 de maio de 1988, aos 92 anos de idade.

Sónia Cunha
Escrito por Sónia Cunha

É licenciada em História, variante História da Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (2003) e em Conservação e Restauro pelo Instituto Politécnico de Tomar (2006). Ao longo da carreira profissional, exerceu vários cargos em diferentes áreas, como técnico superior de Conservação e Restauro, assistente a tempo parcial na UPT e professora de História do 3º ciclo e ensino secundário. A arte e as letras sempre foram a sua grande paixão.