Dirigido e produzido pelo norte-americano Stanley Kubrick, 2001: Uma Odisseia no Espaço é um filme de ficção científica lançado em 1968.
O longa-metragem é considerado a obra-prima do gênio cinematográfico. Recebendo elogios tanto dos críticos quanto do público, o clássico se destaca das demais produções da época, tornando-se um grande fenômeno, um filme cult e uma referência para as gerações subsequentes.
Assista ao trailer legendado do filme abaixo:
Alerta: a partir daqui você encontrará spoilers!
2001: Uma Odisseia no Espaço - Um Resumo
O filme começa em um cenário de escuridão, no meio do espaço. Uma trilha sonora icônica acompanha a cena, enquanto os planetas se movem lentamente, iluminados por uma luz crescente.
A Alvorada do Homem
No início do filme, uma mensagem aparece: "A aurora do Homem". Logo, somos transportados para paisagens naturais onde vemos macacos interagindo pacificamente com outras criaturas. No entanto, não é pacífico para todos, pois um grupo riva é expulso para fora.
À noite, algo cai no chão, causando assombro entre as criaturas, que buscam abrigo nas cavernas, comportando-se como seres humanos. Ao amanhecer, seus ancestrais se aproximam intimamente do enigmático objeto: um retângulo negro, conhecido como monólito.
Após a observação do monólito, um dos seres humanos o toca e isto provoca mudanças em seu comportamento. Aprendeu então a usar o osso como arma e começou a matar animais de maneira violenta. Foi assim que se iniciou o consumo de carne.
Aplicação Móvel Tipo 1
Após milhares de anos, um homem solitário se encontra a bordo de um avião espacial. Seu destino é a estação próxima da Terra. Quem é ele? Dr. Heywood R. Floyd, um cientista que se dirige à Base Clavius, na Lua.
Enquanto conversavam entre si, os colegas se referiram a boatos sobre o que estava acontecendo de estranho por ali.
Ao chegar à Lua, Floyd se reuniu com os outros para informar que tinha vindo ajudar na administração da situação em curso, reforçando a importância de manter o sigilo.
Vários astronautas discutiram as declarações de Floyd sobre a existência de um objeto estranho descoberto na Lua. Para buscar uma resposta, eles decidiram visitar o local onde a descoberta foi feita.
Ao redorar o monólito, um dos homens encostou nele, e todos se reuniram para tirar uma foto. No entanto, ao encostar nele, o objeto começou a emitir um som alto e ensurdecedor.
Explorando Júpiter
Depois de um ano e meio, Discovery One partiu em uma empreitada para Júpiter, o que foi amplamente divulgado pela televisão. Frank e Dave, os astronautas, estavam acompanhados por três outros membros da tripulação em hibernação.
A sexta membro da equipe é HAL, um computador que conta com inteligência artificial para dirigir todas as operações da nave.
O sistema, que era considerado "à prova de falhas", começou a apresentar comportamento anormal, alertando para a possibilidade de uma peça defeituosa que, na verdade, não existia.
A base comprovou que a falha de HAL tinha sido inesperada, e os astronautas se recolheram para discutir o assunto.
A máquina não pode ouvir os seus planos, mas é capaz de ler os lábios e perceber que eles pretendem reiniciá-la, restaurando a sua configuração original.
Intervalo
Durante algum tempo, a Discovery One perde contato com a base. Isso ocorre para que os astronautas possam colocar de volta a peça que haviam removido a mando de HAL. Frank sai da nave com o equipamento necessário, mas, subitamente, seu corpo é arremessado no espaço e despenca no vazio.
Dave, que estava do lado de fora, pediu para HAL abrir as portas, mas a máquina se recusou. Depois de muita luta, Dave conseguiu abrir uma das portas e entrar na nave. Uma batalha entre ele e a máquina acabava de começar.
Chegando ao painel de controle do sistema, Dave conseguiu reiniciá-lo, apesar das tentativas de HAL de impedir. Nessa ocasião, a tripulação foi presenteada com o vídeo que havia sido preparado para ser assistido quando estivessem chegando a Júpiter.
A missão de Discovery One tem como objetivo principal descobrir se Júpiter é a origem do monólito que surgiu na Lua, considerado como a primeira evidência de vida inteligente fora da Terra. É assim que o astronauta se interessou por essa descoberta.
Explorando Júpiter e Além do Infinito
Enquanto sozinho na nave, Dave viaja para Júpiter e se vê em uma aventura cercada por cenários desconhecidos. O portal o leva por um universo de cores, luzes e paisagens estranhas.
De repente, ele parou em um quarto desconhecido. Dirigindo seu olhar adiante, viu uma versão de si mesmo mais velha, jantando sozinho. Momentos depois, encontrou outra versão, ainda mais idosa, deitada em seu leito de morte.
Naqueles instantes finais de existência, Dave observou o monólito surgir em frente à cama. Seu corpo envelhecido passou por uma transformação, transformando-se em um embrião cercado por luz, elevando-se e flutuando no espaço.
Explorando o Filme 2001: Uma Odisseia no Espaço
Um Filme Inesperado
Apesar de ser uma produção de ficção científica, 2001: Uma Odisseia no Espaço se desvia dos típicos elementos próprios do gênero. Kubrick não buscou criar um filme que atraísse o público através de monstros e cenas de conteúdo sexual.
A história se centra em temas filosóficos e existencialistas, abordando a vastidão do universo e a experiência dos astronautas na solidão.
O diretor decidiu optar por "Odisseia no Espaço" como título, uma referência à obra de Homero. Esta escolha sugere que o espaço era um lugar desconhecido e cheio de mistérios, assim como o mar para os navegadores descritos na poética de Homero.
Muitas vezes, o silêncio é devastador, transmitindo sentimentos de solidão, vazio e até mesmo pânico.
Ao vermos Frank Poole desaparecer no espaço, somos tocados por sua respiração, que gradualmente se extingue. A intensa tragédia desta cena é apenas potencializada pelo silêncio que se segue, nos deixando sem palavras diante dos misterios do infinito.
Os personagens da obra cinematográfica 2001: Uma Odisseia no Espaço apresentam-se solitários e o enredo é caracterizado pela falta de diálogos. É impressionante que a primeira fala da produção demore até 25 minutos para se ouvir.
Trilha Sonora e Efeitos Visuais
O filme prende a atenção dos espectadores graças às suas maravilhosas efeitos visuais e sonoros. A partir do início até o fim, a narrativa e os diálogos são enriquecidos graças às surpreendentes cenas de ação e trilha sonora.
O diretor estabeleceu uma ligação entre os movimentos dos satélites e os passos de uma valsa ao incluir temas clássicos, como o Danúbio Azul de Johann Strauss II, na trilha sonora.
A trilha sonora intensa e dramática, combinada com o ritmo lento do filme, produz frequentemente a sensação desagradável de ansiedade e desconforto no espectador.
Na chegada de Júpiter, o longa-metragem se aproxima do surrealismo na reta final, quando Dave adentra o portal.
Uma sequência incrível de luzes, cores, sons e paisagens estranhas permanecerá gravada na memória.
Humildade Humana x Tecnologia Avançada
A obra 2001: Uma Odisseia no Espaço aborda o desenvolvimento tecnológico, apresentando possíveis implicações para os seres humanos.
A personagem HAL 9000, criada por Kubrick para representar a inteligência artificial, foi usada como um meio de explorar os limites e desafios que acompanham essa área da tecnologia. O computador que imitava a conduta humana permitiu que esses aspectos fossem abordados de uma forma significativa.
Ao começar "Missão a Júpiter", a tripulação é apresentada, com destaque para o astronauta que expressa emoções humanas. É possível notar a amizade que se desenvolve entre HAL e Dave: eles jogam xadrez, conversam e compartilham momentos de intimidade.
Apesar de ser considerada uma "máquina perfeita", HAL possui sentimentos próprios de desconfiança e medo que são profundamente humanos.
Ao falhar pela primeira vez, HAL se mostra orgulhoso e violento, abusando do poder que lhe foi dado como "cérebro" da nave. Ele projeta o corpo de Frank para o espaço e tenta excluir Dave da nave.
HAL sendo derrotado por seu antigo amigo desperta uma reação inesperada: choro, reconhecimento dos erros e pedido de perdão. Essa reação é um alerta do diretor sobre os perigos de criarmos algo tão próximo da humanidade, tanto em qualidades quanto em defeitos.
Como o Monólito está relacionado à vida extraterrestre?
O diretor optou por não retratar os seres alienígenas, ao contrário do que aconselhado pelo cientista e astrônomo Carl Sagan, especialista em mistérios do Universo. A sua escolha de representar a possibilidade de vida inteligente alienígena foi bastante original.
Ele optou por não utilizar atores fantasiados, apesar de isso ser comum na época, pois acreditava que seres extraterrestres poderiam possuir formas biológicas completamente diversas daquelas que conseguimos imaginar.
Ao invés de mostrar a presença de seres alienígenas diretamente, a produção deu às nossas imaginações a chance de criar as suas próprias cenas. Isso é feito através do uso de um objeto que foi enviado com a intenção de representar a presença de vida extraterrestre.
O monólito, uma grande pedra retangular, é considerado como uma máquina enviada por espécies extraterrestres para observar a evolução da vida na Terra e na lua. Os objetos estranhos parecem ter uma forte influência sobre o comportamento das pessoas que se aproximam deles.
Os governos mantêm o segredo para proteger a população terrestre de possíveis "choques de cultura e desorientação social". Os astronautas que realizam a missão a Júpiter não estão cientes do verdadeiro objetivo da expedição, já que eles não têm conhecimento do que os aguarda.
Análise de 2001: Uma Odisseia no Espaço
Em 2001: Uma Odisseia no Espaço, um grupo de símios é apresentado no início da trama e seus comportamentos são mostrados como sendo típicos de animais primitivos. Entretanto, a chegada de um monólito parece trazer consigo o dom da inteligência e da racionalidade, mudando completamente o curso dos acontecimentos. Esta obra-prima da ficção científica, lançada em 1968, aborda tópicos complexos como a evolução humana e a possível existência de vida alienígena.
Quando um animal descobre como utilizar um osso como ferramenta, a hierarquia social e as rotinas mudam. A habilidade é compartilhada entre os indivíduos, e é rapidamente assimilada. Assim, eles aprendem a utilizar os ossos para combater inimigos e caçar, tornando-se carnívoros.
Parece que estamos no início da história da humanidade. A evolução do tempo acarretou em maior complexidade, mas o princípio permanece o mesmo: os seres humanos utilizam ferramentas para sobreviver e prosperar.
No filme, vemos um osso flutuando no ar, seguido por uma nave que tem a mesma forma. Isso nos dá uma pista sobre a explicação do que está acontecendo.
A famosa passagem é considerada um exemplo de montagem intelectual, ou seja, o ato de unir duas imagens que não estão relacionadas para formar um sentido novo.
Em 2001: Uma Odisseia no Espaço, a parte que mais suscita estranheza entre os espectadores é a última. Quando Dave se aproxima de um monólito em órbita, ele embarca em uma viagem surpreendente e única. Ele está sozinho na nave.
No meio do turbilhão de luzes e cores, Dave, o astronauta, chegou a uma câmara onde, em poucos instantes, presenciou o seu processo de envelhecimento e consequente morte. No seu último suspiro, o homem viu o monólito afastado da sua cama.
Após a morte, o espírito do homem parecia ter se elevado em energia pura. Ele observou sua antiga morada, a Terra, e se transformou em um embrião que brilhava intensamente, parecendo ter alcançado uma dimensão superior de existência.
Assim como um monólito permitiu que os símios experimentassem um salto evolutivo, o segundo foi o responsável por levar a humanidade ainda mais longe, dando origem a uma forma de existência totalmente nova.
“Significa o que você quer que signifique.” Ao ser indagado sobre o significado do filme, Kubrick declarou à revista Playboy: “Cada um o interpretará como quiser.”
Quando você pensa nos gigantescos avanços tecnológicos que o homem fez em alguns milênios - menos de um microssegundo na cronologia do universo - você pode imaginar o desenvolvimento evolutivo que as formas de vida mais antigas teriam? (...) Suas potencialidades seriam ilimitadas e sua inteligência inacessível aos humanos.
2001: Uma Odisseia no Espaço - Um Livro
A obra "A Sentinela" (1951), de Arthur C. Clarke, foi uma das fontes de inspiração para o clássico de ficção científica. O conto descreve uma pirâmide que foi descoberta na Lua. Os alienígenas avançados que enviaram a estrutura pressupunham que a Terra possuiria inteligência para a descoberta.
Enquanto Clarke elaborava o roteiro em colaboração com Kubrick, ele também escreveu o romance de mesmo nome, que foi lançado logo após o lançamento do filme.
Depois que o primeiro livro da saga foi escrito, o autor também lançou 2010: Odyssey Two (1982), 2061: Odyssey Three (1987) e 3001: The Final Odyssey (1997).
Análise do Filme: Poster e Ficha Técnica
é um filme britano-americano de 1968 dirigido por Stanley Kubrick. Em 1968, Stanley Kubrick dirigiu a produção britano-americana intitulada 2001: Uma Odisseia no Espaço (no Brasil) ou 2001: A Space Odyssey (original).
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